19 fevereiro 2020

Sócio de LFV reforça posição na SAD do Benfica em plena OPA; "Houve quem tentasse banalizar", dizem os dragões sobre o 'caso Marega'; SAD do Sporting teme comportamento das claques amanhã

Contestação é palavra de ordem em Alvalade. Quer pelo mau momento na Liga, quer pelo conflito mantido com as claques Juventude Leonina e Directivo Ultras XXI após a quebra do protocolo, já no decorrer da presente temporada. Ora, com este clima de crispação, a SAD teme pelo mau comportamento dos adeptos na receção ao Basaksehir – primeira mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa – e eventuais castigos da UEFA, escreve o Record.
Os jogos com FC Porto e Benfica, em janeiro, ficaram marcados por incidentes graves,devido a tochas e outra pirotecnia. Depois do clássico com os dragões, a sociedade foi multada em 19.636 euros pelo Conselho de Disciplina da FPF. E após o dérbi com as águias, chegou uma fatura de 8.288 euros. Perto de 30 mil euros em apenas duas multas.

Sócio de Luís Filipe Vieira reforça posição na SAD em plena OPA. O empresário José António dos Santos reforçou a participação na SAD benfiquista. Apesar de um potencial conflito de interesses avançado pelo Expresso — baseado nas ligações empresariais que o líder do grupo tem com Luís Filipe Vieira —, o presidente do grupo Valouro revela ao jornal PÚBLICO que, na segunda-feira, comprou acções no valor de “largas centenas de milhares de euros”, aumentando assim uma participação que se cifrava nos 12,7% do capital social da SAD.
O empresário não detalhou valores exactos nem a proveniência destas acções, invocando dever de sigilo, reiterando, contudo, que não aproveitará para vender a participação na oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela SAD “encarnada”, algo que lhe permitiria encaixar um lucro de perto de 11 milhões de euros.
“Repare, não estou a dizer que não podia vender [e lucrar]. Podia ser um belíssimo negócio para o Benfica, mas para mim era um mau negócio. Estas acções têm um potencial de valorização muito forte”, defende o empresário, responsável pelo grupo Valouro, um dos maiores grupos do sector agro-alimentar português.
O Benfica anunciou em Novembro do ano passado uma OPA sobre 28,06% do capital disperso em bolsa, operação que lhe permitirá o controlo quase total da sociedade anónima desportiva, da qual a Sport Lisboa e Benfica SGPS já controla 66,9%. O clube oferece cinco euros euros por acção, valor que representa um prémio superior a 80%, visto que as acções estavam, na altura, a ser comercializadas a 2,76 euros. A operação financeira motivou os investidores, com as acções a serem actualmente comercializadas a 4,53 euros.
José António dos Santos, com uma participação que, com a mais recente transacção, supera os 13%, poderá ser um dos maiores beneficiários desta operação. A maior parte do capital que o empresário possui na SAD “encarnada” foi adquirido em Março de 2017, quando José António dos
Santos comprou 840 mil acções ao Novo Banco (aproximadamente 7,87% do capital social), com o preço unitário de 1,05 euros, valor muito abaixo dos actuais cinco euros oferecidos pelo Benfica. O primeiro grande investimento na SAD teve lugar em Março do mesmo ano, quando o presidente da Valouro adquiriu 840 mil acções ao grupo Somague. De acordo com o Expresso, a mais-valia destas duas operações cifrar-se-ia nos 11 milhões, caso o empresário vendesse a sua participação nesta OPA.
O empresário confirma a amizade com “mais de 50 anos” que tem com o presidente Luís Filipe Vieira e a parceria em duas empresas, a Sul Crescente e a Palpites e Teorias. A primeira está dividida em três partes, repartidas entre Maria Gomes dos Santos (esposa do presidente da Valouro),
Luís Filipe Vieira e uma terceira sócia, Elisa Severino. A segunda empresa, também dividida por três sócios, conta com participações de José António dos Santos, Sara Vieira (bióloga e filha de Luís Filipe Vieira) e novamente Elisa Severino.
Questionada pelo PÚBLICO, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) adiantou que o processo está a seguir os “trâmites normais”, mas recusa-se a detalhar se está a avaliar um potencial conflito de interesses entre Luís Filipe Vieira e José António dos Santos.
Também Filipe Vieira preferiu não prestar esclarecimentos ao PÚBLICO sobre estas ligações. Fonte oficial dos “encarnados” remeteu para as declarações já prestadas sobre o assunto.
O relatório e contas das “águias” relativo a 2018-19 liga Luís Filipe Vieira a três empresas: Promovalor, a Verdelago e a Imosteps. Contudo, não há menção às sociedades Sul Crescente e Palpites e Teorias. Ao Expresso, Luís Filipe Vieira afirmou não ver conflitos de interesse na OPA, relegando para a CMVM os “termos legais em que a operação pode decorrer”.
A Imobiliária do Sul Crescente, de que fazem parte Luís Filipe Vieira e a cônjuge do maior accionista individual da SAD, foi constituída em Abril de 2017, menos de três semanas após a compra de acções à Somague. Inicialmente, o capital da empresa estava repartido entre Maria Isabel Gomes dos Santos e o marido mas, em Junho de 2017, já depois de ter reforçado a sua participação na SAD com as acções do Novo Banco, o empresário cessou a sua participação na empresa, sediada na sua habitação. O timing das operações foi “mero acaso”, garante José António dos Santos, bem como a localização da empresa, que não está incluída no universo empresarial do grupo Valouro.
Para Eduardo Silva, gestor da plataforma de trading XTB, a subida das acções “parece normal, se posso ir ao mercado, comprar barato e vender mais caro, evidentemente leva a uma valorização garantida”. O gestor defende ainda que uma possível entrada futura de um parceiro estratégico com o capital adquirido ainda é mera especulação, mas admite que haja “desenvolvimentos, ninguém acredita que este assunto fica por aqui”, finaliza o gestor.

