A enorme exibição no Estádio da Luz, a juntar a outras que tem assinado esta temporada, colocam Uribe no centro das atenções, precisamente onde ele não gosta de estar. O colombiano prefere a descrição em campo, mas os números com que saiu do clássico e que vão muito além do golo que manteve o FC Porto tranquilo no segundo lugar confirmam toda a sua dimensão e importância na equipa. Apesar de já ter despertado o interesse de alguns clubes da Premier League, O Jogo avança que o médio é considerado fundamental e intocável pela SAD do FC Porto. Aliás, é o único médio com lugar assegurado no plantel da próxima época.
A cláusula de rescisão de 60 milhões de euros que Uribe tem é suficientemente alta para deixar os responsáveis portistas tranquilos no defeso que está à porta. Além disso, convém não esquecer que o médio já fez 30 anos, o que pesa sempre quando um clube pensa em investir somas elevadas, e sente-se feliz no Dragão. Sem esquecer que a excelente prestação da equipa na Champions permitiu equilibrar as contas da sociedade e esta não depende tanto das vendas. É claro que o campeonato atual não está fechado e uma eventual ausência da Liga dos Campeões da próxima época poderá alterar o estabelecido e obrigar o FC Porto a vender mais ativos do que o que deseja. Nesta fase, porém, depois do 1-1 com o Benfica, a equipa segue bem encaminhada para conseguir o segundo lugar. Precisamente graças ao golo de Uribe.
Olhando para os restantes elementos do setor intermediário, Sérgio Oliveira renovou recentemente, mas depois da melhor época da carreira a nível pessoal (já vai em 19 golos e seis assistências) tem mercado e a SAD não fechará as portas a um negócio, desde que envolva o preço certo, escreve o diário; Grujic está a terminar o empréstimo por parte do Liverpool e embora as duas partes admitam a continuidade, não será fácil chegar aos números que os ingleses pedem pelo passe do sérvio. Depois, há a situação de Loum, que está no Dragão desde janeiro de 2019 e soma apenas 23 aparições na equipa principal. O ciclo parece ter-se esgotado de vez. Sobram os jovens Baró e Fábio Vieira, que também nunca foram titulares com frequência esta temporada. E Otávio continua a ser pensado para posições mais ofensivas.
Voltando a Uribe, não é apenas Sérgio Conceição que está rendido ao seu desempenho. Toda a estrutura o valoriza. A verdade é que o colombiano tem características únicas no FC Porto ao nível de posicionamento, leitura de jogo e entrega. O clássico de quinta-feira, em que foi considerado o melhor em campo, sublinha isso mesmo. O jogador ocupou todas as zonas do meio-campo, atuando como médio de contenção, como organizador do jogo e até como finalizador. É que não foi “apenas” o autor do golo, como também o portistas que mais (4) rematou na Luz. Juntou a isso uma excelente leitura de jogo, traduzida em dois passes para ocasião, uma grande capacidade de luta e de choque, bastando dizer que recuperou 12 bolas e que ganhou a maioria dos duelos que disputou. No fundo, todo o jogo passou pelos seus pés no clássico e se o FC Porto ganhou o meio-campo a “culpa” foi dele.
"Benfica e FC Porto gastam energia na Europa e o Sporting aproveita". Cada vez mais perto de se sagrar campeão nacional, o Sporting tem chamado a atenção da imprensa internacional, curiosa para perceber como uma equipa que não vencia a I Liga desde 2002 conseguiu superar os dois crónicos candidatos, FC Porto e Benfica (pela ordem da atual classificação). Agora, foi a vez do jornal francês L'Équipe, um dos desportivos mais conhecidos da Europa, dedicar algum espaço a analisar a prestação da formação verde e branca.
