Há um leão com Pote e outro sem o atacante, o melhor marcador da equipa na temporada transata. Em Dortmund e pela primeira vez esta época, o onze de Ruben Amorim ficou em branco, mostrando sinais também evidenciados em alguns jogos quando Pedro Gonçalves deixou de jogar por se encontrar lesionado. Uma clara perda de fogo no ataque, como atestam as vitórias magras sobre o Estoril e o Marítimo, ambas por 1-0. Com o atacante em campo, o campeão nacional marcava em média dois golos por jogo, nesta fase o coeficiente caiu para menos de metade (0,8 por embate).
Antes, a música era diferente. Pedro Gonçalves marcou dois golos ao Braga, um para a Supertaça e outro a contar para o campeonato, e bisou frente ao Vizela, no triunfo por 3-0. Mesmo ausente da equipa há sensivelmente um mês, mantém o estatuto de melhor marcador do conjunto verde e branco, com quatro golos em 432 minutos, registando menos tempo de jogo do que qualquer um dos seis companheiros que também já faturaram.
A maior eficiência no ataque também se reflete nos resultados da equipa: com Pedro Gonçalves, o leão só não venceu um jogo (empate em Famalicão) ao contrário da fase atual em que só triunfou em dois de cinco confrontos, tendo duas derrotas e um empate.
Os desaires aconteceram nos embates da Liga dos Campeões (Ajax e Dortmund), o que significa o pior arranque da história do clube na competição, já que a equipa leonina nunca havia fracassado nos dois assaltos iniciais na prova. A ausência de Pedro Gonçalves é uma preocupação para Ruben Amorim. O técnico projetou inicialmente que o regresso do jogador aconteceria após a paragem das seleções, ou seja, falharia ainda a deslocação a Arouca e regressaria com o Belenenses SAD. Porém, na antevisão do encontro com o Dortmund, Amorim voltou atrás e já não procurou traçar prazos: “A lesão não se está a arrastar. Pote é muito importante para nós. O toque [lesão num pé] é do tempo do Famalicão e está a demorar o que tem de demorar”, disse, referindo que o jogador deveria evitar uma intervenção cirúrgica.
"Enquanto o Sporting continuar a ganhar, vamos conseguir ofuscar problemas sérios". Em dia de Assembleia Geral do clube para votar dois relatórios e contas (2019/2020, chumbado em anterior AG, e 2020/2021) e o orçamento para a nova época desportiva, Ricardo Oliveira deixa duras críticas à gestão da equipa liderada por Frederico Varandas na SAD. «Enquanto o Sporting continuar a ganhar, vamos conseguir ofuscar problemas sérios que a mim me preocupam muito», disse o gestor leonino, enumerando alguns pontos que no seu entender perigam a continuidade do Sporting em ser competitivo, como o aumento do capital próprio da SAD que é negativo de quase €10 M para cerca de €41 M ou o facto de o passivo corrente em financiamentos subir de €37,8 M para €90,2 M. Ou seja, no entender de Ricardo Oliveira a SAD está a trocar dívida de longo prazo em curto: «Onde vão encontrar esse 90 milhões? Mais empréstimos com juros mais altos e continuar a empurrar com a barriga? Agora é a emissão obrigacionista de €50 milhões que no fundo é mais dívida.»
Não será ainda hoje, mas na AG de 6 de outubro da SAD será discutida e analisada a proposta de remunerações, na sua opinião «reprovável e imoral». «Sabendo que têm a maioria propõem critérios e objetivos e sem os ter aprovado no passado querem receber prémios com os objetivos que vão aprovar. Ou seja, primeiro ganham o campeonato e agora é que querem definir os prémios pelo objetivo. Parece-me no mínimo desonesto», disse, lembrando que a Administração tem apenas de receber prémios quando tiver resultados financeiros.
A nível desportivo elogia Rúben Amorim — «toda a gente vê o que foi o Sporting dois anos antes de Rúben e o que passou a ser» —, as modalidades, mas questionou-se por que razão o Sporting abdicou de ir à Europa com o hóquei e voleibol femininos e pediu aos sócios para lerem o relatório do auditor: «Os sportinguistas têm de estar atentos, de exigir mais, pois caso contrário há de chegar o dia em que nos dizem que não há outro remédio senão vender a SAD, pois não há dinheiro e os sócios já não podem salvar o clube.»
SAD pondera dar mais um ano a Neto. O defesa-central foi anteontem, em Dortmund, um dos elementos mais destacados da equipa do Sporting, provando ser uma mais-valia em campo. Além disso, é um jogador com peso no balneário, premissas que levam a SAD a ponderar oferecer-lhe mais um ano de contrato. O central de 33 anos termina a ligação no final desta época, mas não está preocupado com o aproximar do fim do vínculo, o mesmo sucedendo com o clube.
Para já, o cenário que está a ser equacionado é o da renovação, eventualmente com algum acerto financeiro, mas ainda não há uma proposta em cima da mesa e o assunto só será abordado daqui a alguns meses, perto do final da temporada. Rúben Amorim valoriza a postura profissional e dedicação de Neto, que considera um elemento válido, sempre disponível, e que ajuda a formar e a integrar os mais novos. É o sub-capitão, tem voz no balneário e dá experiência.
"Toda a gente viu o que foi o Sporting 2 anos antes do Ruben"
ResponderEliminarSó 2 anos antes? E os outros anteriores, estava-se bem?
Deixa-se berrar, que é mais um bruneco a vomitar a azia de não ter teta há 3 anos...