13 novembro 2021

"Estavam à espera que Sporting caísse e agora olham a pensar: 'será que perde?'"; Reação aos insultos de Bruno de Carvalho aos sportinguistas; Auditoria no Benfica fecha na próxima semana

Rui Costa anunciou, ainda durante a sua campanha eleitoral, que o Benfica já estava nessa altura a fazer uma auditoria forense à margem das investigações do Ministério Público na operação ‘Cartão Vermelho’ e os resultados dessa averiguação serão conhecidos na próxima semana.
Dias após a detenção de Luís Filipe Vieira – indiciado, entre outros, por crimes de abuso de confiança, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento –, as águias sublinharam que iriam apurar a existência de eventuais “conflitos entre os interesses pessoais do ex-presidente e as suas responsabilidades como administrador da SAD. A referida auditoria foi entregue a uma empresa independente e o relatório será então entregue aos encarnados na semana que vem.

"Estavam à espera que Sporting caísse e agora olham a pensar: 'será que perde?'" O treinador português Luís Castro admitiu que o seu futuro profissional no futebol “dificilmente passará por Portugal a médio prazo”, uma vez que quer regressar ao país com “a sensação de dever cumprido”.
A treinar o Al Duhail, do Qatar, o técnico revelou-se satisfeito com a decisão de sair de Portugal e admitiu não perspetivar uma “inversão” na carreira.
“As coisas acontecem tão de repente. Mas não vejo uma inversão na minha carreira agora. Quando vamos para fora, depois queremos aproveitar o máximo de experiências para, quando voltarmos, voltarmos com a sensação de dever cumprido. É difícil sair, mas é um dia em que prometemos a nós mesmos que temos de voltar com a missão cumprida. Tenho de cumprir essa missão antes de voltar. É ganhar o máximo de títulos e de experiências”, referiu.
Luís Castro, que deu uma aula sobre “O Papel do Treinador de Futebol em diferentes Contextos Profissionais”, no âmbito do mestrado em Treino Desportivo em Futebol, na Universidade Lusófona do Porto, revelou-se muito satisfeito com a experiência no Qatar, “um país que todo ele está virado para o futebol”.
“É um país virado para o Campeonato do Mundo. Vive-se todos os dias, porque se vê os estádios todos à nossa volta. Num raio de 20 quilómetros, estão seis estádios e, depois, se estendermos para mais 70 quilómetros, aparecem mais dois. Há redes de metros a serem construídas para ligações entre estádios. Toda a cidade está voltada para o futebol. Portanto, o Qatar vive muito o jogo, a modalidade”, disse o português.
O treinador recordou que saiu de “um país com temperaturas de -20 para um de 50 graus”. “É um pais diferente, com cultura diferente, um país onde as pessoas são muito boas e aceitam o nosso conhecimento. O treinador é respeitado. Estou a gostar muito. Procurei nesta fase da carreira conquistar títulos, procuro jogar para eles de uma forma efetiva e estou como gostaria de estar”, afiançou.
Sobre o que se pode esperar para o Mundial2022, Luís Castro ‘pintou’ o melhor dos cenários.
“Vão encontrar um paraíso. Relvados são tapetes autênticos, estádios estão a ser construídos e não estamos a jogar lá. Designaram quatro estádios e há equipas que jogam a seguir a outras. Estou habituado aos relvados de Portugal e Ucrânia, aqueles são tapetes autênticos. As condições climatéricas de humidade e temperatura são ideais. Nos estádios, podemos ter 40 graus fora e jogar a 19 ou 20 graus porque tem ar de condicionado. Vai ser o melhor Mundial até hoje”, garantiu.
O treinador aproveitou ainda para falar sobre o campeonato português, admitindo que está “muito bom e muito equilibrado".
“No ano passado, estavam à espera que o Sporting caísse e agora olham a pensar: 'será que perde?'. Este ano há mais certeza. O Rúben [Amorim] fez um trabalho fantástico. O FC Porto está na continuidade do que tem feito e o Benfica, apesar de ter oscilado um bocadinho, continua colado e continua em aberto na Liga dos Campeões”, concluiu.

Reação aos insultos de Bruno de Carvalho aos sportinguistas. Bruno de Carvalho prestou declarações onde, entre outras coisas, disse que os sportinguistas "são burros". Ao mesmo tempo, o antigo presidente verde e branco assegurou que "nunca mas nunca" irá perdoar os adeptos leoninos. Dias Ferreira, antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral verde e branca, diz que abordar e comentar esta situação só no plano do "surreal".
"Compreendo de algum modo aquilo que Bruno de Carvalho diz. Não foi de inteligência, em 2017, 80 por cento dos sócios terem votado nele para presidente", observou o antigo dirigente leonino, não se detendo no comentário. "Ele tem de perceber que nós somos burros e ele é de compreensão lenta", acrescentou, justificando esta sua visão.
"Os burros foram em 2017. Estamos quase em 2022 e só agora é que ele percebeu que fomos burros ao votar nisso. Só agora. É de compreensão lenta", insistiu Dias Ferreira, que assume novamente que chegou a apoiar Bruno de Carvalho.
"Já reconheci que não foi um ato de inteligência ter votado nele. Até já me deu alguns 'mimos'", lembrou o antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral verde e branca.
Em declarações no canal A Bola TV, Dias Ferreira destacou ainda que olha para Bruno de Carvalho como alguém que está "doente". E nesse sentido diz que nem pretende prolongar-se em comentários sobre o ex-presidente dos leões.
"É uma pessoa doente e temos de ter respeito. É isso que tenho de fazer", disse Dias Ferreira, sublinhando que Bruno de Carvalho "continua gravemente doente".
O antigo dirigente sustentou ainda que não vê condições para que Bruno de Carvalho seja readmitido como sócio dos leões e usa até de alguma ironia para abordar essa situação.
"Não quer viver no meio de burros. Ele tem de continuar a viver no meio de pessoas inteligentes que são, certamente, as pessoas que frequentam, enfim, tem uma atividade altamente intelectual que é colocar discos na discoteca. É uma pessoa que tem esse nível intelectual, sem menosprezo para quem mete discos. É uma atividade honrada ganhar a vida assim, como outra qualquer".
"Quem sou eu para estar a comentar uma situação dessas? Somos todos burros ou fomos. Se calhar, pode ser que agora os sportinguistas sejam mais inteligentes", indicou Dias Ferreira.
Em relação ainda a esse tema da eventual readmissão de Bruno de Carvalho como sócio do Sporting, Dias Ferreira prossegue no tom mais irónico. "Não sei qual vai ser a evolução da doença dele. Se for lenta, como a compreensão, julgo que ele próprio nem terá incoerência de pedir a readmissão."
"Se ele acha que somos burros, e se sente vergonha de ter liderado, os sócios do Sporting dão a resposta da vergonha que pensavam quando o destituiram. Também lhe deram a lição".

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