15 julho 2021

Médio volta ao radar do Benfica; Proposta por Ugarte terá de ter números superiores aos de Pote. O plano leonino; "Rejeitamos as acusações feitas contra nós", diz o Inter; SAD do Benfica vai impedir John Textor de comprar 25% das ações; Cláusulas de Otávio e Corona disparam hoje

O acordo entre José António dos Santos, principal acionista individual da Benfica, SAD, e John Textor para a transação de 25 por cento do capital da sociedade benfiquista para as mãos do empresário norte-americano não tem pernas para andar, pois o plano será chumbado pelo Benfica.
Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a SAD benfiquista revelou ter sido informada que o negócio entre o empresário conhecido como “rei dos frangos” e John Textor deveria ser concluído até 15 de setembro, dependente de diversas condições, mas na perspetiva do Benfica, e de acordo com informações recolhidas pelo jornal O Jogo, o investidor norte-americano tem interesses concorrentes com a SAD encarnada. Isto porque o clube da Luz entende que o facto de Textor ser sócio maioritário da fuboTV, um serviço de streaming televisivo focado no desporto – e no qual há um pacote, o Portuguese Plus, que permite assistir à BTV, assim como à RTP3, RTP Internacional e RTP Açores –, e ter também uma academia de futebol na Flórida são factores que chocam com a SAD benfiquista.
Durante o dia de ontem, e em novo documento enviado ao regulador do mercado, a sociedade encarnada frisou que a aquisição de 25 por cento das ações por parte de John Textor, “prevista ocorrer até 15 de setembro de 2021” está “sujeita à verificação de determinadas condições, em especial a aprovação da aquisição daquela participação pelo Sport Lisboa e Benfica em Assembleia Geral da Benfica SAD”. E o clube da Luz – a quem, que de acordo com o prospeto do empréstimo obrigacionista 20202024, lançado este mês, “são imputáveis direitos de voto inerentes a 15.404.856 ações representativas de 66,98% do capital social e dos direitos de voto da Benfica SAD” – tem poder total nesta matéria, pois, ainda segundo os estatutos da sociedade, tem não só direito de veto sobre decisões como “é necessária a unanimidade dos votos” relativos às ações de categoria A, todas na posse do Benfica, para ser aprovada a “aquisição, direta ou indireta, de ações representativas de mais de 2% do capital social da Sociedade por uma entidade concorrente”. Algo que a Direção agora liderada por Rui Costa entende verificar-se.
José António dos Santos acertou, a troco de um sinal de um milhão de euros, e por um valor de 50 milhões, a venda de 25% dos títulos da SAD a John Textor, mas de acordo com informações prestadas pela sociedade à CMVM, o dono do Grupo Valouro – que acertou com José Guilherme e a Quinta dos Jugais a compra da sua parte, 3,37% e 2%, respetivamente – tem apenas “direitos de voto inerentes a ações representativas de 23,1061% do capital social” da SAD.
Parte importante poderia ser Luís Filipe Vieira, que detém 3,28 por cento dos títulos, cujos direitos de voto em AG da SAD “são imputáveis” ao clube – além dos 68,98% controlados pelo Benfica, nos quais se inclui a parcela de Vieira, e dos 23,1% de José António dos Santos, há cerca de 10% dispersos no mercado, segundo informação prestada no prospeto do empréstimo obrigacionista. E segundo é esclarecido pela SAD à CMVM, o presidente autossuspenso “através de uma carta com data de 11 de setembro de 2020”, ou seja, pouco antes das eleições do ano passado, concedeu ao Benfica “um direito de preferência na aquisição daquelas ações caso decida transmiti-las a terceiro”. Ou seja, as águias têm sempre prioridade caso Vieira pretenda transacionar a sua quota.
A entrada em cena de John Textor mereceu rápido repúdio por parte de vários quadrantes benfiquistas. Ou seja, a Direção nesta fase liderada por Rui Costa tem sentido pressão com vista ao chumbo do negócio, algo que irá levar por diante. Jorge Mattamouros, o sócio que interpôs uma ação em tribunal contra Luís Filipe Vieira, sublinhou ser “imperativo bloquear esta transação”. “Já”, atirou, falando até em “vergonha” quanto ao processo, até porque o advogado de John Textor, João Costa Quinta, foi vice-presidente na anterior Direção (e elemento do Conselho Fiscal de 2009 a 2016). Já o movimento Benfica Bem Maior, em comunicado, pede aos órgãos sociais para “suspenderem a venda” dos 25% nos termos dados a conhecer pela CMVM, nomeadamente “até que novos órgãos sociais tomem posse no clube”, sublinhando que esta “tomada de posse qualificada no capital da SAD pode configurar uma decisão hostil ou não solicitada”.

