UEFA vai obrigar FC Porto a ter equipa feminina; Benfica chama Jorge Mendes para tentar fechar renovação; Centralização de TV reúne consensos

Os presidentes dos clubes da Liga estiveram ontem reunidos na Cidade do Futebol, num encontro promovido por Fernando Gomes, e no qual também estiveram presentes Pedro Proença, presidente da Liga, e Tiago Craveiro, CEO da FPF. Foi o terceiro encontro de presidentes desde dezembro e, desta vez, foram apresentadas as conclusões da consultora McKinsey sobre seis pontos-chave que poderão contribuir para a melhoria da competitividade do futebol português: estrutura da competição (modelos, calendário, etc.), incentivos à formação, regulatório e fiscal, mecanismos de solidariedade (em especial de receitas da UEFA), direitos de TV e investimento exógeno.
Cada um destes temas irá ser entregue a um grupo de trabalho, cujas conclusões serão apresentadas até fevereiro. Eventuais propostas serão levadas ao Governo e à Assembleia da República (no caso das que impliquem mudanças legislativas) e serão submetidas a aprovação dos clubes para integrarem os regulamentos a partir de 2020/21.
A grande novidade acabou por ser o consenso generalizado que a centralização de direitos de TV gerou. Todos os clubes pretendem garantias de que os contratos atuais serão respeitados e que ninguém ficará a perder em relação às verbas que têm agora, mas a convicção da Liga é de que as receitas de todos irão aumentar. Questões como o número de jogos das provas nacionais e o calendário, a regulação de empréstimos ou até o investimento estrangeiro em SAD também foram alvo de debate. A primeira pessoa a falar foi o anfitrião Fernando Gomes, seguido por Pedro Proença, o que revelou total entendimento entre FPF e Liga. Depois da apresentação do consultor da McKinsey, Tiago Craveiro foi dos mais participativos. Os presidentes dos grandes ficaram afastados uns dos outros, numa mesa em formato de U. Frederico Varandas elogiou a iniciativa, Pinto da Costa mostrou-se bem-disposto e Luís Filipe Vieira ouviu tudo sem se manifestar. Vítor Magalhães, líder do Moreirense, não compareceu, enquanto David Belenguer (Tondela) e Álvaro Braga Júnior (Boavista) fizeram-se representar.

UEFA vai obrigar FC Porto a ter equipa feminina. A UEFA está empenhada no crescimento do futebol feminino e, avança O Jogo, vai obrigar a que todos os clubes participantes nas fases de grupos das competições europeias tenham pelo menos uma equipa feminina inscrita nas competições nacionais.

Segundo o diário, os moldes desta deliberação ainda estão por definir de forma concreta e até só devem ser postos em prática a partir de 2021/22, mas é seguro que o organismo que tutela o futebol europeu quer que cada clube com representação europeia tenha equipas de ambos os géneros. No fundo, algo semelhante ao que aconteceu no passado em matéria de futebol de formação.

Entre as equipas portuguesas que atualmente estão na fase de grupos da Liga dos Campeões e Liga Europa, só o FC Porto não tem futebol feminino. Segundo o diário, os dragões estão a pensar no melhor caminho a seguir, certos de que a imposição da UEFA é para cumprir e vai ser oficializada em breve, também por parte do objectivo daquele organismo de duplicar o número de federadas nos 55 membros da confederação. O objetivo é chegar aos 2,5 milhões de jogadoras em 2024.

Um dos caminhos possíveis é a compra dois direitos desportivos de um clube já organizado. Seria, aliás, a forma de simplificar o processo e poder até começar no primeiro escalão. 

Há quatro anos, ainda nos tempos de Antero Henrique, decorreram conversas com o Valadares nesse sentido, mas a transferência de direitos não chegou a concretizar-se. As gaienses são a equipa mais representativa do Grande Porto em futebol feminino.

Mendes chamado para fechar renovação. João Filipe, que responde simplesmente por Jota no futebol, tem os termos da renovação de contrato com o Benfica definidos desde final de agosto deste ano, mas esse acordo nunca foi formalmente anunciado pelos encarnados, sabendo-se agora que a mudança de empresário contribuiu para o adiamento, escreve A Bola.
O atacante de 20 anos, internacional pelas seleções jovens de Portugal, deixou Jorge Mendes para passar a ser representado por Carlos Gonçalves e foi com este agente - que na Luz trabalhou por exemplo com Eliseu - que discutiu a difícil renovação contratual com os encarnados, que pretendiam subir a cláusula de rescisão para valores acima dos €100 milhões de euros. Entendia-se, pois, que era valor demasiado elevado para quem recebia pouco em salários (40 mil euros brutos por ano) e o acordo tardou.
Com auxílio de Carlos Gonçalves o jogador negociou então termos de um acordo que foi finalizado em final de agosto - ligação até 2024, €500 mil euros brutos por temporada, cláusula de €88 M -, mas que nunca passou definitivamente ao papel e que só poderá fazê-lo em breve mas já com a participação da Gestifute de Jorge Mendes, parceiro estratégico do Benfica e responsável pelos maiores negócios da SAD presidida por Luís Filipe Vieira.