Benfica continua na mira da Liga no processo e-Toupeira; Frederico Varandas tenta reduzir indemnização a Bruno Fernandes; Recandidatura de Pinto da Costa avança este mês

O atual mandato de Pinto da Costa na presidência do FC Porto acaba no próximo ano, mas a sua comissão de recandidatura há muito que está no terreno a preparar a continuidade pelo menos até 2024. Segundo informações recolhidas pelo jornal Record, o grupo de associados do FC Porto que acompanha Pinto da Costa desde a sua primeira vitória eleitoral, em 1982, tem planeada a apresentação da candidatura até ao final deste mês.

As eleições estão agendadas para abril de 2020 e, de acordo com os estatutos do clube, dois meses antes, ou seja, em fevereiro, terão de ser apresentados os nomes dos três presidentes (direção, assembleia geral e conselho fiscal) de cada lista concorrente. Nos dez dias seguintes serão divulgados todos os nomes que constam das respetivas listas que vão a sufrágio.

Vários notáveis portistas já manifestaram total apoio na recondução de Pinto da Costa à frente do clube, entre eles Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, e o ex-técnico dos dragões André Villas-Boas – ver mais informação na peça ao lado –, e toda essa envolvência deu ainda mais força ao atual líder para se manter firme na cadeira que ocupa há mais de 37 anos.

Não obstante tudo o que conquistou na presidência e que faz dele, entre outras distinções, o presidente com mais títulos na história do futebol mundial, Pinto da Costa não perde a ambição e a cada mandato que passa vai procurando novos desafios. Depois da construção do Estádio do Dragão, do centro de treinos do Olival, do agora denominado Dragão Arena e do Museu FC Porto, o presidente, de 81 anos, sonha com a academia do clube.

Esse é o grande projeto que tem em mente para o novo mandato, ao mesmo tempo que pretende manter a equipa de futebol e as diversas modalidades sempre na luta pelos títulos nacionais e internacionais.

Frederico Varandas tenta reduzir indemnização a Bruno Fernandes. Frederico Varandas vai apelar à compreensão de Miguel Pinho, empresário de Bruno Fernandes, no que respeita aos cinco milhões de euros que está obrigado a pagar contratualmente devido à continuidade do médio no Sporting, escreve o CM.
O presidente do Sporting vai reunir-se com o empresário Miguel Pinho com vista ao acerto das melhorias salariais do médio mais goleador de sempre da Europa. O encontro servirá também para as partes negociarem o tal valor que constava na cláusula do valor que o empresário tinha direito.

Benfica continua na mira da Liga no processo e-Toupeira. O inquérito aberto pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) depois de, no ano passado, ser conhecida a acusação do Ministério Público contra a Benfica SAD no caso e-Toupeira, mantém-se.

O inquérito está em suspenso, apesar de a justiça civil, neste caso o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), ter afastado responsabilidades criminais das águias no processo que vai levar ao banco dos réus Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico do Benfica, bem como José Silva, conhecido como a “toupeira” do sistema informática dos tribunais, e Júlio Loureiro, funcionário judicial, ex-árbitro e observador de árbitros.

Os arguidos respondem por crimes de corrupção, violação de segredo de justiça, de dever de sigilo e de segredo de funcionário, além de acesso indevido.

O presidente do CD mandou abrir o inquérito em setembro do ano passado. O processo foi remetido para a “Comissão de Instrutores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, mantendo-se em segredo até ao fim do inquérito”, explicava um comunicado da Federação Portuguesa de Futebol datado de 5 setembro do ano passado.

De acordo com informações recolhidas pelo JN, o inquérito irá permanecer aberto até haver uma decisão dos tribunais civis transitada em julgado. Questionada a Liga Portuguesa de Futebol Profissional sobre o andamento do processo, fonte oficial do organismo respondeu ao JN que “a Comissão de Instrução é um órgão autónomo e a Liga não tem informação privilegiada”.

Em acórdão conhecido anteontem, os juízes desembargadores do TRL Rui Teixeira e Maria Teresa Féria Almeida decidiram que a Benfica SAD não irá a julgamento, criticando o Ministério Público (MP) por ter produzido uma acusação contendo uma “série de presunções, sob a forma de afirmações genéricas e conclusivas, de todo não fundamentadas em factos demonstrativos do dolo da Benfica SAD”.

A Relação diz que o MP não apresentou provas de que os crimes alegadamente cometidos por Paulo Gonçalves fossem do conhecimento da Administração, nem do uso que esta possa ter feito das ações ou das informações do assessor jurídico. Gonçalves seria, afinal, apenas um “homem do futebol”, sem funções atribuídas pela Administração para tratar dos casos judiciais espiados pelas “toupeiras”.

No recurso para a Relação, o MP destaca que foi no futebol que Paulo Gonçalves conheceu Júlio Loureiro, que terá espiado processos em segredo a troco de bilhetes para jogos e camisolas do clube.

De acordo com o MP, o ex-assessor do Benfica e Loureiro tornaram-se mais próximos num jogo que os encarnados disputaram na Madeira, em 2015, quando o funcionário judicial foi também observador do árbitro que apitava a partida. Em 2016, deixou de ser observador de primeira categoria, passando a avaliar árbitros não profissionais até ao término da época 2017/2018.

Júlio Loureiro tinha sido despronunciado na instrução pela juíza Ana Peres, mas a Relação decidiu mandá-lo para julgamento por 47 crimes de corrupção passiva, favorecimento pessoal, violação de segredo de justiça, violação de segredo por funcionário, acesso indevido e violação do dever de sigilo.