"É um foguetório diário. O ano passado por esta altura era o Barça que dava 120M€ pelo Darwin"; Jovane arrisca lesão grave. Saiu em lágrimas de Alvalade; Rui Costa associado a favor de Vieira; FC Porto vira atenções para filho de Conceição; Dragões gerem Luís Diaz com 'pinças'

Em mais um episódio sobre os negócios do ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, exibido no programa Grande Reportagem SIC, foi novamente desfiada a complexa teia de relações, influências e projetos que ligavam o ex-líder dos encarnados ao BES e depois ao Novo Banco. Em 2017, num testemunho de António Bota, então presidente da Câmara de Almodôvar, e reeleito este ano, foi encontrada ligação dos negócios privados do ex-presidente e o Benfica. Na sequência de contacto de um representante da Promovalor (grupo das empresas de Vieira) para dar andamento a um projeto no município, foi pedido, e aceite, a presença de jogadores da equipa principal para um torneio na terra natal de Diogo Gonçalves, que integra o atual plantel. «Sim, lembro que fiz esse pedido. Passado dois ou três minutos, o Rui Costa mandou alguém ligar para mim e dizer que contassem com a equipa», lembrou António Bota. Na reportagem foi ainda recordada a dívida de Vieira em 2016, já ao Novo Banco, num total de... €463 milhões. Dívida então reestruturada e que passaria a €153 milhões em... 2048.

FC Porto vira atenções para filho de Conceição. Com a renovação de Fábio Vieira, que tinha contrato apenas até junho, o FC Porto tem os jovens talentos da equipa principal presos de 2023 em diante. O prazo das ligações permite algum descanso aos dragões, mas a partir do próximo ano terão de concentrar atenções em Francisco Conceição, que em 2020 só pôde assinar por três anos, por ainda ser menor de idade (tinha 17 anos). O próximo contrato será, naturalmente, mais longo.

Dragões gerem Luís Diaz com 'pinças'. Luis Díaz regressou ontem ao Olival, depois de ter estado ao serviço da seleção da Colômbia, e tenta agora recuperar os níveis físicos ideais, tendo em conta o desgaste provocado pelos encontros com o Brasil e com o Paraguai, mas também pelas longas viagens a que esteve sujeito. Face ao cansaço que acumulou, mas também ao calendário bastante apertado que se avizinha para o FC Porto, com oito jogos no espaço de um mês, tudo aponta para que o extremo seja poupado amanhã, com o Feirense, a contar para a Taça de Portugal. O colombiano já leva 1919 minutos nas pernas, distribuídos por 24 desafios, e surge no topo dos jogadores mais fatigados dos azuis e brancos, que na quarta-feira têm uma partida importante com o Liverpool, para a Liga dos Campeões.

Pepê é o principal candidato a substituir Luis Díaz, que ainda não soma qualquer minuto na Taça de Portugal em 2021/22. Na eliminatória anterior, frente ao Sintrense, além de o adversário ser de um grau de dificuldade inferior - como se comprovou pelo resultado final (5-0) - a tripla jornada de apuramento da Colômbia para o Mundial’2022, contra o Equador, Brasil e Uruguai, fez com que o regresso a Portugal de “Lucho” tivesse ocorrido já depois da data do encontro da prova-rainha.

Jovane arrisca lesão grave. Jovane foi o azarado da última noite, devido a uma lesão no joelho esquerdo, potencialmente grave. Aos 53’ e na área do Varzim, o extremo ficou com a perna esquerda presa no relvado – que se apresentou em más condições – e, na queda, torceu o joelho. Após ter sido assistido, o ‘10’ deu sinais que estava em condições de continuar e reentrou, mas eram visíveis as dificuldades e acabou por ser substituído por Pote. O atacante saiu pelo próprio pé, e foi logo confortado por Nuno Santos. Já no banco, após ter relatado o sucedido a Neto, recebeu um abraço de Rúben Amorim, que em conferência de imprensa admitiu que o jogador saiu “abatido” e frisou que terão de ser feitos exames complementares para avaliar a gravidade da lesão. O jornal Record apurou que Jovane saiu de Alvalade com dores e em lágrimas.

"É um foguetório diário. O ano passado por esta altura era o Barça que dava 120M€ pelo Darwin". As recentes declarações do empresário de Darwin, nas quais avisou que queria encontrar-se com Rui Costa para abordar a saída do avançado já na abertura do mercado de transferências em junho, motivam alertas e conselhos por parte de quem conhece o fenómeno desportivo e a gestão de um plantel. Carlos Freitas, antigo diretor do futebol do Sporting e do SC Braga, entre outros emblemas, admite que as intervenções frequentes de Edgardo Lasalvia, empresário de Darwin Nuñez, podem dificultar a afirmação do uruguaio e até o clima no balneário encarnado.
"Quanto maior for o rendimento coletivo da equipa do Benfica e quanto maior for o rendimento do jogador dentro do coletivo maior será a sua cotação", explica Carlos Freitas, realçando que para Darwin ser transferido pelos montantes que se falam será imperativo que o Benfica, coletivamente, tenha sucesso, de pouco valendo o rendimento do uruguaio, se os companheiros não acompanharem as suas performances.
"Para Darwin atingir os valores que se falam de 50, 75 ou 150 milhões de euros, qualquer valor que se venha a praticar relativamente a Darwin, implica que coletivamente o Benfica está bem", avisa o antigo diretor do futebol leonino.
Carlos Freitas justifica ainda que, "para o jogador ser vendido nesta ordem de valor, necessita de um coletivo que funcione e um coletivo para funcionar tem que estar rodeado de estabilidade". Coisa que Carlos Freitas não verifica, se Edgardo Lasalvia continuar a ter este tipo de declaração pública.
"Com este tipo de intervenções no espaço público de forma sistemática não me parece que esteja a contribuir minimamente [para essa tranquilidade]".
"É um foguetório diário que já se assistiu também no ano passado, por altura dos primeiros meses da temporada em que diariamente, ao fim de duas semanas, o Barcelona dava 120 milhões. Estamos todos recordados disso", lembra o antigo dirigente, em declarações na SIC Notícias.
Carlos Freitas sustenta que Darwin tem talento e valor só que precisa de ter estabilidade fora de campo. "É indiscutível a qualidade do jogador. É indiscutível a margem de crescimento, normalíssimo que esteja a ser seguido pelos maiores emblemas", sustentou Carlos Freitas, lamentando, porém, que "tudo o que o envolve deve fazer pensar também os responsáveis do Benfica".
"É um ativo do Benfica e não é um ativo do agente. O Benfica investiu 24 milhões de euros na perspetiva de ter rentabilidade desportiva e igualmente financeira".
Carlos Freitas indica ainda que caberá ao Benfica e aos seus responsáveis a tarefa de 'blindar' o jogador e o balneário a eventuais ruídos externos que possam ocorrer.
"É o Benfica que tem de se ocupar do seu ativo", aconselha o experiente antigo dirigente do futebol português que, entre outros emblemas, já trabalhou no Sporting, no SC Braga e no Vitória, em Guimarães.