16 março 2024

Kokçu arrasa Benfica e Schmidt; "Kokçu? Não foi uma facada nas costas, foi no coração"; "João Félix? Jorge Mendes terá de voltar a fazer magia no verão"

Numa entrevista aos neerlandeses do De Telegraaf, o médio turco Orkun Kokçu deixou duras críticas ao Benfica e à forma como foi tratado desde a sua chegada à Luz, mostrando o seu claro descontentamento. «Não, não era o que eu esperava. Houve muita coisa que aconteceu no mercado de transferências no verão passado, fiz uma escolha consciente pelo Benfica com a ideia de que este era o melhor passo na minha carreira para me desenvolver ainda mais em todas as áreas. Isso aconteceu apenas em parte», começou por dizer.
«Tive que seguir para a seleção turca imediatamente após contrato. Uma apresentação no estádio? Não, não, tudo foi bastante rápido. Não pensei muito nisso durante o verão e também sou bastante modesto por natureza. Claro que vi como outros jogadores foram colocados em destaque em Portugal e em outros grandes clubes. Isso cria um certo status. Desde o início que nunca me fizeram sentir importante. Nem pelo treinador! Mas não sou o tipo de pessoa que bate o punho na mesa ou faz exigências, mas talvez tenha sido modesto demais justamente pelo papel que ele me deu...», acrescentou, sobre ter sido a transferência recorde do clube e não ter tido a devida apresentação.
Kokçu comentou ainda o que Roger Schmidt lhe disse aquando da sua contratação: «Que teria uma função semelhante à que tinha no Feyenoord, onde defini as linhas de passe e os rumos do campo e sempre quis jogar para a frente. Mesmo que eu tivesse de perseguir e derrubar toda a defesa do adversário. Eu seria um jogador importante para ele, o clube também me disse o mesmo. O treinador não precisou de falar muito sobre o que pretendia de mim. Pareceu-me bastante lógico como deveria jogar no Benfica. Eu senti mais: ele [Schmidt] sempre me viu nos Países Baixos, joguei ótimas partidas contra ele, 'saberá o que fazer com minhas qualidades', pensei.»
«Sou um tipo de jogador de futebol mais eficiente para uma equipa se me derem liberdade. Quero dar muito mais à equipa. Na temporada do campeonato com o Feyenoord e em todos os jogos europeus com o Feyenoord estive melhor. Mesmo durante o Ramadão, como agora. Isso não me afeta. Schmidt prende-me demasiado a todo o tipo de tarefas [defensivas]. E isso não é necessário se quiseres mesmo rentabilizar as minhas qualidades. Eu consigo encontrar soluções no campo, penso à frente, sou conhecido pelo meu passe em progressão. Mesmo esta época, a estatística sublinha isso mesmo. Ainda posso significar muito mais para o Benfica, talvez seja aí que reside uma parte da minha frustração», comentou ainda, sobre o seu papel mais defensivo esta época.
«Ser substituído diversas vezes deixou-me com raiva e dececionado. Naqueles exatos momentos, sabia que poderia significar muito para a equipa», concluiu.

"Kokçu? Não foi uma facada nas costas, foi no coração". André Lima, ex-jogador e treinador de futsal do Benfica, recorreu este sábado às suas redes sociais para deixar largas críticas a Orkun Kokçu, a propósito da polémica entrevista que o médio turco concedeu à imprensa dos Países Baixos.
"Esta entrevista de Kokçu e o timing da mesma não é uma facada nas costas do clube, é uma facada no coração. Inadmissível que um profissional que é pago a peso de ouro tenha uma atitude destas", escreveu André Lima na rede social X (antigo Twitter).

