09 março 2024

Só uma catástrofe desportiva tira Schmidt da Luz; Benfica gasta 48M€ em 'pólvora seca'; Gyokeres é o mais valioso em Portugal

Um investimento de €48 milhões de euros no ataque sugere golos. Arthur Cabral custou €20 milhões, Marcos Leonardo, custou €18 milhões, Casper Tengstedt custou €10 milhões. Os três pontas de lança do Benfica estão, todavia, longe de responder às necessidades da equipa, que há cinco partidas não conta com golos de jogadores contratados para assumir a posição 9, para fazer esquecer Gonçalo Ramos, que muitos meses depois de ter deixado a Luz continua sem substituto à altura.
Marcos Leonardo está num patamar diferente em relação aos companheiros, pois em nenhum dos 11 jogos em que foi chamado teve estatuto de titularidade e aproveitou, ainda assim, punhados de minutos nas fases finais das partidas para fazer quatro golos: marcou a Rio Ave, Boavista, Estrela da Amadora e Vizela (18 de fevereiro). A influência na equipa, porém, é pouca e quando se esperava que fosse escolha em momento difícil a realidade foi bem diferente, não saindo do banco nas partidas com Sporting e FC Porto e entrando apenas ao minuto 65 do encontro com o Rangers, da Liga Europa. O brasileiro de 20 anos chegou com necessidade de fazer trabalho de pré-época, mas continua, quase dois meses depois da estreia pelo Benfica, à procura do seu lugar, do seu espaço, de confirmar, afinal, a razão de ter sido eleito por Roger Schmidt.
Deixou o jogo com o Rangers ao minuto 65 e não ia feliz, ninguém gosta de ser substituído, mais a mais um ponta de lança sem golos. Arthur Cabral, 25 anos, parece ter voltado ao ponto de partida, ao momento em que era criticado pelos adeptos do Benfica por não fazer golos e produzir pouco futebol, só que agora com muitos benfiquistas do seu lado. Muitos não compreendem como caiu da equipa titular depois de quatro jogos seguidos a marcar. Fez golos a Estrela da Amadora, Vizela, Gil Vicente e V. Guimarães (11 de fevereiro), na partida seguinte, Toulouse, ainda foi titular, mas não mais foi opção de início até esta partida com o Rangers. O seu nível de forma, obviamente, ressentiu-se. Leva 9 golos em todas as provas.
Tengstedt talvez seja a opção que mais tenha a ver com as necessidades de Roger Schmidt. O ponta de lança dinamarquês, 23 anos, é empenhado, pressiona, corre muito, é o primeiro defesa, mas também já mostrou que o seu futebol tem limitações evidentes. Não é um criativo, tão pouco tem sido um finalizador, defesas experientes parecem neutralizá-lo com facilidade. Três golos em 23 jogos são realmente poucos e, ainda que tenha sido penalizado por lesão, a verdade é que não marca desde 17 de dezembro (SC Braga). De lá para cá, 5 jogos, 4 como titular e jejum. Por falar em jejum, Rafa, o melhor marcador do Benfica, o avançado adaptado a ponta de lança, também secou: em branco com Sporting, FC Porto e Rangers.

Gyokeres é jogador mais valioso em Portugal, segundo o portal “Transfermarkt”, que ontem atualizou os valores. O sueco do Sporting está avaliado em 55 milhões de euros, deixando para trás João Neves, António Silva (ambos do Benfica) e Diogo Costa (FC Porto), avaliados em 45 M€.
No top-10 há mais quatro leões: Diomande, Inácio (ambos 40 M€), Hjulmand e Pote (ambos 30M€). Os mesmos 30M€ são atribuídos a Kokçu (Benfica) e Evanilson (FC Porto). O Benfica tem o plantel mais valioso (360,75 M€), seguindo-se Sporting (329,28) e FC Porto (283,6).

Só uma catástrofe desportiva tira Schmidt da Luz. Há três jogos sem vencer, o Benfica vive um período de instabilidade que tem vindo a fragilizar Roger Schmidt, mas, segundo apurou o JN, o treinador alemão deve continuar no clube até final da época. Só aí se irá realizar uma avaliação e tirar ilações do trabalho do técnico, que tem contrato até 2026 e representa um
custo de 22 milhões de euros. De acordo com informações recolhidas pelo jornal há uma linha de pensamento dentro da SAD que privilegia a estabilidade dos projetos e, como sequência, a continuidade de Schmidt, até tendo em conta que a equipa ainda mantém intactos vários objetivos. Encontra-se no segundo lugar da Liga, a um ponto do líder Sporting, que podem ser quatro se os leões ganharem em Famalicão, e tem uma vantagem de seis para o FC Porto, terceiro classificado. Essa é uma questão importante, tendo em conta que a vice-liderança dá acesso a duas pré-eliminatórias da Champions, uma porta que se abre para a fase de grupos e da qual resultam fortes dividendos financeiros. Além disso, o Benfica continua na Liga Europa e na corrida pela final da Taça de Portugal. Tudo isso influencia a decisão da continuidade de Schmidt nesta altura da época. Uma saída até junho só acontecerá se surgir uma catástrofe desportiva.

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