Quem é Marcel Keizer, o novo treinador do Sporting?

Após o despedimento de José Peseiro, do comando técnico do Sporting Clube de Portugal, após a derrota por 1-2 frente ao Estoril-Praia, a contar para a Taça da Liga, muitos foram os nomes lançados pela comunicação social, desde Leonardo Jardim e Paulo Sousa, passando também por Leonid Slutsky, Peter Bosz, Miguel Cardoso ou Abel Ferreira, por exemplo.  

Mas Frederico Varandas, Presidente do emblema de Alvalade, fintou esses nomes todos e surgiu, assim, o Marcel Keizer, atualmente ainda a treinar o Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos. E perguntam vocês: quem é Marcel Keizer? Keizer foi um antigo jogador do Ajax de Amesterdão, onde foi treinado por Johan Cruyff, mas que depois teve uma carreira muito modesta como futebolista (SC Cambuur, De Graafschap e FC Emmen). Já como treinador, Marcel Keizer voltou ao seu Ajax, mas antes já havia passado por outros clubes mais modestos do futebol holandês (UVS, SV Argon, VVSB Noordwijkerhout, Telstar, SC Cambuur e FC Emmen). Mas vamos nos focar, apenas, na sua passagem pelo Ajax. 

PASSAGEM CURTA PELA EQUIPA PRINCIPAL DO AJAX

Na época de 2016/2017, Marcel Keizer é contratado para a Equipa B do Ajax e o seu trabalho na equipa secundária, onde treinou jovens promessas, como, por exemplo, André Onana, Matthijs de Ligt, Abdelhak Nouri, Donny van de Beek ou Justin Kluivert, acabou por ser muito elogiado e quando Peter Bosz saiu, para o Borussia Dortmund, foi a escolha para suceder ao técnico que havia levado o emblema de Amesterdão à final da Liga Europa frente ao Manchester United. Mas a temporada de 2017/2018 começou muito mal para o Ajax que viu o jovem Nouri sofrer um ataque cardíaco num jogo de pré-época e, como se isso fosse pouco, o clube de Amesterdão ainda perdeu com o Nice e o Rosenborg, na Liga Europa, e essa situação culminou na saída abrupta de Keizer do clube holandês.    

A FILOSOFIA DE KEIZER

Apesar de Marcel Keizer não ter um grande currículo por aí além, o técnico holandês tem um estilo de jogo muito próprio, onde as suas equipas apresentam um estilo super ofensivo. Com a equipa montada num sistema tático de 4x3x3, Marcel Keizer gosta que as suas equipas construam o jogo desde trás, quer pelos defesas-centrais (primeiras figuras na primeira fase da construção de jogo), quer pelo médio-defensivo que terá de ter a capacidade para verticalizar mais o jogo e com passes curtos e longos dar mais criatividade ao início da fase atacante. Neste seu estilo de jogo super ofensivo e construído desde a defesa, os extremos também têm um papel importantíssimo, já que deve oferecer largura à equipa e os médios interiores têm de se preocupar em aparecer em zonas entre linhas da equipa contrária e procurar combinações quer com os extremos, quer com os avançados. Já no centro do ataque, o ponta-de-lança tem de ter a capacidade para jogar em apoios (Bas Dost poderá ser muito útil nesse aspeto) com os médios interiores, que aparecem várias vezes em zonas de finalização e que não estão preocupados em recuar para construir jogo. Resumindo, a fase de preparação dos lances ofensivos das equipas de Marcel Keizer implica sempre o tridente defesas-centrais-médio-defensivo com o contributo importante dos laterais. Ainda assim, quando não tem bola, Marcel Keizer coloca a sua defesa numa posição mais avançada no terreno de jogo, ficando um grande espaço nas costas que poderá ser sempre aproveitado pela equipa contrária. Por querer que a  sua equipa tenha uma postura mais agressiva e de pressão sobre o portador da bola e por colocar a sua estratégia em marcações individuais também elas agressivas, Keizer deixa a sua equipa mais descompensada, acabando por se formarem buracos de maneira muito comprometedora.        

Ao trazer Marcel Keizer para o Sporting Clube de Portugal, Frederico Varandas quer relançar a aposta nos jovens da formação e levantar esta mesma formação leonina, das trevas em que esteve mergulhada pela Direção anterior, e quer ao mesmo tempo trazer de volta o bom futebol ao Estádio de Alvalade, coisa que não se via, nem pouco mais ou menos, com José Peseiro. Agora terá que ser dado o benefício da dúvida a Marcel Keizer, tal como foi dado ao seu antecessor.