24 outubro 2019

Empresário diz que Rafa "tem-se dado ao sacrifício" no Benfica; "Candidatar-me às eleições do Sporting? Nunca equacionei essa hipótese"; Directivo Ultras XXI asseguram que protocolo com o Sporting está válido

Vinte minutos. Foi quanto durou o regresso de Rafa aos relvados no jogo com o Lyon. Tempo ainda assim suficiente para apontar o primeiro golo do Benfica, antes de ser substituído por Pizzi, devido a lesão. António Araújo, representante do extremo, deu conta da «tristeza» do jogador, que, salientou, «tem-se dado ao sacrifício» desde a partida com o Moreirense.
«O Rafa estava triste e a tristeza só não foi maior porque o Benfica conseguiu levar de vencido o Lyon. [Em relação ao tempo de paragem] Só o corpo clínico sabe responder a essa questão», afirmou, em declarações à Rádio Renascença.
«O Rafa, no jogo Moreirense-Benfica, levou uma pancada violenta e desde aí ficou com essa mazela. Mas, como grande profissional que é, tem-se dado ao sacrifício, estado disponível e sempre que o técnico chama por ele, ele diz presente. Como ainda ontem [quarta-feira] aconteceu», salientou.

"Candidatar-me às eleições do Sporting? Nunca equacionei essa hipótese". António Pires de Lima rejeita que o presidente do Sporting seja refém do que chama de "momentos de rebelião". Para este sócio do Sporting, a crise que o clube de Alvalade atravessa, uma vez mais, deriva da ausência de resultados. Mas tal não deve hipotecar o mandato de Frederico Varandas e seus pares.
"Quando não se ganha é mais difícil manter a estabilidade e o respeito institucional. O meu apelo como sportinguista é que os adeptos se unam. É evidente que o percurso desta direção tem tido vitórias, méritos, mas também tem tido alguns erros. Erros que são normais em quem está a dirigir uma instituição como o Sporting, com uma equipa nova. Ninguém pode estar satisfeito com os resultados da equipa de futebol, este ano, mas os clubes ganhadores pautam-se pelo respeito e lealdade institucionais. Esta direção deve ser avaliada, e será bom que num próximo ato eleitoral possam surgir as alternativas próprias de uma instituição democrática. Mas no tempo próprio. Tempo próprio correspondente àquilo que é o exercicio de um mandato. A presidência não pode estar pendente dos resultados circunstanciais, nem de momentos de rebelião institucional, a cada tropeção da nossa equipa principal de futebol", refere, em entrevista a Bola Branca, o economista e empresário.
"Todos aqueles que são sportinguistas de corpo e alma, independentemente de gostarem mais ou menos da liderança do nosso presidente, aquilo que querem é paz institucional no clube. Sem paz e sem estabilidade não se consegue construir nada", exclama.
Em atos eleitorais recentes, o nome de Pires de Lima chegou a ser colocado em cima da mesa como possível candidato à liderança, o que jamais se confirmou. Agora, perante as mais recentes "movimentações de bastidores", é o próprio que faz questão de descartar - logo à partida - qualquer intenção de avançar.
"Eu nunca equacionei essa hipótese [ser candidato à presidência do Sporting]. Eu sou do Sporting, porque gosto do Sporting, não tenho qualquer ambição pessoal [a esse nível]. Mas, ainda que tivesse, acho que ela só deveria ser exercida no tempo próprio. Esta mensagem não é para mim, porque não sou candidato a nada, mas o tempo próprio é no fim do mandato para o qual esta direção foi eleita", esclarece, antes de concluir com um novo apelo à união do universo sportinguista. Neste caso, com a desavença entre claques e direção em pano de fundo.
"O presidente do Sporting está a atuar com coragem, mas aquilo que eu desejo é que o ambiente entre todos aqueles que são sportinguistas se possa normalizar", termina.

