Sporting levou nega e dinheiro de Bruno Fernandes fica bloqueado; FC Porto lembra títulos dos rivais na "ditadura" e os seus em "democracia"; Foto onde surgem os SuperDragões leva a 'ataque' da Juve Leo aos leões: "vergonha", "demência" e "amadorismo"; "Tinha tudo certo com o Benfica mas se não tivesse tomado a decisão que tomei ali [assinar pelo FC Porto], nunca tinha conquistado todos aqueles troféus

Através da publicação digital Dragões Diário, o FC Porto aponta «dois factos» que demonstram a repercussão que a chamada 'revolução dos cravos' teve também no futebol.

«A 25 de abril de 1974, há 46 anos, Portugal deixou de ter a ditadura mais velha da Europa Ocidental. O dia que abriu caminho à democratização do país veio a repercutir-se mais tarde na história do futebol português, e há dois factos que o espelham de forma muito clara», pode ler-se na publicação, que aponta:

«1. Até 1973/74, os clubes de Lisboa venceram 35 campeonatos em 40 possíveis, ou seja, 87,5% do total. Desde então, o FC Porto ganhou mais de metade das edições da prova: 23 de 45, correspondentes a 51,1% do conjunto, alcançando até um recorde de cinco triunfos consecutivos.

2. Durante a ditadura, a conquista de títulos europeus foi um exclusivo de equipas de Lisboa, que ganharam três. Em democracia, o FC Porto já arrecadou sete troféus internacionais, tornando-se, a larga distância, o clube português com mais sucesso nas provas mais difíceis e prestigiadas do planeta.

Não há, por isso, como mascará-lo. A revolução de há 46 anos esteve na génese de uma transformação profunda no país, que ao nível do futebol teve como principal consequência a ascensão do FC Porto ao estatuto de campeão dos campeões em democracia. Não era por acaso que Pedroto festejava títulos com cravos.»

Dinheiro de Bruno bloqueado. A incerteza do mercado financeiro motivada pela covid-19 tramou os leões numa operação de factoring – antecipação de receita com desconto – que, segundo O Jogo, é vital para que os leões possam cumprir com uma série de obrigações económicas, concretamente o pagamento da primeira parcela da transferência de Rúben Amorim do Braga para Alvalade, no valor de cinco milhões de euros (M€). Em causa está precisamente o montante encaixado pelos leões com a transferência de Bruno Fernandes para o Manchester United, que representa um encaixe de 55 M€ de componente fixa e, de acordo com informações recolhidas pelo jornal, será pago no decurso do próximo ano em quatro parcelas, cada uma de 13,75 M€, o qual pretende-se dar a desconto para que fosse possível entrar em Alvalade no imediato uma verba aproximada da componente fixa, isto porque esta operação estava sujeita a negociação de uma taxa.

Inicialmente, estava em cima da mesa precisamente uma discussão entre os 3% e 5% de comissão de negócio, digamos assim, que levaria a uma oscilação entre os 1,65 M€ e 2,75 M €, que reverteriam para a entidade financeira, que neste caso era alem ã. Tudo porque a banca portuguesa, como é sabido, não pode expor-se ao negócio do futebol como em outros tempos. Porém, depois de a covid-19 ter alterado mercado se a sociedade em geral, a referida entidade com quem os leões estavam a negociar deixou claro que não poderia, face à incerteza que se vive, libertar a totalidade da verba do contrato, refugiando-se somente em 50% da verba, o que permitia aos dirigentes leoninos te ruma almofada financeira apenas de 27,5 M€, o que naturalmente não servia os seus propósitos e poderia acentuar problemas de tesouraria.

Em Alvalade entendeu-se assim que a operação tinha de parar, ficando a SAD limitada ao acordado com o Manchester United, esperando que os prazos de pagamento das parcelas vencessem. Porém, outra via começou a ser trabalhada. O elenco liderado por Frederico Varandas, sempre com o administrador financeiro da SAD e vice-presidente Francisco Salgado Zenha no comando das contas, optou então por outras soluções, nomeadamente abrindo conversações com outras entidades, as quais ainda não estão concluídas para viabilizar a operação. Até lá, a SAD optou por suspender o pagamento de algumas verbas devidas pela sociedade, que estavam contratualizadas, caso de Rúben Amorim, isto também à medida que outras entidades foram solicitando alterações de prazos de pagamento em função da mudança do contexto financeiro da sociedade.

"Vergonha". Prossegue a difícil relação entre claques e a atual direção do Sporting e, desta feita, o episódio mais recente envolveu a Juventude Leonina e a equipa de comunicação dos leões.

Na página oficial de facebook do clube de Alvalade surgiu uma foto do Pavilhão João Rocha que mereceu duras críticas da maior claque do emblema lisboeta.

"A cereja no topo do bolo, foi na foto, aparecer a claque adversária em vez de mostrar aqueles que correm o mundo para acompanhar o nosso grande amor", pode ler-se na publicação feita pela Juve Leo, na noite desta sexta-feira, que também fala em "vergonha", "demência" e "amadorismo".

Comunicado da Juve Leo na íntegra:

"Sabemos que vivemos uma altura de pandemia mundial, mas não estamos alheados daquilo que verdadeiramente nos move e pelo qual existimos, o Sporting Clube de Portugal.

Ficamos estupefactos e com um sentimento de vergonha, com a publicação efectuada nas redes sociais do Sporting Clube de Portugal. Como se não bastasse, a foto do Pavilhão ser a preto e branco, a cereja no topo do bolo, foi na foto, aparecer a claque adversária em vez de mostrar aqueles que correm o mundo para acompanhar o nosso grande amor.

Será que a demência deste amadorismo, já contaminou tudo e todos para esta comunicação ser exposta desta forma?

Só temos uma palavra para isto...VERGONHA!

UM DIA JUVE LEO...JUVE LEO ATÉ MORRER!SPORTING SEMPRE!".

"Poucas pessoas sabem, mas eu tinha tudo acordado para ir para o Benfica". Carlos Alberto concedeu esta sexta-feira uma entrevista ao UOLesporte. Ao passar a carreira em revista, o antigo médio lembrou a vinda para Portugal e um negócio com o Benfica que não se concretizou.

«Poucas pessoas sabem, mas eu tinha tudo acordado para ir para o Benfica. No entanto, o Mourinho foi ver um jogo meu ao Morumbi, contra o São Paulo. O verdadeiro objetivo era o Ricardinho, eu era só um miúdo», começou por explicar.

«Assim que acabou a época em Portugal, viajei para Portugal e fui até ao hotel onde estava ao Benfica. Foi então que o meu empresário me disse que o melhor era irmos para o FC Porto, e o resto é a história que conhecem. Se não tivesse tomado a decisão que tomei ali, nunca tinha conquistado todos aqueles troféus», concluiu.

Recorde-se que Carlos Alberto acabou por chegar ao FC Porto em 2003. No total fez 39 partidas pelos dragões e conquistou uma Liga dos Campeões, uma Taça Intercontinental, um campeonato e uma Supertaça.