JJ confirmou interesse do Benfica e...continuidade no Flamengo. Salário oferecido por Vieira considerado baixo; AVB sonha com presidência do FC Porto e quer o título; Resposta ao "benfiquista" Manuel José: “Não vou perder tempo com quem não existe como benfiquista”

Continua a novela em torno do futuro de Jorge Jesus. Ao início da última noite o Globoesporte avançou que Jorge Jesus e Rodolfo Landim terão estado reunidos num jantar na noite de quinta-feira, num encontro no qual o português terá, primeiro de tudo, oficialmente revelado o interesse do Benfica e num segundo momento assegurado que o seu plano passa por continuar no emblema carioca.

Esta terá sido a primeira vez que JJ falou abertamente com a direção do Flamengo sobre os rumores e o interesse do Benfica, um silêncio que segundo a imprensa brasileira estava a causar algum desconforto na cúpula do clube. 

Ainda assim, o Globoesporte não dá o clube da Luz como 'derrotado' nesta luta e adianta que as águias irão aproveitar a viagem do técnico a Portugal, logo após a final do Carioca, para tentar convencê-lo a mudar de ideias.

Salário oferecido por Vieira muito baixo. Segundo o jornal Record, Luís Filipe Vieira parece não estar disposto a entrar em loucuras pelo técnico amadorense e terá oferecido até aqui um salário bastante inferior ao que o treinador recebe atualmente no Flamengo: Aproximadamente quatro milhões de euros líquidos. Perante este cenário, o técnico considera que não se justifica deixar o emblema de Rio de Janeiro, clube onde se sente feliz e é adorado, para regressar a Portugal. Além disso, desportivamente está num clube atrativo, com muito por conquistar, nomeadamente, vencer a Taça Libertadores. É verdade que Jorge Jesus vê com bons olhos o regresso a Portugal e, também no Benfica, estaria a lutar por títulos, mas aqui, a decisão do técnico, de 65 anos, ficaria dependente do salário, o que, por enquanto, não o atrai a regressar a Portugal. Pelo menos para já. É que, além disso, Jesus renovou com o Flamengo no início de junho, um clube que sempre demonstrou grande vontade que continuasse e fez todos os esforços para que tal acontecesse, aquilo que o Benfica parece não estar disposto a fazer, para já.

AVB sonha com presidência do FC Porto e quer o título. André Villas-Boas nunca escondeu que não quer ser treinador até ter cabelos brancos. “A minha ambição de carreira sempre foi curta, para treinador de futebol. Comecei em 2009 com a meta de acabar em 2023, 2024. Isso depende um bocado das circunstâncias. Onde estiver, como estiver e o que estiver a acontecer. Neste momento, sinto-me bem em Marselha. Perdi dois grandes amigos, com a saída do Zubizarreta e do Albert Valentin. No entanto, as coisas estão a funcionar bem, mais calmas. Resta-me um ano de contrato e, depois, mais uns desafios”, explica.

Entre esses desafios está o sonho de marcar presença num Campeonato do Mundo. “É um bocado impossível ditar os próximos passos, se bem que eu gostaria ainda de treinar uma seleção e disputar um Mundial. Resta talvez esse cenário de 2022, no Mundial do Qatar”, sublinha. O último passo, esse é mais claro. Passa por conseguir “a cadeira de sonho” na presidência do FC Porto. “Vamos ver, há muitas implicações que estão em causa. Essa é uma das minhas grandes ambições, comandar o clube do meu coração, esperemos que sim. Não sei se será uma das próximas, mas será sempre um objetivo de futuro”, conclui.

Assumidamente portista, André Villas-Boas está feliz por ver o FC Porto perto do título, mas reconhece que este não foi um campeonato normal. “Distâncias de seis ou sete pontos, como tinha o Benfica, costumam ser suficientes para se ganhar vantagem e espaço de manobra, que levaria o 1º classificado até ao título. Curiosamente, não foi o caso nestas últimas duas épocas. Não é normal, não é comum, porque os ‘grandes’ não perdem tanta quantidade de pontos, mas é também um bom sinal para o campeonato português, podemos dizer que há um reforço de competitividade”, salienta o técnico, que manifestou ainda o desejo óbvio para a próxima semana.

“Espero que o FC Porto se sagre campeão. No ano passado não conseguimos o título, pelo que seria bom regressar novamente aos triunfos”, apela.

“Não vou perder tempo com quem não existe como benfiquista”. No programa Grande Área, da RTP3, na quinta-feira, o antigo técnico encarnado, Manuel José, teceu uma consideração que visa o caráter de Rui Gomes da Silva, ex-vice-presidente do Benfica e candidato à liderança do clube.

“Aquele Rui Gomes da Silva só destila veneno. Não presta para nada. Se ele for presidente do Benfica, deixo de ser benfiquista. Ele passa a vida a dizer mal do Luís Filipe Vieira”, afirmou Manuel José, na estação pública.

Confrontado com estas palavras, Rui Gomes da Silva recusa comentários, ainda que profira uma frase esclarecedora. “Não vou perder tempo com quem não existe como benfiquista”, diz, em declarações ao portal Bancada.

O advogado explica que a sua candidatura é extremamente exigente e não lhe permite desviar a atenção para questões que considera irrelevantes.

“Não tenciono comentar. Tenho muitos benfiquistas com quem falar. Ando em ‘tour’ pelo País, a explicar o meu projeto. Não vou perder tempo”, repete.

Rui Gomes da Silva vai concorrer à liderança do clube da Luz, enfrentando nas eleições Luís Filipe Vieira e também o candidato Bruno Costa Carvalho, num ato eleitoral que decorrerá em outubro.

Tem sido uma das vozes mais ativas na crítica a Vieira. E depois do empate do Benfica em Famalicão, ontem, Gomes da Silva voltou à carga.

“Lamento que seja preciso perdermos o segundo campeonato em três para que percebam que Luís Filipe Vieira nada mais tem a dar ao clube, mas só a si próprio”, reagiu.