Atenções leoninas em Vinagre; “O Dragão vai estar em chamas, e é bom regressar com o Liverpool”; FC Porto num lote onde apenas estão o Real Madrid, Barça, Bayern, Man United e Juventus

“O FC Porto é a única equipa portuguesa com ADN da Champions”. A afirmação é de Rui Pedro Braz, feita poucos meses antes de assumir o cargo de diretor-geral do futebol do Benfica. Os números dão-lhe razão e amanhã ganham ainda mais sentido. A receção ao Liverpool será o jogo 200 dos portistas na Liga dos Campeões, desde que assumiu o atual formato, em 1992/93, contabilizando apenas partidas desde a fase de grupos até à final. Ou seja, sem as pré-eliminatórias. E para se perceber a importância deste registo basta dizer que só foi alcançado por mais cinco clubes em toda a Europa: Real Madrid, Barcelona, Bayern, Manchester United e Juventus.

O Liverpool, que amanhã à noite visita o Estádio do Dragão como favorito à passagem aos oitavos de final da Champions no Grupo B, é “apenas” o décimo clube neste ranking com 133 jogos na competição, menos do que o Milan (166), mas bem mais do que o Atlético de Madrid (101). O atual campeão europeu aparece logo a seguir à equipa de Sérgio Conceição com 177, ou seja, ainda não será esta temporada que atingirá as duas centenas.

Olhando para as equipas portuguesas, o Benfica é, sem surpresa, a segunda com mais jogos na atual Liga dos Campeões, mas a léguas dos dragões:107 encontros. O Sporting vai em 51.

Como se sabe, o FC Porto participa pela 25ª vez na Liga dos Campeões - só Barcelona e Real Madrid têm mais (uma), tendo atingido uma final (que venceu, em 2004), noutra chegou às meias-finais (1993/94), ficou seis vezes nos quartos de final e sete vezes nos oitavos. O primeiro jogo do FC Porto neste formato da prova foi com o PSV Eindhoven (2-2), há quase 29 anos. Desde então, nas 199 partidas disputadas, somou 306 pontos (contabilizando também os resultados nas fases a eliminar). O Benfica vai em 136.

Ainda assim, estes são números que Sérgio Conceição seguramente desvalorizará na ante visão do encontro como Liverpool, uma equipa que pode ter menos rodagem na prova, masco mos cofres incomparavelmente mais recheados. Dois dados, contudo, de que nenhum jogador se lembrará depois do apito inicial.

“O Dragão vai estar em chamas”. Vítor Matos saltou do Olival para Anfield. O adjunto de Jürgen Klopp garante que o Liverpool tem muito respeito e admiração pelo FC Porto. O ex-técnico da formação dos dragões está muito feliz por voltar a 'casa' e preparado para o ambiente que vai encontrar.
"Sorteio? Foi incrível! Sou portista e tenho um vínculo emocional muito grande com a cidade e o clube. Não só por ser o meu clube de infância, mas também porque trabalhei lá sete anos e isso teve um grande impacto em mim em termos pessoais e profissionais. Cresci a ver o FC Porto a vencer e existem muitas pessoas que admiro e respeito no clube. Ao mesmo tempo, sobressaiu a vontade de ganhar, de respeitar a enorme história do Liverpool", começou por dizer.
"Tenho a certeza de que apesar das restrições o Dragão vai estar em chamas, e é bom regressar com o Liverpool ao Dragão", acrescentou.

Atenções leoninas em Vinagre. Se Porro é um dos jogadores do Sporting com os índices de motivação no pico, fruto dos dois golos nos últimos dois jogos, no plano - e flanco - oposto encontra-se Rúben Vinagre. É que o lateral-esquerdo ainda não foi capaz de se encontrar depois da noite para esquecer de há duas semanas, na receção ao Ajax (1-5), na estreia na Liga dos Campeões, jogo no qual foi substituído ao intervalo. Tanto que, depois do Marítimo (1-0), Rúben Amorim admitiu que o esquerdino sente “falta de confiança”, o que obriga a atenção redobrada por parte da equipa técnica, ciente de que o rendimento recente não tem sido o desejado.
Mas aquele que para uns pode parecer um problema bicudo, para Rúben Amorim é, até, de simples resolução: “Há jogadores que sentem o embate, nomeadamente o Vinagre. Vai continuar e ter tempo para crescer”, sublinhou o técnico, já a pensar no que está no horizonte da equipa, desde logo Dortmund, em nova jornada da Champions, onde o camisola 16 deverá ter nova oportunidade nas escolhas iniciais. “O que eles precisam é de jogar. Ele tem de saber que tem uma equipa técnica que percebe os momentos de cada um”, assegurou. Em qualquer dos cenários, escreve o jornal Record, não existiram conversas em particular entre jogador e treinador nas últimas 48 horas.
Vinagre terá de evoluir a todos os níveis, até fisicamente, razão pela qual foi inserido, no início da época, num plano de trabalho específico para alcançar a melhor forma, o que ainda não foi visível dado que acabou por ser substituído nos sete jogos que realizou até à data. O apertado calendário do Sporting não ajuda, mas... terá de dar ao pedal.