O Benfica continua no mercado por um médio-defensivo e o nome de Nzonzi (Roma) volta a estar na linha da frente. Tudo porque a contratação de Al Musrati estará perto de cair devido às exigências de António Salvador. O presidente do Sp. Braga exigia 16 milhões pelo líbio, mais o empréstimo de Gonçalo Ramos, avançou ontem o Correio da Manhã.
A alternativa caso o francês Nzonzi não venha é o brasileiro Willian Arão, de 29 anos. O Flamengo está a pedir 12 milhões de euros pelo trinco.

Proposta leonina por Ugarte terá de ter números superiores aos de Pote. A proposta do Sporting por Manuel Ugarte deverá ser ligeiramente superior aos números que foram colocados sobre a mesa há um ano pela contratação de Pote: o médio goleador custou 6, 5 milhões de euros, com o Famalicão a reservar 50% de uma futura venda; o uruguaio, por quem os minhotos investiram 3 milhões de euros em dezembro, poderá agora chegar a Alvalade por um valor fixo inicial semelhante, nunca superior aos referidos 6,5 milhões de euros, mas, segundo o Record, com a SAD leonina disposta a oferecer um encaixe adicional dependente de objetivos ou variáveis.
A inclusão deste bónus na proposta permitirá ao Famalicão cumprir com a expectativa anunciada ontem pelo presidente da SAD dos minhotos, Miguel Ribeiro, que tem no horizonte um recorde no mercado de transferências.
“Naturalmente o maior investimento terá de ter reflexo no seu retorno. Reparem que a transferência do Pote foi importante, mas se perguntam onde está a maior importância está na percentagem que o Famalicão manteve. Olhando para o Ugarte, acredito será a maior venda de sempre”, disse Miguel Ribeiro, lembrando, a propósito, que Ugarte “tem qualidade, joga a nível sénior desde os 16 anos e é jogador de seleção.” “São ingredientes a mais para a sopa que sair desses ingredientes não seja rica”, concluiu o responsável pela SAD famalicense. O Sporting está disposto a fazer um esforço para garantir o médio. O negócio poderá conhecer um desfecho ainda esta semana.

"Rejeitamos as acusações feitas contra nós". Na sequência da denúncia do Sporting em relação a um alegado expediente utilizado pelo Inter e João Mário para contornarem a cláusula antirrival imposta pelos leões, o clube italiano voltou a criticar o Sporting, através de Beppe Marotta.
“Foi uma postura muito arriscada. Agimos de forma muito correta. Rejeitamos as acusações feitas contra nós”, disse o CEO do Inter, à margem do sorteio da Serie A 2021/22.

As cláusulas de rescisão de Corona e Otávio já estão mais elevadas. Neste dia 15, a do mexicano passa de 25 para 40 M€, enquanto a do luso-brasileiro sobe dos 30 para os 60 M€.
Isso não quer, contudo, dizer que o FC Porto recuse negociá-los abaixo dos novos valores, sobretudo no caso de Corona, que vai entrar no último ano de contrato. Quanto a Otávio, renovou contrato e a SAD tem maior margem.

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