"João Félix? Jorge Mendes terá de voltar a fazer magia no verão". João Félix regressa este domingo ao Estádio Cívitas Metropolitano, casa do Atlético Madrid, clube com o qual tem contrato até 2029 e onde é tão mal-amado. O regresso ao recinto dos colchoneros surge numa altura em que representa o Barcelona, curiosamente o último clube que defrontou enquanto jogador rojiblanco, em pleno Cívitas Metropolitano, a 8 de janeiro de 2023, antes de ser emprestado ao Chelsea no mercado de transferências de inverno da época transata. Desde então, foram 433 dias sem pisar o relvado do recinto do Atlético Madrid, um período tão longo que, ainda assim, não apaga da memória dos adeptos colchoneros o facto de o internacional português ter jurado amor ao rival assim que colocou os pés em Barcelona.
"É claro que vai ser um ambiente muito complicado para toda a equipa. Contra mim, vai ser um pouco pior, mas sou um jogador de futebol e tenho de me habituar a isso. Isso motiva-me mais, gosto destes jogos importantes e 'picantes', há uma motivação extra", disse João Félix quando convidado pela DAZN a fazer uma espécie de antevisão ao duelo deste fim de semana contra o Atlético Madrid.
Em Espanha, Jorge Garcia Hernández, chefe de redação do 'AS', recordou o início desta relação amor-ódio entre João Félix e o Atlético Madrid, um clube ao qual o jornalista espanhol acredita que o português não quererá voltar, apesar de ainda ter pela frente mais cinco anos de vínculo. "[As palavras de João Félix] São o resumo claro de como os adeptos do Atlético o vão receber esta noite no Metropolitano, um estádio que deveria ser agora o seu reino, mas o seu projeto de Bola de Ouro pelos rojiblancos diluiu-se há algum tempo. Pelo menos era essa a ideia quando se pagaram 120 milhões pelo jogador. João Félix foi a chave do Atlético para a festa da Bola de Ouro, talvez não para a ganhar, mas para ser convidado para a cerimónia como imagem de um crescimento exponencial, quer da carreira pessoal do jogador, quer do próprio clube", começa por lembrar Jorge Garcia Hernández, sublinhando que a transferência do avançado português para o Barcelona acabou por ser possível graças ao seu empresário, Jorge Mendes, e ao facto de Xavi Hernández querer contar com João Cancelo no seu plantel.
"No verão passado, depois de um empréstimo falhado ao Chelsea, tanto o Atlético como o jogador cometeram vários erros que tornaram a relação e a convivência impossíveis. Mas não havia mercado para ele. A sua imagem tinha sido tão desvalorizada que o seu futuro se tornou um beco sem saída para quase nenhum lugar de prestígio. Então, em desespero, Jorge Mendes conseguiu encontrar uma brecha para que João trocasse o Madrid pelo Barcelona. Para Xavi, João não era uma prioridade, mas Cancelo era, pelo que Mendes voltou a fazer magia e desbloqueou o futuro do rapaz para o levar para o clube azul-grená. A sua chegada [ao Atlético Madrid] teve um pequeno impacto imediato com o jogo contra o Antuérpia, onde marcou dois golos. No entanto, como tantas vezes lhe aconteceu no Atlético, João foi vítima de irregularidades. Até ao ponto da irrelevância. "Se ele quisesse, seria uma estrela mundial, mas tem de querer", disseram sempre, em privado, os pesos pesados do balneário do Atlético sobre a inconsistência do talento português. "Não basta ter a qualidade de um craque, é preciso ter carácter para ser um craque", reiteram os responsáveis. Passado algum tempo, João Félix regressa ao Metropolitano, mais uma vez um João Félix desfocado.", escreve o chefe de redação do jornal espanhol 'AS'.
No lançamento do jogo da 29.ª jornada da La Liga, Diego Simeone, treinador dos rojiblancos, prometeu respeitar o português no regresso ao Metropolitano. "Respeito muito os jogadores das outras equipas, normalmente não dou a minha opinião sobre nenhum deles e isto não será exceção. Estamos a pensar em recuperar os nossos jogadores depois do esforço num jogo bonito e, a partir desse esforço, esperamos fazer um grande jogo", declarou. Enquanto que Xavi assumiu estar à espera de um "grande jogo" de João Félix, tal como na primeira volta. "Fez um grande jogo na primeira volta e tem todas as características para voltar a fazer um grande jogo amanhã. Vejo-o calmo e motivado. O João tem um carácter forte, é corajoso e quer mostrar o seu talento. É um estádio em que precisamos de muita personalidade e mostrar a nossa melhor versão para ganharmos ao Atlético de Madrid", atirou.
Apesar de João Félix atravessar um período de maior irregularidade - foi titular em apenas 7 dos últimos 15 jogos pelo Barcelona -, o jornalista Jorge Garcia Hernández acredita que o português terá do seu lado um trunfo, sobretudo psicológico, para o jogo deste domingo. "Xavi prefere Raphinha em jogos decisivos. Foi o caso do playoff contra o Nápoles, onde João quase não jogou. Mas Xavi também sabe que Félix está mais entusiasmado quando joga contra o Atlético. Foi assim contra Simeone na primeira volta [n.d.r: marcou o único golo da vitória do Barcelona sobre o Atlético Madrid na ronda 15 do campeonato] e, antes disso, no Porto, onde fez duas das suas melhores exibições pelo Barcelona [n.d.r.: Marcou um golo na vitória sobre o FC Porto na fase de grupos da Liga dos Campeões]. Parece que precisa de uma motivação extra para atuar. Hoje, voltou à estaca zero, porque não foi revalorizado no Barcelona, nem lhe passa pela cabeça regressar ao Atlético. No verão, Jorge Mendes terá de voltar a fazer a sua magia", aponta.

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