“Jogar em rivais? O Sporting tem um lugar especial no meu coração e será sempre o meu clube em Portugal, mas...”; Benfica perto de resolver problema de mercado. Águias podem receber 6M€; Depois de Varandas Fernandes e Moniz, haverá mais dois vices a deixarem o Benfica. Arguido no processo ‘Saco Azul’ vai deixar a SAD

Dos sete vice-presidentes que integraram a última Direção benfiquista, há quatro que não irão integrar o elenco diretivo que Rui Costa irá apresentar a eleições. Ou seja, nas listas do antigo jogador irão aparecer, no mínimo, quatro de caras novas. José Eduardo Moniz e João Varandas Fernandes deram a conhecer formalmente as suas posições – já antes transmitidas a Rui Costa –, mas não foram os únicos que já tomaram a mesma decisão.

Segundo o Record apurou, Sílvio Cervan e Rui do Passo são outros dois dos sete vice-presidentes que não irão integrar a lista que Rui Costa irá apresentar às eleições agendadas para o próximo dia 9 de outubro. Apesar de estarem de saída, o nosso jornal sabe que todos estes elementos irão apoiar a candidatura de Rui Costa à liderança das águias. Já Domingos Almeida Lima deverá continuar, mantendo a responsabilidade pela ligação às casas do clube, que desempenhou no mandato que agora termina. Mesmo que Rui Costa viesse sendo pressionado a afastar José Eduardo Moniz, a verdade é que a renúncia deste, explicada com a falta de disponibilidade profissional do próprio, não deixou de ser uma surpresa. “Os desafios profissionais que se me deparam não se compadecem com a dispersão de atividades e o Benfica merece sempre a máxima entrega”, vincou, numa carta dirigida a Rui Costa, ainda que tenha sublinhado a boa relação que mantém com o candidato: “Sou seu amigo e admirador. Trocámos confidências e alimentámos cumplicidades. Em tempos complexos, estivemos juntos”.

Já Varandas Fernandes justificou que pretende ficar longe da Direção benfiquista, pois considera que há a necessidade de que “se afirmem novos protagonistas” na liderança benfiquista. “Entendo que, com o devido sentido de desprendimento, devemos dar o exemplo, porque se abre um novo ciclo, com uma nova liderança, que deve ter espaço para acolher novas pessoas, sob a ambição ganhadora de sempre do glorioso. Nesse sentido, quero dar público testemunho que comuniquei a Rui Costa que o meu lugar está ao dispor desse impulso de renovação que se impõe. É critico a este novo ciclo que se se afirmem novos protagonistas”, sustentou o clínico, que foi vice-presidente desde 2012 – entre 2003 e 2006 já assumira essas funções –, após ter sido um crítico de Vieira.

Fica agora claro que a equipa de Rui Costa será pautada pela renovação, ainda que existam pelo menos três nomes que deverão manter-se: Domingos Almeida Lima, Fernando Tavares e Jaime Antunes.

Há, assim, espaço para um vincado refrescar de tendências, um dos objetivos de Rui Costa. Aliás, logo no anúncio da candidatura, o antigo jogador sublinhou que tem como meta voltar a unir a nação benfiquista.

Miguel Moreira, diretor-financeiro do grupo Benfica e administrador da SAD, prepara-se para deixar a Luz. Segundo o Record apurou, esta é uma medida que está alinhavada e deverá ser efetivada depois das próximas eleições. A administração da sociedade anónima tem definido que será benéfico proporcionar a distância com elementos que estejam no foco de investigações judiciais. No Benfica desde 2007, Moreira é arguido no processo ‘Saco Azul’. O Ministério Público suspeita que tenha recebido em numerário 1,4 dos 1,8 M€ pagos pelo Benfica a uma empresa de informática. O gabinete do dirigente foi também alvo de buscas no âmbito da operação ‘Cartão Vermelho’, por suspeita de um conluio com Luís Filipe Vieira, num esquema que visava comprar, a baixo custo, dívida do ex-presidente encarnado ao Novo Banco por via da sua empresa Imosteps.

