08 abril 2024

Kökçü isolado na Luz; Schmidt faz 30% das substituições a partir dos 85 minutos; "Pagar a cláusula de João Neves é altamente improvável"; "A saída de Schmidt será inevitável"; "Se Amorim sair de borla, passados 15 dias ou uma semana a Direção cai"

A semana da águia foi para esquecer, com a eliminação da Taça de Portugal e as contas a tornarem-se muito complicadas no campeonato. Agora, e mesmo com a temporada por concluir, a tarefa de Rui Costa parece clara. "Há um trabalho profundo de reflexão a fazer", diz o antigo candidato à presidência Bruno Costa Carvalho, que sugere ainda por onde deve começar o presidente do Benfica.
"A situação do treinador ficou insustentável", avalia, em conversa com o jornal Record, alertando: "A sua saída será inevitável sob pena de Rui Costa pôr em risco o seu próprio lugar... Assim, os desafios são vários: encontrar um novo treinador, perceber os erros das contratações - o Benfica costumava acertar - e lidar com questões financeiras que tenderão a agravar-se."
E por falar em dinheiro, Bruno Costa Carvalho mostra-se ainda preocupado com o facto de os encarnados ficarem "obrigados a vender". "O scouting falhou em toda a linha. Não há um único jogador de um investimento gigante que se tenha afirmado e valorizado. Isso vai ter um reflexo grave nas contas do Benfica, que se verá obrigado a vender uma joia da coroa. Provavelmente irá o João Neves", analisa.
A derrota (2-1) com o Sporting surgiu por mérito de Rúben Amorim, defende ainda o ex-candidato. "Em Alvalade a equipa foi repetida e o Rúben já estava prevenido. E fez alterações à sua equipa. No jogo da Taça (2-2), o Benfica foi brilhante e não se percebe porque não jogou mais vezes assim. O Rubén aprendeu a lição da Luz e preparou melhor o jogo de Alvalade", avaliou Costa Carvalho.
Por outro lado, o treinador alemão voltou a expor algumas fragilidades, diz ainda o empresário. "O Benfica tem um treinador que fica apático, sem reação às adversidades e que não sabe mexer na equipa. Passou grande parte da época com o Florentino no banco, o que foi um erro gigante. O que aconteceu estava a ser desenhado há já bastante tempo", atira.
Se os encarnados podem sonhar com a conquista da Liga Europa? Bruno Costa Carvalho não tem dúvidas. "Claro. É a competição que nos resta e estamos nos quartos-de-final. Obviamente que podemos pensar em ganhar a competição. Para já, temos de eliminar o Marselha, que está perfeitamente ao nosso alcance. Só temos que jogar bem melhor do que o que fizemos contra o Toulouse", reflete.

Schmidt faz 30% das substituições a partir dos 85 minutos. As entrada tardias de Kökçü e Marcos Leonardo no dérbi frente ao Sporting espelham a tendência de Roger Schmidt em relação às substituições. O treinador faz 30% das trocas a partir dos 85 minutos. No dérbi  de ontem, lançou Arthur Cabral aos 71’, mas depois só recorreu aos suplentes quando as águias sofreram o segundo golo, com as entradas de Marcos Leonardo e Kökçü, aos 90’+3.
Das 210 alterações em 48 jogos oficiais disputados em 2023/24, 63 aconteceram a partir do período em causa. Indo mais ao pormenor, Schmidt promoveu 45 substituições entre os 85’ e os 90’ (21,4%), enquanto 18 aconteceram no tempo de compensação (8,6%).
Estes números ganham relevância quando comparados com os dos rivais. No caso do Sporting, Rúben Amorim faz apenas 13,7% das alterações a partir do período em análise. Das 211 alterações em 46 encontros , o técnico da formação verde e branca fez 19 entre os 85’ e os 90’ (9%) e apenas 10 no período de compensação (4,7%).
Já Sérgio Conceição mexe um pouco mais tarde do que Rúben Amorim, mas também está longe dos números de Roger Schmidt. O técnico portista faz 18,6% das alterações a partir dos 85 minutos. Olhando para as 208 alterações feitas em tempo regulamentar nos 44 jogos (fez mais duas num prolongamento frente ao Arsenal), o técnico dos azuis e brancos foi ao banco 34 vezes entre os 85’ e os 90’ (16,2%) e só fez 5 trocas no tempo de compensação (2,4%).

