12 novembro 2019

'Grandes' devem mais de mil milhões de euros. Dívida à banca dos leões supera a dos rivais juntos; Extremo fica sem espaço mas rejeita deixar o Benfica; Direção leonina reduz apoio às claques a um terço. Conheça os números

A Juventude Leonina sugeriu à direção do Sporting que tornasse públicos os protocolos assinados em 2017 e 2019, de modo a provar que aquele que está em vigor "supera em muito" o anterior, no que diz respeito a "apoios para viagens, apoios às coreografias e suportes logísticos". Por exemplo, "o direito de utilização gratuita de um lugar de estacionamento" passou a estar contemplado.
Ora, o jornal Record teve acesso aos dois documentos e, se é um facto que o protocolo da Juve Leo para a temporada 2019/20 define um plafond de 12.500 euros para "despesas de transporte inerentes à deslocação aos jogos disputados na condição de visitante" – rubrica que não existia no anterior –, não deixa de ser uma realidade que este valor é totalmente absorvido, na comparação, por aquele que era gerado pelas 400 a 420 ‘Gameboxes Claque’, sem qualquer custo, e que [calculadas com base no preço pago pelos sócios] poderiam gerar receitas anuais superiores a 200 mil euros.
No estudo que serviu de base ao protocolo para a temporada 2019/20, que inclui os quatro grupos organizados de adeptos (GOA), concluiu-se que o documento assinado a 12/7/2017 envolvia potenciais receitas em bilhetes a rondar os 689 mil euros, do quais o clube recebia 172 mil: o apoio total aos GOA era de 517 mil euros. Em contrapartida, o que vigorou – e continua a vigorar para Torcida Verde e Brigada –, entre julho e outubro de 2019, mexe com valores na ordem dos 331 mil euros, dos quais as claques suportam quase 180 mil euros: o apoio total aos GOA passa a ser de 152 mil euros, ou seja, menos de um terço do anterior acordo.
Sintetizando, os GOA estão à luz do novo protocolo obrigados a entregar uma fatia maior de um bolo que é, sem dúvida, mais pequeno. Talvez, por isso, Frederico Varandas tenha sublinhado, no final do jantar na Quinta do Paul, em Leiria, que a sua direção foi a primeira "a ter a coragem de acabar com um negócio que nada tem a ver com apoio genuíno".
Para estes valores tão díspares [152 mil em vez de 517 mil euros] contribuem outras benesses que eram concedidas anteriormente, como a possibilidade de aquisição de 246 bilhetes de época por 30 por cento do valor praticado junto dos sócios; ou os ingressos adquiridos jogo a jogo, que permitiam um encaixe imediato de 60 mil euros. E havia ainda os 50 convites para os encontros das diversas modalidades e as Gameboxes mais baratas para o Pavilhão João Rocha.


Caio Lucas rejeita deixar o Benfica. O Benfica irá fazer alguns ajustes em janeiro – a chegada de Yoni González é uma delas – e há vários jogadores que podem deixar o plantel. Além de Conti, a SAD não descarta a saída de Caio Lucas, por empréstimo ou mesmo em definitivo, desde que a proposta seja atrativa para todas as partes. A administração do clube da Luz está recetiva a um negócio, mas o extremo pretende continuar no Benfica, pelo menos até final da temporada. O Record avança que Caio Lucas, de 25 anos, não equaciona deixar as águias em janeiro, tanto por motivos minutos jogos a titular profissionais como pessoais. O ex-jogador do Al Ain (Emirados Árabes Unidos) sente-se bem em Lisboa, está a poucos meses de ser pai, e por isso não pondera uma mudança nesta fase. Além do mais, quer mostrar todo o seu potencial e a razão de ter sido contratado (o Benfica despendeu mais de 4 milhões de euros na aquisição, apesar de o brasileiro estar em fim de contrato com o Al Ain). Em todo o caso, a passagem pelos encarnados tem sido discreta, ao ponto de o extremo só ter sido utilizado por Bruno Lage em seis ocasiões, duas como titular. O jogador canarinho foi, essencialmente, uma alternativa a Rafa e agora a Cervi, que tem sido o escolhido para jogar no lado esquerdo do ataque. Na direita, Pizzi e Gedson reúnem maior preferência. Como se percebe, o contexto acaba por não ser o mais favorável, mas Caio entende ter condições para continuar de águia ao peito na segunda metade da temporada. O extremo tem mercado nos países árabes e essa porta poderá abrir-se de novo num futuro próximo.


