A entrada e a saída no plantel do Benfica; Coates ou renova ou sai; Marega de regresso. Pepe sem hipóteses; Varandas admite erros no futebol e envia recados para as claques e para...esqueletos e papagaios que só sabem fazer “bla-bla”

Frederico Varandas manteve a tradição do presidente do Sporting ao marcar ontem presença no jantar e cerimónia de entrega dos Rugidos do Leão, na Batalha. Ladeado por um elevado número de elementos dos seus órgãos sociais e perante uma plateia dividida entre assobios, vaias e aplausos – situação inédita no evento, que tem sido sempre marcado por um clima de apoio às direções em exercício –, assumiu erros de gestão, apresentou justificações e partiu para o ataque visando alvos internos.
“O Sporting está melhor, mas não está como deve ser”, começou por afirmar, sustentando o pensamento: “Claro que errámos! Não só no futebol como também noutras áreas. Se os grandes clubes europeus com grandes orçamentos erram, um clube como o Sporting não haveria de errar?”

Apontando os feitos que considera terem sido alcançados, sem esquecer a herança de um clube “em guerra civil e numa profunda crise de valores” – tendo sublinhado a resolução de problemas de tesouraria, a reestruturação financeira, a revisão estatutária que está na forja com o “i-Voting” ou o investimento na Academia como pontos essenciais –, Frederico Varandas fez mea culpa no futebol. “É verdade que este arranque da equipa de futebol está aquém das expectativas! Há quem diga que isto se deve à falta de competência da estrutura do futebol profissional ou a mau planeamento. Nós sabemos as razões e quem estiver de boa fé também saberá. Mas esta estrutura é a mesma que fez com que o futebol tivesse a melhor época dos últimos 17 anos”, frisou, assumindo que o mercado “não funcionou como o esperado” em Alvalade. “É preciso dizer a verdade. O Sporting precisa de vender, ainda por cima neste ano com perdas brutais que existiram, pelas dívidas que deixaram por pagar, pela frágil situação financeira, precisávamos de fazer muitas receitas extraordinárias em vendas de jogadores.Tudo indicava que iríamos fazer uma venda histórica que permitia reequilibrar financeiramente as contas e reinvestir um pouco na equipa de futebol. O mercado não funcionou como esperávamos, tivemos de nos adaptar. Fizemos outras vendas, mas não conseguimos recursos suficientes para reforçarmos o plantel como tínhamos planeado”, reconheceu, numa alusão a transferência gorada de Bruno Fernandes.

O conflito entre Frederico Varandas e as claques Juventude Leonina e Directivo Ultras XXI foi tema para o líder, que falou em “coragem” para “acabar com muitas regalias de uma guarda pretoriana”. “Existe uma minoria ruidosa que não aceita viver com as regras da democracia e desrespeita a legitimidade da maioria dos sócios. Depois existe outra minoria ruidosa que perdeu muitas regalias. Fomos os primeiros a ter a coragem para acabar com um negócio que nada tem a ver com o apoio genuíno como era no passado. Fomos os primeiros a acabar com o conceito de uma guarda pretoriana da direção. Guarda pretoriana paga muitas vezes para fazer o trabalho sujo de uma direção. Era muito fácil para nós reduzir esse ruído. Cedíamos e pagávamos a quem faz barulho e a quem exige dinheiro para apoiar”, acusou, afiançando: “Não podemos vacilar, por mais que isso implique risco, desgaste e confronto!”

Mantendo-se centrado na resposta aos críticos que têm vindo a público a pedir a sua demissão, que considerou “sem razão de ser”, FredericoVarandas disparou, considerando muitos como “patetas e idiotas úteis”. “Há que juntar ainda o ruído gerado, seja pelos velhos esqueletos de sempre, seja por papagaios que nunca fizeram nada na vida a não ser ‘ bla-bla-bla’. Papagaios que põem a sua agenda pessoal acima dos interesses do Sporting e que só fragilizam o clube enquanto estão sentados ao lado de quem representa os nossos rivais. Isto interessa a quem”, questionou, prosseguindo com a resposta à pergunta retórica: “Interessa aos nossos rivais que se riem dos patetas e dos idiotas úteis que fazem o trabalho sujo que eles nem precisam de fazer. Infelizmente estas minorias têm muito medo que esta direção tenha sucesso e preferem que o Sporting perca.”

Frederico Varandas insistiu que já esperava o que encontrou no Sporting e deixou claro que o primeiro mandato como presidente seria de “luta”. “Seria sempre um mandato de resiliência, de combate e ruturas, que, pelo amor ao Sporting, exige que se faça o trabalho sujo que nunca ninguém teve coragem de o fazer. Mandato em que iríamos sempre levar muita pancada. Nós sabíamos e esperávamos isto tudo. Sabia que seria sempre um mandato com golpes baixos, traições, intoxicação, manipulação da opinião pública e ataques pessoais. Após a crise de valores, social, financeira e desportiva do verão de 2018, as pessoas que agarrassem o leme deste clube não podiam ser fracas, não podiam ser cobardes nem cataventos”, finalizou, perante a plateia dividida.

