Otamendi e Di Maria em choque com Lage; Samu é o avançado mais promissor do Mundo; Abriu a caça a Gyokeres; Tubarões de olho em Rodrigo Mora; Da saída de Amorim à "ligação forte" com Rui Borges. Pote fala de tudo; A cláusula de Rui Borges

A divergência de opiniões entre Otamendi, depois secundado por Di María, e Bruno Lage, na questão da leitura pós-jogo do dérbi que o Benfica perdeu em Alvalade, deixou exposta uma fissura na relação entre os dois experientes argentinos e o treinador.

Nas declarações prestadas à imprensa após o jogo, Otamendi fez autocrítica nos seguintes termos: "Oferecemos a primeira parte. Na segunda fomos mais dominantes, com um jogo mais de pressão." Por ser capitão de equipa e pelo estatuto que detém no balneário, as palavras de Otamendi acabaram por ter um peso que foi para lá da mera abordagem ao jogo. Houve quem nelas tivesse visto uma crítica aberta - por ser tomada em público - à forma como Bruno Lage preparou a abordagem inicial ao duelo com o rival. Isto num jogo para o qual o Benfica partia como líder da classificação.

Segundo apurou o CM, dentro da estrutura do futebol encarnada há quem corrobore a ideia de que a equipa entrou com um bloco demasiado baixo e a respeitar demasiado o Sporting. Pedia-se mais arrogância e atitude. Como de resto acabaria por acontecer na segunda parte, depois de o treinador, ao intervalo, ter imposto uma nova estratégia.

As palavras de Otamendi não ficaram sem resposta, igualmente num circuito de via aberto, ou seja, na conferência de imprensa. "Sobre o Otamendi, não concordo. O Sporting foi ligeiramente superior, mas poderíamos ter feito um golo, também", disse Bruno Lage. Fê-lo com evidente desconforto por ter de entrar em choque com o capitão de equipa, no que foi visto por alguns quadrantes como uma desautorização da capacidade comunicacional do argentino. De resto, também Di María, após o jogo, disse que o Benfica "ofereceu os primeiros 45 minutos". Lage também não gostou de ouvir isto, sabe o CM, pois a declaração é dissonante da narrativa do treinador, que procurou sempre aligeirar a derrota com a ideia de que o Benfica não foi inferior ao adversário e que a diferença esteve apenas num detalhe. "Um golo um pouco consentido", nas palavras de Lage. Ou seja, por culpa de alguém que estava em campo.

Com a abertura do mercado de inverno começa a caça a Viktor Gyokeres. O avançado do Sporting é o melhor marcador de 2024 com 63 golos em 64 jogos, números que o colocam entre a elite mundial dos goleadores. E pretendentes parecem não faltar. A cláusula de rescisão de 100 milhões de euros pode não ser suficiente para Frederico Varandas segurar o goleador sueco, que lidera também a lista de melhores marcadores da Liga portuguesa com 18 golos. O maior perigo surge de Inglaterra e até pode soar a traição. É que Ruben Amorim tem sido pressionado a quebrar a promessa feita, antes de partir para o Manchester United, de que não iria buscar jogadores ao Sporting no mercado de inverno.
Os maus resultados dos red devils, que continuam longe dos lugares europeus, fez soar o alarme. Amorim prepara uma revolução no plantel e pode dispensar já alguns jogadores nesta janela de mercado, abrindo espaço para Gyokeres. Um jogador que o respeita muito e atingiu o seu melhor rendimento sob o seu comando.
Mas o facto de o Manchester United poder avançar com os 100 milhões de euros da cláusula de rescisão faz também outros pretendentes estarem atentos. O primeiro a tomar a iniciativa fica com um jogador que é sinónimo de golos. Entre os outros clubes que estão na corrida pelo goleador sueco figuram ainda o rival do United, o Manchester City, que também vive uma crise profunda de resultados, e o Arsenal. Contudo, os franceses do PSG também têm seguido o goleador de perto e poderão igualmente avançar para a contratação, já que os 100 milhões de euros não serão um problema para a formação francesa.
O clube parisiense tem contratado bem em Portugal e ainda no último defeso tirou João Neves ao Benfica. Têm boas relações com o Sporting fruto das vendas de Nuno Mendes e de Ugarte (agora no Manchester United).
Certo é que Frederico Varandas não tem motivos para dormir descansado, pois abriu a caça a Gyokeres neste mercado de inverno.

A cláusula de Rui Borges. O novo técnico o Sporting está protegido por uma cláusula de rescisão de 20 milhões de euros, avançou ontem a CNN e confirmou hoje o jornal Record. Esta é mais uma de várias informações sobre o contrato do sucessor de João Pereira no comando técnico do Sporting, válido por ano e meio, até 2026, mas com possibilidade de ser prolongado.

O sucesso desportivo ditará a variação dessa mesma longevidade, pois se o mirandelense for campeão na próxima temporada verá automaticamente o vínculo terminar em 2027 (mais uma época). Além disso, a chegada a Alvalade praticamente triplicou o salário do treinador, de 43 anos, que no V. Guimarães ganhava qualquer coisa como 400 mil euros brutos anuais; agora, está na casa do milhão de euros ilíquidos por temporada. Nota, ainda, para o prémio previsto para Rui Borges no caso de conseguir o grande objetivo para 2024/25 - o bicampeonato valerá 500 mil euros.

O negócio com os vimaranenses custou aos cofres da sociedade verde e branca um total de 4,1 milhões de euros, um pouco acima da cláusula (4M€).