Kökçü isolado na Luz. Numa altura em que atravessa o período de menor utilização no Benfica e depois de ter contestado a forma como tem sido utilizado por Roger Schmidt, Kökçü faz questão de mostrar sinais de isolamento e descontentamento. Anteontem, uma hora antes do arranque do dérbi, o médio, de 23 anos, subiu ao relvado de Alvalade em conjunto com alguns colegas, mas não esteve para grandes conversas. O jogador dirigiu-se rapidamente para o banco de suplentes, onde ficou sozinho durante vários minutos. Os restantes companheiros conversavam no centro do campo, enquanto a maioria estava no balneário, onde Kökçü também preferiu não estar nessa altura.
O camisola 10 só esboçou o primeiro sorriso e mostrou disponibilidade para conversar quando Carreras foi ao seu encontro. Já depois, durante o aquecimento, Kökçü fez os exercícios de forma normal com os restantes suplentes. A entrevista dada ao ‘De Telegraaf’ – na qual o internacional turco não só contestou o papel que lhe é dado por Schmidt mas também apontou a diferença de estatutos entre alguns jogadores – ainda faz mossa, aparentemente. Basta olhar para a utilização desde a divulgação desse conteúdo, a 16 de março.
Em 4 jogos, o centrocampista atuou, no total e de forma oficial, apenas 9 minutos: ficou fora da ficha de jogo frente ao Casa Pia, precisamente por causa dessa entrevista, entrou aos 82’ diante do Chaves, não saiu do banco na 2ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, diante do Sporting, e, anteontem, entrou apenas no tempo de compensação, logo depois do segundo golo leonino. Aliás, neste último dérbi, Kökçü só teve tempo para dar um toque na bola... e perdeu-a imediatamente para St. Juste. Já em cima do apito final, deu um toque na perna de Gyökeres, o que despoletou um atrito entre alguns jogadores das duas equipas. Antes da entrevista à publicação holandesa, refira-se, Kökçü já tinha sido suplente na 2ª mão dos oitavos-de-final da Liga Europa frente ao Rangers, tendo jogado apenas 25 minutos, mas esse era um estatuto raro no percurso do ex-Feyenoord, desde a chegada à Luz.
Até à visita a Glasgow, o médio foi titular em 29 dos 35 jogos em que participou. Em outubro, foi suplente utilizado na derrota caseira frente à Real Sociedad (0-1). Depois, o centrocampista contraiu uma fascite plantar no pé direito e, quando voltou, saltou do banco em mais 3 jogos, diante de Famalicão (2-0), Inter (3-3) e Moreirense (0-0). De resto, o jogador mais caro da história do futebol português - foi contratado ao Feyenoord por 25 milhões de euros , mais 5 M€ por objetivos não saiu do banco frente a Gil Vicente (3-0) e também na receção ao Rangers (2-2).

"Se Amorim sair de borla, passados 15 dias ou uma semana a Direção cai". Ao longo da época, Rúben Amorim tem dito e reiterado que se não ganhar títulos no Sporting nesta época, sai de Alvalade. Fernando Mendes, antigo jogador de futebol e adepto assumido dos leões, diz que mesmo que o Sporting possa tudo perder até final da época, não vê Rúben Amorim a sair do Sporting "de borla".
Aliás, em declarações na CMTV, Fernando Mendes admite que se isso acontecer, a Direção liderada por Frederico Varandas cai passados poucos dias.
“Se ele diz que vai sair, é porque alguém se vai chegar à frente”, referiu Fernando Mendes. “Se ele sai de borla, mesmo não ganhando, passado 15 dias ou uma semana cai a Direção. Não tenho a mínima dúvida”, vincou Fernando Mendes, realçando que acredita que exista um plano de entendimento para a saída de Rúben Amorim.
“Ao sair vai ter que haver um acordo”, insistiu Fernando Mendes sobre o treinador do Sporting Rúben Amorim que tem sido apontado ao Liverpool, mas também já viu o seu nome associado ao Manchester United e ao FC Barcelona.

"Pagar a cláusula de João Neves é altamente improvável". O Manchester United tem seguido com atenção o percurso de João Neves, médio do Benfica, mas o jovem não é uma prioridade para o emblema inglês. Quem o revela é Fabrizio Romano, especialista em mercado de transferências, que explica que, dificilmente, a transferência se irá consumar, pelos valores da cláusula de rescisão com que o clube da Luz blindou o jogador: 120 milhões de euros.
"João Neves é um jogador que o Man. United adora e tem seguido com enorme detalhe. Mas pagar a cláusula de um médio com um preço muito alto como João Neves é altamente improvável para o mercado de verão do Man. United. O meio-campo não é uma prioridade para o clube inglês que está concentrado em comprar um defesa-esquerdo, um avançado e um central. Vai depender de quanto gasta nessas posições", afirmou Fabrizio Romano.
Recorde-se que João Neves se afirmou na equipa principal do Benfica em janeiro de 2023 e, desde então, tornou-se uma das figuras dos encarnados. Presença assídua no onze titular, o algarvio, de 19 anos, tem contrato com o clube da Luz até 2028, mas é, nesta altura, dos elementos mais cobiçados da equipa. É, por isso, expectável que comecem a surgir vários emblemas de topo europeu a monitorizar o jogador.

4 comentários:

  1. Já foram ver o Penalty sobre o Otamendi aos 82 minutos?

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    1. Aí também concordo. Não soube defender jogadores e treinador dos ataques constantes que têm sido alvo. E não soube defender o Próprio Benfica que tem sido vilipendiado com árbitros escolhidos a dedo para Beneficiar o Sporting.

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    2. Di Maria riu-se.

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