Benfica reserva Pepa para substituir JJ; Benfica quer vender Darwin por valor recorde; Mbemba não vai renovar com o FC Porto e sai a custo zero; Jogadores cansados de Fernando Santos. Técnico seguro. AVB disponível

Lenços brancos no final do duelo de Portugal frente à Sérvia, em pleno Estádio da Luz. Haverá sinal de reprovação mais óbvio e transversal? O que não tem sido tão claro de se traduzir é o que pretende o futebol do selecionador Fernando Santos. Ainda que com contrato até 2024, o jornal Record escreve que estas estão a ser horas complicadas no seio da Federação Portuguesa de Futebol, cujas altas patentes estão a digerir com dificuldade o desaire de domingo e a necessidade da Seleção Nacional alinhar num playoff para carimbar o passaporte para o Campeonato do Mundo do Qatar, em 2022. Noutro âmbito, também ele de relevância máxima, o balneário da equipa das quinas está dividido quanto à permanência do selecionador nacional e as perguntas são já muitas. A favor do técnico de 67 anos está um dos alicerces. Cristiano Ronaldo, apesar do que mostrou perante as câmaras no final do jogo, é um dos homens que tem sido defensor de Fernando Santos e tem trabalhado para manter a equipa unida, algo que, também sabe o nosso jornal, tem sido uma missão complexa. Há, entre os jogadores, cansaço relativamente ao futebol praticado e alguns elementos, confusos no que toca a posições e organização dentro de campo, não entendem mesmo as ideias de jogo do engenheiro. De resto, alguns consideram que é imperativo encontrar uma nova abordagem tática, uma tese que se foi maquilhando com a conquista do Euro’2016, feito que tornou a renovação do vínculo mais do que evidente. Mas se Fernando Santos fez história com a conquista em França, também a fez com a derrota inédita frente à Sérvia – que terá sido a gota de água no balneário. Nunca a equipa portuguesa havia perdido com os balcânicos, tendo a seu favor três vitórias e ainda o registo de quatro empates. Diante dos sérvios, mais propriamente, a equipa nem tão-pouco terá entendido a proposta do jogo nem que função estava efetivamente entregue a cada jogador. O projeto do engenheiro há muito desmoronou e, pese embora todo o respeito que lhe tenha a equipa, vive-se no balneário a sensação de que as ideias do selecionador nacional estão ultrapassadas.

Feitas as contas, o jornal escreve que o presidente Fernando Gomes não deixará cair o seu homem de confiança, mas a paciência vai-se esgotando. 

Villas-Boas agrada para emergência. André Villas-Boas é um nome que agrada às esferas superiores da FPF e, em caso de convite, escreve o Record, estaria disponível para pegar na Seleção Nacional. Até porque já assumiu publicamente que pretende orientar seleções e marcar presença num Mundial. Todavia, no círculo próximo do técnico, a convicção é a de que o Engenheiro não vai mesmo sair do cargo. E o facto é que o próprio AVB disse na Web Summit que “não há razão para mudar. Todos temos confiança no Fernando Santos”.

Chancel Mbemba não vai renovar contrato com o FC Porto, pelo que a partir de janeiro já poderá comprometer-se com outro clube sem que a SAD seja compensada financeiramente. O desfecho é idêntico ao de Jesús Corona, mas os contornos são distintos. Enquanto no caso do mexicano a administração está recetiva a propostas para o transferir em janeiro, no que respeita ao congolês mantém-se inalterada a decisão de o segurar no plantel até ao final da época, já que se trata de um jogador que possui todas as condições para continuar a dar retorno desportivo à equipa, escreve o Record.
O central, de 27 anos, foi colocado no mercado, no último verão, com um valor estipulado nos 15 milhões de euros, de forma a permitir um bom retorno financeiro – foi comprado por 6,2 milhões de euros –, mas face à inexistência de propostas convincentes acabou por permanecer no Dragão. Um cenário algo surpreendente, face à boa campanha que o capitão da República Democrática do Congo fez na Champions da época passada, mas que está de certa forma relacionado com a polémica em torno da sua idade. Recorde-se que a primeira inscrição desportiva que foi divulgada deu-o como tendo nascido em 1988 (teria agora 33 anos) e o tema nunca saiu de cena além-fronteiras. Apesar de se ver na iminência de perder mais um titular a custo zero, a SAD não encarou essa evidência como um problema, uma vez que tornou-se mais importante segurar um elemento influente na equipa do que libertá-lo a preço de saldo. No caso de Mbemba, ao contrário de Corona, a saída é encarada internamente com naturalidade, sendo vista como uma espécie de final de ciclo, a exemplo do que sucedeu no caso recente de Marega. O congolês continua a ser uma peça importante, e se mantiver a conduta apresentada até agora vai deixar o Dragão de cabeça erguida. Tem já três troféus no currículo, sendo foi da sua autoria o bis que derrotou o Benfica na final da Taça de Portugal.