Da saída de Amorim à "ligação forte" com Rui Borges. Pote fala de tudo. O Sporting domina a imprensa desportiva nacional e esta terça-feira há três entrevistas a jogadores do líder do campeonato para ler nos três principais jornais. No A Bola, Pedro Gonçalves 'abriu o livro' sobre vários temas, tais como a lesão que o afasta atualmente dos relvados, a saída de Ruben Amorim e, ainda, a "ligação forte" sentida pelo plantel com Rui Borges, o treinador que chegou a Alvalade depois da aposta falhada em João Pereira.

"Esta é uma lesão que vai levar algum tempo. Vou tentar recuperar a cem por cento, não vou estar a arriscar nada. Não tenho data prevista para o regresso, Deus queira que seja o mais rápido possível", fez notar Pote quando questionado acerca do estado da lesão muscular na coxa direita, situação que o deixa "ansioso" pelo regresso.

"Quero ajudar a conquistar o título, tal como o Dani [ Daniel Bragança] e o [Gonçalo] Inácio, que estão um pouquinho mais perto do regresso do que eu, estão quase a voltar, mas acredito que com o grupo todo unido, forte, certamente que seremos todos uma mais-valia para o mister e também para o plantel", completou o extremo português, de 26 anos.

Sobre a saída de Amorim, Pedro Gonçalves foi perentório e para além de não esconder o impacto que o técnico teve na sua afirmação em Alvalade, também comentou a possibilidade de se juntar a este num novo desafio no futuro.

"É um treinador que acredita muito, se calhar mais do que nós próprios, nas qualidades que temos, naquilo que podemos dar ao jogo, e foi isso sempre que ele me transmitiu, para acreditar em mim e para acreditar nas qualidades que tenho", começou por dizer, reagindo, ainda, ao facto de Amorim ter dito que se pudesse levar um jogador do Sporting para Inglaterra o levava a ele: "[Risos] Não sei o dia de amanhã. Estou focado agora na minha lesão, que é um bocado chata, um bocado complicada. Tinha de ser algo bem pensado".

Ao olhar para a nova equipa técnica, liderada por Rui Borges, Pedro Gonçalves destaca que estas são "pessoas genuínas" e que houve, desde logo, uma "ligação muito forte" entre todos. "Parecia que nos conhecíamos há mais tempo e ficámos contentes porque são pessoas que vêm com expectativas altas e que nos querem ajudar", disse, prosseguindo. 

"A mensagem passada para fora também já nos passou para dentro. Sabemos que qualidade temos mais do que de sobra, mas às vezes a qualidade não é tudo e o que não pode faltar é mesmo a atitude, mesmo com o mister, com os adeptos e com o grupo entre nós e para nós mesmos, estarmos sempre com a atitude certa para todos os dias trabalharmos, porque o objetivo final é ganharmos o campeonato e sabemos que isso é todos os dias com a mesma atitude e não deixar que isto vá abaixo", completou.

Também a ambição do Sporting em chegar ao bicampeonato foi abordada nesta entrevista, com Pote a dizer que esta será uma disputa longa e feita a três.

"Sabemos que o campeonato vai ser longo, são três equipas que não estão a demonstrar o melhor futebol no momento, mas que têm um plantel e uma ideia de jogo muito boa, mas sabemos que vai ser longo e vai ser uma luta a três. Não estou a ver o Sp. Braga a conseguir chegar-se lá perto, mas ultimamente nos últimos anos tem feito campeonatos bons, o Vitória SC também está a demonstrar um futebol bonito e atraente para os adeptos e também eficaz, tem resultados. Sinto que vai ser um campeonato longo, não ia ser em dezembro que as coisas se iam resolver", acrescentou.

Tubarões de olho em Rodrigo Mora. A ascensão meteórica de Rodrigo Mora no FC Porto já fez despertar o alarme de alguns dos tubarões europeus, que iniciaram observações ao jovem de 17 anos.

Com três golos e três assistências em sete jogos da Liga, num total de 221 minutos em campo, o jovem formado nos dragões começa a destacar-se pela visão de jogo e qualidade técnica. Além disso, tem golo.

Foi titular nos dois últimos jogos do FC Porto e acabou por ser eleito o melhor em campo nas partidas com o Moreirense e Boavista.

Apesar da tenra idade, já demonstra uma grande maturidade, o que é um argumento positivo para a sua contratação. Villas-Boas percebeu que tinha um diamante na equipa B e uma das suas primeiras medidas como presidente do FC Porto foi a renovação do contrato com o jovem no início desta época. O novo vínculo é válido até 2027 e a cláusula de rescisão é de 45 milhões de euros, pois trata-se de um jogador menor de idade.

Quando atingir os 18 anos (5 de maio), entrará em vigor um novo contrato com melhores condições e com a cláusula de rescisão a poder subir até aos 80 milhões de euros. Um valor que não assusta os tubarões europeus que começam a olhar com outros olhos para este talento.

Entre os pretendentes estão clubes de Inglaterra, Espanha e França, que vão continuar as observações ao Mora até perceberem a sua consistência nas exibições.

Para já, o jogador está focado no FC Porto e na sua afirmação como titular na equipa de Vitor Bruno.

Aliás, o técnico é um dos responsáveis pela evolução do jovem, com entradas graduais na equipa e um aumento da massa muscular. Fatores que tornaram o Mora mais forte e mais consistente.

Samu é o avançado mais promissor do Mundo. Segundo o estudo mais recente do CIES - Observatório do Futebol, Samu Aghehowa é, aos 20 anos, o avançado sub-21 mais promissor de todo o Mundo. Santiago Castro, do Bolonha, e Mohamed-Ali Cho, do Nice, completam este pódio.