Pagar 16,5M€ ao Sporting. Rafael Leão tem difícil escapatória; Benfica pondera pedir fim da OPA; Brasileiros com menos de um mês para chegar a acordo com o Sporting; Ex-Dragão lembra: "Foi difícil passar de jogar na champions para a championship"

Em entrevista à FourFourTwo, o internacional português Rúben Neves abordou a saída do FC Porto para o Wolverhamtpon, em 2017, rendendo cerca de 18 milhões de euros aos dragões.

Na altura, os wolves estavam no Championship, o segundo escalão inglês, mas nem isso afastou o médio do Moulinex. «O Nuno [Espírito Santo] conhecia-me bem, depois de uma temporada no FC Porto e deu-me oportunidade de me juntar ao Wolverhampton. Foi uma decisão difícil para mim, é uma grande mudança passar de jogar a Champions para o Championship, mas eu vi o projeto», atirou, explicando o que o levou a assinar.

«Eu vi quão motivado o treinador estava e vim para fazer o meu melhor. Era muito novo e eu sabia que se as coisas corressem bem, jogaria na Premier League. Esse é o sonho de qualquer jogador», assinalou.

O Sport Recife tem já menos de um mês, até 18 de abril, para chegar a um acordo com o Sporting que permita regularizar uma dívida de 1 milhão de euros, relativa à transferência do avançado André, que remonta a janeiro de 2017. A FIFA notificou o clube brasileiro, a 4 de março, da obrigatoriedade de pagar o valor no prazo de 45 dias, sob pena de não poder inscrever jogadores durante um ano e meio, perder pontos ou até ser despromovido. Pressionado pelo prazo e pelas possíveis sanções, o Sport Recife alega que não tem condições para liquidar o montante de uma só vez. “Estamos a trabalhar nisso desde o ano passado. Agora com a FIFA dar esse prazo nós agilizamos e pode ser que em breve tenhamos notícias. Precisamos de parcelar. Não há forma de pagar tudo. Tentaremos um acordo”, disse o presidente do Sport Recife, Milton Bivar, citado pelo ‘Diário de Pernambuco’. André foi contratado ao Corinthians em 2016 por 1,2 milhões de euros e saiu pela mesma quantia logo no mercado de inverno, após 15 jogos e 3 golos em Alvalade. Para resolver a dívida, o Sport Recife ofereceu parte dos direitos económicos de dois jogadores (o central Adryelson e o avançado Juninho) mas o Sporting recusou. Em março de 2018, André foi transferido para o Grémio de Porto Alegre por 1,8 milhões de euros.

Rafael Leão tem difícil escapatória. A decisão do TAD que impõe a Rafael Leão o pagamento de 16,5 M€ ao Sporting, por ter rescindido o seu contrato sem justa causa, será um cenário difícil do avançado reverter. Pelo menos esta é a análise do advogado e especialista em Direito do Desporto, Pedro Rosa.

"A decisão é passível de recurso, mas, uma vez que estamos em arbitragem, os motivos de recurso são muito reduzidos. É preciso encontrar alguma novidade, ou na composição do painel arbitral ou uma nulidade na própria decisão. É verdade que é passível de recurso, no entanto as motivações e os fundamentos que podem permitir recurso são muito mais reduzidos", disse, acrescentando: "Rafael Leão poderá avançar com o recurso para o Tribunal Administrativo em Portugal. Nós estamos na jurisdição nacional. Aliás, o que a FIFA disse foi para tratarem disso em Portugal uma vez que há uma ação lá a decorrer. Mas é uma situação muito difícil para o Rafael Leão reverter. Enquanto numa situação de primeira instância, num tribunal comum, o tribunal de segunda instância pode ter uma visão diferente, aqui têm que estar reunidos pressupostos muito apertados", disse ao jornal O Jogo.

Benfica pondera pedir fim da OPA. O Benfica está a ponderar solicitar à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a revogação da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada em novembro do ano passado sobre a própria SAD, noticia esta sexta-feira o Jornal Económico.
A crise nos mercados provocada pela pandemia de Covid-19 estará a influenciar esta posição, com os responsáveis do clube a ponderar invocar o artigo 128º do Código dos Valores Mobiliários, que estipula que «em caso de alteração imprevisível e substancial das circunstâncias que, de modo cognoscível pelos destinatários, hajam fundado a decisão de lançamento da oferta, excedendo os riscos a esta inerentes, pode o oferente, em prazo razoável e mediante autorização da CMVM, modificar a oferta ou revogá-la».
A OPA, recorde-se, foi lançada em novembro, com o clube a propôs pagar 5 euros por ação, com um prémio substancial face ao valor a que as ações negociavam no anúncio da oferta.