Antero Henrique pondera abandonar o FC Porto. Carlos Freitas ou Carlos Queiroz podem chegar ao Dragão

Não é a primeira vez que tal acontece, mas fontes contactadas pelo o jornal DN garantem que é a mais séria de sempre e pode concretizar-se: Antero Henrique, ligado ao FC Porto desde 1990 e atual número dois de Pinto da Costa, está a estudar seriamente a possibilidade de deixar o clube azul e branco.

Antero Henrique subiu a pulso no organigrama portista; começou em 1990 como tarefeiro, passou para coordenador da revista Dragões, de onde saltou para diretor de relações externas até se fixar como número dois de Pinto da Costa, tendo o futebol profissional sob o seu controlo. Hoje, acumula a função de diretor-geral com o cargo de vice-presidente do clube.

Tudo parecia correr bem, até porque o FC Porto desde o início do século acumulou muitos títulos e ganhou tudo o que havia para ganhar a nível europeu e mundial. No entanto, as pazes feitas por Pinto da Costa com o filho, Alexandre, em 2011, mudou o dia-a-dia de Antero Henrique, que passou a ter no filho do presidente portista um opositor às suas ideias, provocando duas fações dentro de um clube que sempre tinha sido uma grande amostra de união para o exterior.

Isso somado ao tricampeonato do Benfica e à perda de nove competições consecutivas levou a que Antero Henrique – outrora convidado por Chelsea, Tottenham e PSG – começasse a ser bastante questionado internamente. Aliás, hoje existe uma oposição latente dentro do FC Porto a Antero Henrique e nem toda ligada diretamente a Alexandre Pinto da Costa, que exige um assumir de responsabilidades por parte do diretor-geral. 

Desde que o FC Porto se sagrou tricampeão, em 2013, que Pinto da Costa e Antero Henrique têm divergido na escolha do treinador. Logo após a saída de Vítor Pereira, que ganhou dois campeonatos em dois anos consecutivos, o presidente azul e branco preferiu Paulo Fonseca, ao passo que Antero desejava contratar o brasileiro Mano Menezes ou, em alternativa, Marco Silva. Vingou, claro está, a ideia de Pinto da Costa.

O mesmo passou-se quando foi escolhido o sucessor de Luís Castro, que tinha ficado como interino após a saída de Paulo Fonseca. Antero fez força por Marco Silva, mas Pinto da Costa enamorou-se de Julen Lopetegui.

Segundo garantem ao DN, quando o espanhol deixou o Dragão, Antero Henrique opôs-se frontalmente à contratação de Sérgio Conceição, proposto por Alexandre Pinto da Costa. Voltou a pôr em cima da mesa o nome de Marco Silva, um treinador que o dirigente aprecia bastante, mas acabou por ser um técnico consensual a vingar de modo a contentar gregos e troianos, no caso José Peseiro, com o qual Antero Henrique mantém uma longa amizade até de troca de informações e opiniões no que diz respeito a jogadores sinalizados pela estrutura portista. 

Neste momento, e segundo o DN apurou, Antero Henrique quer perceber se tem condições para continuar a desempenhar as funções exercidas até ao momento. E só depois de estar na posse de todos os dados vai tomar uma decisão definitiva.

Ainda assim, há um dado novo que não deixa de ser surpreendente. No seio do universo portista, há duas figuras que começam a ser faladas para suceder a Antero Henrique caso este decida sair: Carlos Freitas, antigo diretor desportivo do Sporting que abandonou recentemente os franceses do Metz, e Carlos Queiroz, atual selecionador do Irão, que mantém uma relação de grande amizade com Pinto da Costa.

Os próximos dias serão decisivos.