Benfica reserva Pepa para substituir JJ. O Benfica pretende que Pepa suceda a Jorge Jesus como treinador principal em 2022/23. Segundo o CM, as águias já desenvolveram os primeiros contactos no sentido de reservarem o atual técnico do Vitória de Guimarães para a próxima temporada.
O assunto está a ser gerido com pinças na Luz. O objetivo é preparar o futuro sem colocar em causa o presente. Os dirigentes encarnados querem resguardar Jorge Jesus e o plantel, de modo a não colocar em causa o sucesso desportivo na temporada em curso. A intenção é que o técnico cumpra o atual contrato, que termina em junho de 2022, o que evita o pagamento de uma indemnização por despedimento.
Ao CM, o Benfica reafirma apenas que Jesus tem contrato válido até ao final desta época. Mas o CM sabe que a decisão está tomada: o prolongamento da ligação não é visto como a solução que melhor serve os interesses do clube. E já está a ser preparada uma alternativa.
Pepa é visto como o sucessor ideal. Aos 40 anos, tem um conhecimento profundo do futebol português - já vai na nona temporada como treinador principal, seis das quais ao serviço de equipas da I Liga - e, acima de tudo, não hesita em lançar jovens.
Rui Costa e a sua direção querem recolocar o foco no aproveitamento do talento gerado no Seixal. Foi dado tempo a Jorge Jesus para se adaptar a esta estratégia, mas o técnico não tem mostrado abertura para apostar na formação. Gonçalo Ramos está fora das primeiras opções e Paulo Bernardo - entretanto infetado com Covid - só recentemente foi lançado. Gedson ou Ferro integram o plantel mas, na prática, não contam para o treinador.
O Correio da Manhã sabe que o Benfica já se informou junto de pessoas próximas de Pepa do que será necessário para contratar o técnico. Para interromper o contrato com os vitorianos, válido até 2024, bastará pagar a cláusula de rescisão, fixada nos 500 mil euros. Um valor que, na Luz, se considera aceitável.
A assumir o comando do técnico do Benfica, Pepa regressa a uma casa que conhece bem. Como jogador, marcou um golo nos sete jogos pela equipa principal dos encarnados dos entre 1998/99 e 2001/02. Depois foi treinador-adjunto (2010/11 a 2012/13) /13) nos escalões de formação ação das águias.

Benfica quer vender Darwin por valor recorde. A janela de transferências do próximo verão ainda vem longe, mas o nome de Darwin Núñez já anda nas agendas dos responsáveis dos principais emblemas europeus. Nas últimas semanas tem sido referência sobretudo em Itália, onde Juventus, Milan e Inter já foram apontados como estando de olho no uruguaio de 22 anos, contratado há um ano pelo Benfica ao Almería por €24 milhões.
Um valor recorde para o Benfica e para o futebol nacional e é mediante um valor também recorde para os cofres da Luz que as águias admitem abrir negociações tendo em vista uma futura transferência.
Isto a propósito de declarações do agente de Darwin Núñez, Edgardo Lasalvia, que, abordado pela imprensa italiana, assumiu ter sido contactado por vários clubes importantes e disse que em breve irá reunir-se com Rui Costa.
O Benfica, que considera o jogador inegociável para a janela de janeiro, que se aproxima, admite ouvir ofertas tendo em conta eventual transferência no final da temporada. Mas tudo dependerá dos números em cima da mesa. Darwin tem cláusula de rescisão de €150 milhões, embora esse seja número que na atualidade, em contexto de pandemia, seja muito difícil de bater. Basta olhar, por exemplo, para as maiores transferências na Europa no último defeso: Grealish trocou o Aston Villa pelo Man. City por € 118 milhões e Jadon Sancho mudou-se do Dortmund para o Man. United por €85 milhões. E isto num mercado à parte, como é o inglês. Fora de Inglaterra, a aquisição do marroquino Hakimi pelo PSG, que pagou € 60 milhões ao Inter, foi a mais cara. Ou seja, ao pretender valores recorde, a SAD da Luz admite que serão números dentro daqueles agora praticados.
Ainda assim, quem pretender o uruguaio terá de abrir, e muito, os cordões à bolsa. Em agosto último, por exemplo, a águia recusou oferta próxima dos €30 milhões feita pelo Brighton. Valor que não chegou, sequer, para abrir negociações.