As explicações foram dadas por um técnico português. À margem de uma conversa sobre Renato Sanches, Rui Vitória, treinador que levou o Benfica a dois campeonatos, foi questionado sobre os motivos do sucesso do Sporting nesta temporada e desfez-se em elogios a Rúben Amorim, um treinador com "grande personalidade" que soube "aproveitar" os erros dos rivais diretos, tirando o melhor proveito da eliminação precoce da Liga Europa, diante do LASK Linz. "O Rúben mostra uma grande personalidade e aproveitou muito bem os erros cometidos pelas outras equipas. O Benfica gastou energia na Europa, o FC Porto também, o Sporting aproveitou", sintetizou.
Esse foi apenas um dos segredos, continuou Rui Vitória. A forma como Rúben Amorim construiu a equipa, juntando um punhado de elementos com 'calo' à muita juventude formada no próprio Sporting, permitiu que toda a estrutura se unisse em torno do objetivo comum: conquistar um título que fugia há quase duas décadas. "A primeira explicação é que ele é um bom treinador. Depois, há a construção de uma equipa feita à sua imagem. Ele sabia muito bem o que queria e sabia como construir a equipa. E há esse vínculo muito forte entre o treinador e a estrutura, neste caso o presidente", realçou.
"As pessoas sentem isso, que todos estão trilhando o mesmo caminho e então tudo fica mais fácil", insistiu Rui Vitória, apontando também os méritos de Amorim no plano tático, criando um 3x4x3 que outras equipas também passaram a explorar depois de cumprida meia época. "Os bons resultados validaram esse esquema e esse esquema permitiu alcançar bons resultados", salientou.
Ao montar a equipa à sua imagem, o treinador do Sporting optou por privilegiar o resultado em vez da nota artística, com os leões a vencerem vários encontros pela margem mínima, alguns deles já nos descontos. "Não é uma equipa que foi sempre foi brilhante, mas está bem conectada, consistente. Acreditam a todo o momento que podem vencer, que vai correr bem. Grandes equipas são as que nem sempre se preocupam em fazer grandes partidas, mas que sabem ser muito pragmáticas", apontou o ex-técnico encarnado, atualmente sem clube.
"Pessoalmente, gosto quando a minha equipa é desinibida, leve, ataca a competição de forma positiva. Ter uma equipa à vontade em campo é um verdadeiro prazer como treinador. E também é um prazer ver que a equipa está confortável a defender Ver essa alegria, esse prazer com e sem bola, é a satisfação de um treinador", disse ainda Rui Vitória, nesta análise ao campeonato do Sporting para o L'Équipe.
Nesta entrevista, Rui Vitória foi ainda desafiado a falar sobre Renato Sanches, médio que lançou no Benfica e que tem estado a brilhar no Lille, atual líder do campeonato francês: "É um jogador diferente. Quando agarra a bola, pode destruir a equipa adversária sozinho e, com ele, uma ação defensiva rapidamente passa a ofensiva. Gosta de arriscar. Ele tem aquele lado atrevido. Em 2016, no Benfica, teve um impacto incrível na equipa. É um vencedor por natureza, alguém que encontra dificuldades e as supera. Pode chegar onde quiser. Deve encontrar a estrutura certa e dar tudo de si. Connosco era um animal selvagem e aproveitámos esse lado".
Deixem-se dessas tretas de teorias de gastar energias dos adversários na Europa para desmerecer o título do SCP! Então, uma equipa que ainda não perdeu não tem mérito só por si?! Comparem a pontuação final do Sporting e dos outros campeões anteriores e percebam que o título não seu deveu ao desgaste adversário, até porque a performance do Braga pós Europa prova isso à saciedade...
ResponderEliminarMeu caro, é deixá-los falá-los, pouco sabem do que falam. Eles não conseguem perceber como é que aquela "amálgama" de putos, a jogar a bola no campo de treinos, e meia dúzia de velhotes, sabidolas e que, vá-se lá saber porquê, até começaram a divertir-se com a brincadeira (olha o Fedal, o que diziam dele quando chegou!) começou a ganhar jogos, primeiro e, depois, a não perder jogos que devia perder, acabando naquilo que estamos a assistir.
EliminarJá agora: há quantos meses estão o Braga e o Benfica sem jogos europeus para que pesem tanto as pernas aos seus jogadores?