"Houve quem tentasse banalizar". O Diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, comentou no programa Universo Porto - da Bancada, no Porto Canal, os insultos racistas a Moussa Marega, no encontro do último domingo no Estádio D. Afonso Henriques entre Vitória de Guimarães e FC Porto.
O dirigente portista sublinha que se apercebeu do que aconteceu até pela transmissão televisiva e diz não entender como tenha havido quem "tenha procurado simplificar e banalizar ou levanta a dúvida" sobre se tratariam ou não de insultos racistas.
"Pela transmissão televisiva deu para perceber o que estava a passar. Eu apercebi-me. Vou até revelar uma troca de mensagens com o Dr. Nuno Brandão, um dos nossos advogados. Ele perguntou-me se os adeptos do Guimarães não entoaram cânticos de macacos contra o Marega entre os minutos 62 e 63. Eu disse-lhe que sim e que já tinha pedido para cortar esse excerto. Ou seja, antes de o Marega ter enchido a paciência, já nós em casa nos tínhamos apercebido que quando a bola estava com ele havia aquele som. Isto vem tornar mais difícil entender algumas pessoas que procuraram simplificar e banalizar ou levantar a dúvida se por ventura estávamos perante um ato racista ou não", começou por dizer Francisco J. Marques.
"Estamos a falar de uma coisa que logo a seguir se vem a perceber quando o Marega diz que não está para continuar a aturar aqueles comportamentos. Mas já antes, quando ele marcou o golo, aquele gesto para a pele que fez tinha de ter significado. Há muitos dados para perceber o que aconteceu. Depois há outra coisa: há uma autoridade da polícia a confirmar que houve insultos racistas. Quantas vezes vimos uma autoridade policial confirmar com tanto desprendimento uma coisa? Ali não há que ter dúvidas. Não aconteceu outra coisa, aconteceu aquilo. O comissário disse que não tinha a mais pequena dúvida", prosseguiu.
"Há um sem número de testemunhos e há o que todos vimos. É uma coisa de uma proporção que não é comum. Nunca tínhamos visto coisas destas. E por isso é que nunca tinha causado uma coisa assim. Um jogador sentir-se humilhado e farto... Em relação ao comportamento dos colegas de equipa, é importante dizer que estavam a tentar tranquilizar o Marega, que estava visivelmente perturbado com aquilo. Quem não ficaria? Há uma linha que não pode ser ultrapassada", atirou ainda.
Francisco J. Marques referiu ainda que o grupo de trabalho se uniu em torno de Marega para ajudar o avançado maliano a ultrapassar esta situação.
"O grupo de trabalho está a prestar todo o apoio ao Marega porque é justo que assim seja. Ele merece. É o tipo de jogador que leva muita pancada e que tem sempre um grande fair-play para com os adversários. Tem um comportamento irrepreensível. Agora, passou por isto há que o ajudar a superar. Toda a gente está a contribuir para isso. E o FC Porto não está a procurar tirar aproveitamento disto. O senhor presidente quando recorda que o atleta recebeu das suas próprias mãos a distinção de dragão de ouro só diz que nós não descobrimos que ele era bom agora. Nós já o tínhamos premiado e nós bem sabemos o atleta e o homem que ele é. Nós, em devido tempo, distinguimos o Marega como um dos melhores entre os melhores. O que eu destacava das declarações é isso", concluiu.

1 comentário:

  1. "Acusaram-no" de ter "informação privilegiada" o que o teria levado a comprar milhares de acções do Benfica, para, agora, retirar benefícios da OPA.
    Agora que o pedido de OPA é público e o valor proposto para as acções é conhecido (5€) acusam-no de quê, por ter comprado acções na segunda-feira?
    ...
    Ou será que, afinal, as acções do Benfica estão sub-avaliadas e investir na SAD é um negócio lucrativo?
    Ou será que, afinal, o valor oferecido na OPA não é assim tão alto, e a OPA pode ser um bom negócio para o Benfica?
    Ou será que, afinal, a SAD do Benfica está de boa saúde e recomenda-se, ao contrário da SAD do SCP completamente falida e da SAD do FCP a caminho da falência.
    Será esta afinal, a razão de tanta inveja e tanta maledicência dos dragartos e "verdadeiros, verdadeiros benfiquistas" arregimentados atrás do "grande" RGS.

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