A claque Directivo Ultras XXI assegurou, esta quinta-feira, que o protocolo com o Sporting irá permanecer válido, por desconformidade na rescisão por parte do clube leonino. O Grupo Organizado de Adeptos (GOA) emitiu um comunicado, onde revela ter informado, na quarta-feira passada, sobre resolução do acordo celebrado com o emblema de Alvalade no dia 31 de julho de 2019.
Contudo, o Directivo alega o incumprimento de duas cláusulas neste protocolo para defender a sua validade, nomeadamente a promoção do diálogo para dirimir divergências e a falta de aviso por correio eletrónico desta rescisão.

Leia o comunicado na íntegra:

A Associação Directivo Ultras XXI, na qualidade de Grupo Organizado de Adeptos (GOA) e de Associados do Sporting Clube de Portugal, vem, pelo presente meio, informar os seus Associados e o público em geral do seguinte:

1) No dia de ontem, foi este GOA finalmente notificado, por meio de carta registada com aviso de recepção, datada de dia 20 mas apenas expedida dia 22, da intenção da Direcção do Sporting Clube de Portugal e da Administração da Sporting SAD de procederem à resolução do Protocolo celebrado no passado dia 31 de Julho de 2019;

2) Os fundamentos da referida resolução remetem para o teor do Comunicado do passado Domingo, nomeadamente, acusando falsamente este GOA de uma “sistemática falta de apoio” aos atletas das equipas do Sporting Clube de Portugal, em especial, os da equipa principal de futebol profissional;

3) A referida notificação, à semelhança do anúncio público da mesma, ignora por completo a obrigação, assumida por ambas partes na Cláusula 20.ª do Protocolo, de, previamente a qualquer resolução, promover o diálogo para dirimir eventuais divergências quanto ao cumprimento do mesmo;

4) Acresce que, uma vez mais, verifica-se um manifesto incumprimento dos formalismos necessários para operar a resolução do Protocolo, previstos na Cláusula 21.ª do mesmo, que passamos a citar:

21.1. […] as comunicações dirigidas pelo SCP e pela SCP SAD ao GOA serão válidas se efetuadas:
21.1.1 Por carta registada com aviso de receção para a morada indicada no Anexo I, e
21.1.2 Por correio eletrónico para os endereços eletrónicos indicados no Anexo I.

5) Atento o facto de este último formalismo não ter sido cumprido, o Protocolo mantém-se formalmente válido e em vigor na presente data;

6) Ignorando este facto, a Direcção do Sporting Clube de Portugal decidiu, na passada 3.ª Feira, sem qualquer aviso prévio, cancelar as Gameboxes Modalidades adquiridas onerosamente por Associados do Clube no âmbito da parceria protocolada, impedindo-os de aceder ao Pavilhão João Rocha, dessa forma coarctando de forma inexplicável e ilegal os seus direitos;

7) Igualmente sem qualquer comunicação ou aviso prévio a este GOA ou aos Associados, violando os direitos destes como consumidores, foram canceladas as Gameboxes Futebol adquiridas no âmbito da parceria protocolada, impedindo o acesso dos mesmos ao Estádio José de Alvalade já na noite de hoje;

8) Esta inenarrável situação, à semelhança do sucedido na passada 3.ª feira, não impedirá os Associados que integram este GOA de continuar a marcar forte presença em todo o lado e, em conjunto com a restante Curva Sul, prestar o habitual e sistemático apoio a todas as equipas do Sporting Clube de Portugal que honram e dignificam a nossa camisola;

9) A este propósito, deixamos um agradecimento público a todos os associados anónimos do Sporting Clube de Portugal que, de Norte a Sul e até do estrangeiro, manifestaram a sua solidariedade para com este GOA e disponibilizaram-se para ajudar no sentido de garantir que todos os que viram a sua Gamebox ilegalmente cancelada possam marcar presença em Alvalade, em noite europeia, para apoiar a equipa e, assim esperamos, empurrá-la para a vitória;

10) Deixamos igualmente uma promessa: por muito que tentem, a nós, nunca ninguém nos vai calar!

11) Em qualquer lugar e de qualquer maneira, presentes pelo Sporting, Sempre!

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