A diretora-executiva da Liga criticou hoje a decisão do TAD, que deu provimento a uma providência cautelar apresentada em nome de João Palhinha e que permitiu ao médio do Sporting alinhar diante do Benfica, no dérbi que os leões acabariam por vencer.
Sónia Carneiro fala de uma “ordem pragmática” do desporto, em particular do futebol, que desaconselha que os tribunais, por regra com decisões morosas, possam sobrepor-se aos organismos disciplinares da Liga e da Federação.
A responsável argumenta, num artigo de opinião publicado no jornal O Jogo, que a “natureza dinâmica da competição é incompatível com a morosa aplicação da justiça formal e jurídica”. Mas Sónia Carneiro vai mais longe e entende que essa “intromissão dos tribunais”, tal como sucedeu com o caso que envolveu João Palhinha, “é suscetível de gerar grave dano ao desporto”.
“A intromissão dos tribunais, mesmo - ou sobretudo! - superiores, neste campo que lhes está vedado é indesejável e, generalizando-se, suscetível de causar grave dano ao desporto”, escreve a responsável da Liga, que defende a ‘field of play doctrine’, segundo a qual “as decisões do árbitro (…) são finais, definitivas, irreversíveis”.
Sónia Carneiro salienta que não há alternativa no futebol: viver com o erro do árbitro, sendo que nenhuma instância pode alterar as decisões tomadas, mesmo que erradas. Pior do que esta realidade será criar um tribunal de recurso, onde os jogadores possam ser ouvidos depois de punidos.
“O futebol joga-se ‘dentro de quatro linhas’ por homens – e cada vez mais – mulheres, que também erram. O acerto póstumo, chancelado por um tribunal, quiçá com recurso a um argumento formal, não é o jogo que servimos e queremos ver, quando pudermos brevemente voltar ao estádio”, defende a dirigente da Liga.
Miguel Braga, responsável pela comunicação do Sporting, lamentou a posição assumida por Sónia Carneiro, diretora executiva da Liga, no que diz respeito à suspensão do jogo de castigo aplicado a João Palhinha. Miguel Braga considera que "se noutras ocasiões a Liga optou por posições neutras", desta vez Sónia Carneiro "explica de que lado da barricada está: na sua opinião, o que é danoso para o futebol não é desvirtuar a verdade desportiva, mas sim a inadmissível intromissão dos tribunais".
O Palmeiras está fora da final do Mundial de Clubes 2020. Com uma exibição abaixo do esperado, o Palmeiras, de Abel Ferreira, perdeu (1-0) com o Tigres e falhou a presença na final.
O francês Gignac, numa grande penalidade, fez o golo do triunfo mexicano.
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