“O Benfica, em vez de comprar tanto jogador, deveria voltar a ter o Paulo Gonçalves. Era capaz de ser mais importante para o Benfica”, referiu Rodolfo Reis, considerando que, quando o assessor jurídico dos encarnados estava em funções, o clube da Luz tinha mais poder.
“Por tudo o que se passou, as pessoas estão com um bocado de cuidado, com arbitragens, embora sucedam algumas situações que se mantêm do passado. Mas [o poder do Benfica] diminuiu muito. As pessoas agora têm mais cuidado em não sobrevalorizar o Benfica, que é muito forte e comandava os bastidores todos”, realçou.
"Em todas as situações onde pudesse ter influência no mundo do futebol, o Benfica tinha lá pessoas... Como o FC Porto já teve. Não venho aqui vender a banha da cobra”, assumiu.
O FC Porto, prossegue Rodolfo, já teve “as pessoas certas nos lugares certos, para usufruir de certas vantagens”.
E que vantagens são essas? “Vou simplificar: na dúvida, decisões sempre a favor da mesma equipa, durante o campeonato todo”, explica, não obstante os dois clubes apresentarem plantéis fortes nos períodos em que dominaram o futebol.
“O FC Porto foi muitos anos campeão e disseram que o FC Porto manobrava os bastidores, mas a verdade é que tinha uma grande equipa – foi campeão da Europa e do mundo...”, disse Rodolfo Reis.
E assim foi com o Benfica, aquando da primeira passagem de Jorge Jesus pelos encarnados, em que tinha “uma equipa fabulosa”.
Porém, prossegue o antigo capitão do FC Porto, dominar os bastidores do futebol facilita a tarefa. “Uma equipa já é forte. E se, na dúvida, os vão ajudar, torna-se ainda mais forte”, conclui.
E a verdade é que FC Porto e Benfica têm dominado, de forma avassaladora, o futebol português. O Sporting foi campeão em 2001/02 e, desde então, dragões e águias vão ‘dividindo’ títulos, com vantagem para o clube da Invicta, que conquistou 11 títulos, contra sete dos encarnados.
Rúben Amorim pede mais a Quaresma. Depois de ter ficado fora dos convocados, de forma surpreendente, diante do Sacavenense, num jogo em que se aguardava mesmo a sua estreia oficial esta temporada pela equipa principal, Eduardo Quaresma regressou, no sábado, à lista de Rúben Amorim, diante do Moreirense. Tal como nas quatro chamadas anteriores, porém, o jovem central de 18 anos acabou por não sair do banco de suplentes.
Se, no início da temporada, a perda da titularidade para Luís Neto se deveu, exclusivamente, ao facto de ter estado infetado pela Covid-19, a reentrada nas contas de Rúben Amorim acabou por ficar novamente condicionada em outubro, quando Quaresma se lesionou ao serviço da Seleção Nacional sub-20, com uma fratura da apófise transversa lombar.
Desta forma, os primeiros minutos oficiais de competição do central de 18 anos aconteceram apenas no início deste mês e ao serviço da equipa B, tendo sido titular na receção ao Fontinhas (2-1), na 6.a jornada da série G do Campeonato de Portugal. Um jogo acompanhado, naturalmente, por Rúben Amorim, que viu, em campo, aquilo que já tinha observado durante os treinos: a falta de compromisso do jovem defesa, manifestada nesta despromoção momentânea à equipa secundária, não agradou ao treinador, que fez questão de o dizer, diretamente, ao jogador, justificando assim, logo na preparação para o jogo com o Sacavenense, o motivo pelo qual Eduardo Quaresma ficaria fora das contas.
Agora, Quaresma terá de correr o dobro para voltar a convencer o treinador, sendo certo que Rúben Amorim continua a ver no número 72 um dos jovens com mais margem de progressão na formação dos leões, motivo pelo qual, segundo o jornal A Bola, uma eventual saída por empréstimo, na reabertura do mercado, não foi sequer equacionada por nenhuma das partes. O que aconteceu, uma vez mais, foi um dos pilares dos quais Amorim não abdica: quem não der tudo no dia a dia, fica de fora no fim de semana.
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