22 maio 2022

Desp. Chaves confirma aliciamento a defesa para os jogos com o Sporting. "Pediram-lhe para facilitar"

Francisco José Carvalho, presidente da SAD do Chaves, confirmou ao jornal O Jogo que Leandro Freire comentou com os dirigentes e treinadores no estágio da equipa antes dos jogos contra o Sporting, em 2017, a alegada tentativa de aliciamento, num caso que ficou conhecido como Cashball. “Comentou connosco e com a equipa técnica. Mantivemos a confiança total no nosso jogador e não demos muita importância à situação”. O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, recorde-se, decidiu que os empresários Paulo Silva e João Gonçalves e Gonçalo Rodrigues, ex-funcionário do Sporting, serão julgados por crimes de corrupção ativa no âmbito deste processo.
O empresário Paulo Silva terá tentado corromper o defesa do Chaves, Leandro Freire, por indicação de Gonçalo Rodrigues, que trabalhava, na altura dos factos, no gabinete de apoio ao jogador do Sporting. Leandro Freire, entretanto transferido para o Japão (agora atua no Gifu), terá sido abordado para facilitar na marcação a Bas Dost, mais concretamente que lhe “permitisse desenvolver livremente as suas jogadas”. Os factos remontam a janeiro de 2017 e o acórdão refere mesmo que estariam envolvidos 25 mil € no ilícito, mas que o jogador recusou prontamente: o Sporting empatou em Chaves para a Liga 2016/17, com dois golos de Bas Dost (2-2), mas seria eliminado, três dias depois, da Taça de Portugal, sem que o neerlandês tivesse marcado. Francisco Carvalho garante que a honestidade do jogador nunca foi posta em causa e que a transferência para o Japão demonstra a forma séria como encarou os dois desafios, onde atuou durante os 90’. “De maneira nenhuma, aliás, ele fez dois grandes jogos e até acabou por ser vendido para o Japão precisamente como resultado do que fez nesses jogos. Eu estava em estágio, ele disse-nos o que se tinha passado e esclareceu o que tinha acontecido”, referiu o dirigente, acrescentando algum conteúdo da alegada conversa entre o jogador e Paulo Silva. “Contou que lhe tinham ligado para tentar prejudicar o Chaves, para facilitar o jogo, como ele era central... Não falou em pormenores. Como era mesmo no dia do jogo. Acreditámos na palavra do jogador, foi sincero connosco. Na altura, não demos grande importância a isso. Aliás, os jogos correram-nos bem. Não sabíamos quem tinha ligado para ele, não sabíamos as coisas ao pormenor e não ligámos”, sublinhou. Situações desta natureza não voltaram a repetir-se, até porque o Chaves tomou medidas: “Desde essa altura, falámos com os jogadores e reforçámos a ideia de que quando acontecerem coisas deste género têm de nos avisar logo, fazer queixa. São situações chatas. Que saibamos nunca mais aconteceram. Estas situações são graves, tudo se sabe, tudo se descobre”, comentou o dirigente, reforçando a ideia inicial de que acreditaram sempre no jogador.“Nunca mais houve nada. Entretanto o Chaves está a acompanhar o processo. Ele foi tão sincero connosco... Conhecemos a personalidade do Freire e confiámos nele, como é óbvio. Caso contrário não nos contaria nada. Se ele não fosse sincero, nós só saberíamos depois”.

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