Gabriel pode render 6 M€. Pode estar por horas a saída de Gabriel dos quadros do Benfica, embora ainda de forma temporária. O médio tem acordo total com o Al-Gharafa, clube do Catar, para um empréstimo válido por uma temporada, faltando apenas que à Luz cheguem os termos acertados, e já negociados, em papel timbrado para que o acordo se consume.

O clube catari, que ocupa a terceira posição do campeonato, assume o pagamento do salário do jogador de 28 anos, na ordem dos 1,5 milhões de euros líquidos por ano – o Benfica desembolsa normalmente perto do dobro devido aos impostos –, devendo Gabriel ter ainda um acrescento, em forma de prémio, para aceitar a transferência para o Catar.

O acordo, escreve O Jogo, inclui ainda uma opção de compra, que pode render aos encarnados, caso seja acionado, um encaixe de seis milhões de euros por um jogador que não entra nos planos de Jorge Jesus, mas que implicou um investimento de quase dez milhões em 2018/19, quando foi contratado aos espanhóis do Leganés. Tal como acontece nos Estados Unidos da América, também no Catar a última palavra é da federação e é esse “pormenor” que separa o médio da hora de partida.

O negócio deverá consumar-se nas próximas horas e permitirá ao Benfica a resolução de um processo pendente, deixando de ter um ativo do clube a treinar-se sozinho e longe da preparação do plantel principal. Pelas águias, Gabriel soma uma centena de jogos, marca simbólica que completou precisamente em Guimarães, no final da temporada passada, onde os encarnados vão jogar já amanhã sem o brasileiro que está prestes a embarcar para Doha, capital do Catar.

“Jogar em rivais? O Sporting tem um lugar especial no meu coração e será sempre o meu clube em Portugal, mas...”. Domingos Duarte, defesa-central que está em foco nos espanhóis do Granada, emblema que representa desde 2019/20, não esquece o amor ao Sporting, mas garante que se sente bem na Andaluzia. Tem 26 anos e sonha dar o salto na carreira.

"Gostava muito, mas também sou sincero, estou bem onde estou. Sou querido neste clube e na cidade e acho que isso também é importante, pois acabas por ser feliz no jogo, no estádio e também na cidade", disse em entrevista ao Record.

O internacional português falou ainda de um possível regresso a Portugal, onde daria prioridade ao Sporting mas não fecharia outras portas.

"Um jogador que seja esperto não pode fechar portas, porque em Portugal a liga está a crescer. Temos o Sporting a voltar aos grandes anos do Sporting, equipas na Ligas dos Campeões. É um campeonato que exporta qualidade. Já disse até em algumas entrevistas que gostava de representar o Sporting, mas não vou fechar nenhum tipo de porta porque não faz sentido. Se representava um dos eternos rivais? Sou sincero, gostava do Sporting. O Sporting tem um lugar especial no meu coração e será sempre o meu clube em Portugal, mas não me quero meter por caminhos apertados", garantiu.

Domingos Duarte deixou o Sporting a título definitivo em 2019 sem nunca ter tido uma verdadeira oportunidade na equipa principal. O defesa sente que talvez tivesse sido diferente se tivesse apanhado um treinador como Rúben Amorim.

"É possível, é possível. Sabemos que Rúben Amorim aposta em qualquer tipo de jogador. Ele aposta pela qualidade e não pela idade do jogador e isso é muito bom para os jovens. Talvez teria sido bom para mim, mas graças a Deus as coisas estão a correr bem. Tenho pena de não me ter estreado pelo Sporting. Fui convocado algumas vezes mas acabei por não me estrear. É algo que tenho pendente. Talvez com Amorim tivesse sido diferente, tivesse conseguido mostrar o que tenho demonstrado fora de Portugal", terminou.