Benfica, FC Porto e Sporting terminaram a época passada com um passivo conjunto de 1,118 mil milhões de euros. O mesmo é dizer que os três grandes precisariam de realizar um encaixe 9,3 vezes idêntico à venda de João Félix ao Atlético Madrid no último defeso, por 120 milhões (a maior transferência de sempre do futebol português), para pagarem a totalidade da dívida, escreve o CM.
As SAD encarnada, portista e verde-e-branca até estão a dever menos 27 milhões de euros (2,4%) do que em 2017/18 (1,145 mil milhões), uma descida que compensa a queda registada no ativo, que baixou 5 milhões de euros (0,4%), de 1,180 mil milhões para 1,175 mil milhões. Daí resulta que o saldo positivo entre ativo e passivo aumentou de 35 milhões para 57 milhões.
Entre os três grandes, o Benfica foi claramente o campeão das contas. Terminou a época 2018/19 com o maior lucro (29,3 milhões de euros contra os 9,5 milhões do FC Porto), enquanto o Sporting nem conseguiu sair do prejuízo. Ainda assim, os leões melhoraram as perdas de 19,9 milhões para 7,9 milhões.
O Benfica também é o clube com os capitais próprios (o valor que resta depois de vender todos os ativos para pagar os passivos) mais elevados e a menor dívida financeira. Entre bancos, empréstimos obrigacionistas e outros instrumentos financeiros, as águias têm a pagar 146 milhões, menos que os 222 milhões dos dragões ou os 150 milhões dos leões.
O Sporting tem, no entanto, uma vantagem sobre os dois crónicos rivais: o passivo corrente mais baixo. A SAD leonina tinha 141 milhões de euros em dívidas de curto prazo (a pagar nos próximos 12 meses), logo uma menor pressão ao nível da liquidez. Esse valor no Benfica ascendia a 166 milhões e no FC Porto a 210 milhões.
Entre empréstimos e valor a descoberto nas contas, a 30 de junho deste ano o Sporting devia 42 milhões de euros a bancos.
Este valor é superior ao total (32,1 milhões) que Benfica (12,5 milhões) e FC Porto (19,6 milhões) tinham por pagar à banca, em conjunto, na mesma data. Os dragões deviam mais em empréstimos obrigacionistas e outros instrumentos financeiros (202,6 milhões) do que águias (132,9 milhões) e leões (107 milhões).

3 comentários:

  1. Que forma de dar a noticia "Divida a Banca dos Leões supera a dos rivais juntos".
    Or estamos a falar de 42 M€ vs 32M€ agora peguem nesses valores e comparem com os Empréstimos Obrigacionstas e outros instrumentos financeiros ... o SLB sozinho 203M€ tem quase tanto como o SCP 107M€ e o FCP 133M€ ... esta merda não é uma "noticia"

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    1. Efabulações no Domínio do Fantástico12 de novembro de 2019 às 12:17

      Mais uma "notícia" martelada para tentar mostrar uma realidade paralela. Dar só uma parte da fotografia é mentir e manipular a realidade e a informação.

      Lá por tentarem colocar baton num porco este não deixa de ser porco.

      Os lagartos têm um passivo e dívidas totais de 325M. Os VMOCS contam como passivo. Os juros já começam aproximar-se dos 20M. O activo não cobre as dívidas.

      Os corruptos têm um passivo e dividas totais de 420M. Os juros já ultrapassam os 20M. Os activos não cobram as dívidas.

      No Benfica, o único passivo que tem são os 120M dos empréstimos obrigacionistas. A restante dívida é divida corrente devido ao funcionamento normal de uma empresa. Os activos cobrem muito bem as dívidas.
      Os juros têm vindo a baixar e este ano devem tocar os 10M quando já estiveram nos 20M.

      Mais importante do que a fotografia tirada num determinado dia, 30 de junho, é a tendência que se observa há anos.
      Enquanto os dragartos, já mais que falidos (mais de 200M negativos de resultados acumulados e falência técnica), continuam a aumentar a dívida e o passivo assim como os juros que essa dívida custa, o Benfica continua baixar a sua dívida e os juros que ela custa. E já tem os CP positivos. Assim como continua a aumentar os proveitos e os resultados líquidos.

      E não há forma de mudar este registo nos próximos anos.
      É lidar!!!
      E mentir menos!!

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    2. O Sporting e o Porto estão em falência técnica (Passivo superior ao Activo). O Benfica está com Capitais Próprios positivos (Activo superior ao Passivo), tendo mesmo ultrapassado o valor do Capital Social que é de 120M€.
      Por isso meter o Benfica, com contas muito positivas, no mesmo saco de Sporting e Porto tecnicamente falidos, não é jornalismo é facciosismo clubistico e tentativa canhestra de iludir a realidade.

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