Sporting já negoceia renovação de Coates. Os piores dias de Coates no Sporting passaram, e a hipótese de o central prolongar a sua ligação está em cima da mesa. Segundo o jornal Record apurou, já foram feitos contactos exploratórios, e o processo pode conhecer um avanço considerável quando o empresário do jogador se deslocar a Portugal, o que ainda deve acontecer até ao final do ano.

O internacional uruguaio tem um contrato válido até junho de 2022 que lhe garante um vencimento anual de quase 2,8 milhões de euros brutos. Tendo em conta a política de contenção salarial da SAD, este valor é considerado demasiado elevado e, a solução passa por oferecer-lhe mais anos de contrato de forma a diluir o esforço financeiro por mais anos.

Em Alvalade, o central é considerado uma peça fundamental devido ao seu rendimento desportivo e à importância que conquistou no balneário. O sul-americano não só integra o lote dos capitães como é uma das vozes mais ouvidas em conjunto com Bruno Fernandes e Mathieu. Os três são exemplos com provas dadas a nível de profissionalismo e compromisso. Desde que chegou ao Sporting no inverno de 2016 ainda cedido pelo Sunderland, o defesa não demorou a conquistar a titularidade e, desde então, manteve o estatuto.

O principal objetivo dos dirigentes leoninos é manterem Coates por mais anos mas, se não for possível chegar a um acordo, a transferência é outro cenário que será devidamente ponderado em Alvalade. O central assinou até 2022, e está blindado por uma cláusula de 45 milhões de euros. Recorde-se que a SAD, ainda no mandato de Bruno de Carvalho, investiu quase cinco milhões de euros no passe do jogador que pertencia aos quadros do Sunderland.

Marega regressa, Pepe sem hipóteses. Marega recuperou da dor num pé que o mantém afastado dos relvados desde o dia 24 de outubro, altura em que defrontou o Rangers, no Dragão, e estará de regresso à competição no encontro de amanhã, no Estádio do Bessa, no dérbi com o Boavista. Falta apenas saber se o avançado maliano irá recuperar já a titularidade ou se começará no banco, escreve O Jogo.

No dia em que voltou a contar com Marega, o treinador do FC Porto soube que ficou sem Pepe para o jogo com o Boavista. O internacional português lesionou-se com o Rangers e teve de ser substituído, aos 49 minutos. Ontem, no Olival, o defesa-central foi reavaliado pelo departamento médico do FC Porto e foi-lhe diagnosticada uma distensão muscular na coxa esquerda. Mesmo sem a gravidade que chegou a temer-se, certo é que não está em condições de alinhar no dérbi de amanhã. Conceição tem agora duas opções: Mbemba ou Diogo Leite. 

O Benfica tem projetada pelo menos uma mudança nas opções secundárias já na próxima janela de mercado, em janeiro. Segundo o jornal Record, perante a forte possibilidade de saída de Germán Conti, está já definido que quem ocupará a (provável) vaga será Morato, o reforço contratado ao São Paulo no último verão a troco de 6 milhões de euros.

O defesa-central argentino tem a porta de saída aberta e, numa perspetiva de poder somar minutos de forma mais regular, deverá ser emprestado até final da época. Neste momento, não estão ainda totalmente definidos os moldes de um possível negócio, mas é provável que venha a ser incluída uma opção de compra no final da cedência do jogador de 25 anos. O mercado sul-americano afigura-se como forte hipótese. E assim esteja resolvido este dossiê, os responsáveis encarnados já definiram que não irão atacar o mercado em busca de um substituto. A ideia é puxar por Morato, um jogador no qual os dirigentes da estrutura do futebol benfiquista muito acreditam.

Tal não significa necessariamente que o jovem brasileiro, de apenas 18 anos, venha a marcar presença regular entre os convocados de Bruno Lage. Tal como noutros casos – incluindo Svilar ou Nuno Tavares, por exemplo –, o defesa poderá seguir a ganhar rodagem entre a equipa B, os sub-23 e até a participar nos jogos da Youth League, onde ainda na última terça-feira se estreou a marcar na vitória sobre o Lyon (3-2). Até agora, de resto, Morato leva já nove jogos, sempre como titular – são quatro na dita prova europeia de juniores, mais um na Premier League International Cup, outro nos sub-23 e três pela equipa B na 2ª Liga.

Já Conti tem tido um arranque atribulado por lesões e ainda aguarda a primeira convocatória de Bruno Lage, treinador com quem nunca teve espaço – desde que o setubalense assumiu a equipa, o argentino fez apenas um encontro oficial, na 18ª ronda da última época, em Guimarães. Depois disso, foi titular num par de encontros da equipa B, pelo que, neste ano civil, estes são os únicos minutos de competição oficiais que leva nas pernas.

Conti custou 4,7 M€, tem contrato até 2023 e uma cláusula de rescisão de 60 M€.