Sporting rejeita internacional argentino; Sporting mais perto de assegurar reforço; Nomeação de familiar de dragões gera indignação na Luz; BdC acusado de ser o mandante no caso Cashball

Na primeira quinzena de dezembro, o empresário Paulo Silva – intermediário no alegado esquema de corrupção que está sob investigação da Polícia Judiciária (PJ) do Porto – denunciou o ex-presidente Bruno de Carvalho como sendo o cérebro e mandante de todo o plano, como deu conta ontem o “Jornal de Notícias”. Segundo O Jogo, a denúncia efetuada pelo intermediário de jogadores que atuava como associado de João Gonçalves – outro dos arguidos no caso, a par de André Geraldes, antigo team manager do clube, e Gonçalo Rodrigues, um funcionário do Sporting que coordenava o Gabinete de Apoio ao Atleta e Modalidades, além de outras três pessoas não identificadas – centrou-se nas incidências em torno dos dois jogos realizados em Chaves na época 2016/17, no mês de janeiro: o primeiro, para a Liga, terminou empatado e, o segundo, ditou a eliminação leonina na Taça de Portugal.
Freire, defesa-central brasileiro que então atuava nos flavienses, é um dos jogadores mencionados no processo que investiga a alegada prática criminosa.

O Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto registou, segundo Paulo Silva, que André Geraldes – hoje CEO da SAD do Farense – e João Gonçalves podem confirmar precisamente que Bruno de Carvalho era o responsável pela alegada teia, contribuindo para a definição e escolha dos alvos, transmitindo-os depois de forma hierárquica até chegar ao intermediário final. Aliás, para sustentar toda a argumentação do denunciante do caso Cashball estão vários meios de prova sobre as deslocações, por exemplo, a Chaves, incluindo a matrícula da viatura utilizada e registos de parqueamento, assim como mensagens e gravações de voz de WhatsApp (aplicação que era um dos meios preferencialmente utilizados pelos intervenientes ). Diga-seque, segundo apurámos, a PJ já terá mesmo na sua posse dados referentes à “cloud” associada aos telefones dos visados, assim como de Bruno de Carvalho, o que configura igualmente me iode prova no processo. Em cima da mesa está assim a possibilidade de André Geraldes e João Gonçalves – tal como Gonçalo Rodrigues – virem a ser novamente chamados a prestar declarações no seguimento da denúncia, isto, claro, sem esquecer Bruno de Carvalho, que, noutro âmbito, é visado pela justiça na sequência do ataque à Academia, no passado dia 15 de maio, sendo acusado de 99 crimes, entre eles um de terrorismo.

Recorde-se que a investigação da PJ, pesem os fortes indícios passíveis de constituir crime referentes aos ditos duelos de Chaves, também investiga os jogos do Sporting com Aves, V. Guimarães, Estoril, Feirense e Tondela, todos da última época, além dos desafios de andebol da temporada 2016/17, em que os leões foram campeões nacionais. O funcionamento do alegado esquema de corrupção era simples e passava pelo assédio a jogadores que atuassem nas zonas de Gelson e Bas Dost, de modo a facilitar as ações destes nos jogos. As abordagens eram feitas por Paulo Silva, depois de receber indicações de João Gonçalves, que dependeria das orientações de André Geraldes e... Bruno de Carvalho, em última instância, segundo o denunciante.

O Zenit tentou incluir Matías Kranevitter nas negociações com o Sporting por Marcos Acuña. De acordo com a imprensa russa, o médio argentino foi oferecido aos leões na tentativa de baixar as exigências da SAD leonina pelo lateral-esquerdo. A possibilidade foi, segundo as mesmas fontes, prontamente rejeitada pelo Sporting, que não se mostrou interessado no concurso do jogador, de 25 anos. Kranevitter é companheiro de Acuña na seleção da Argentina e transferiu-se para S. Petersburgo em 2017, proveniente do Atlético Madrid, que o emprestara na época anterior ao Sevilha.

Em Alvalade, a posição relativamente à eventual saída de Acuña mantém-se inalterada: o Sporting não está recetivo a facilitar a transferência de El Huevo, desde logo porque se trata de um titular indiscutível e Marcel Keizer já disse publicamente que gostaria que continuasse na equipa. Para convencer os leões a negociar, o Zenit terá de melhorar os termos da proposta que já fez chegar a Frederico Varandas. O Sporting quer 20 milhões de euros fixos, com pagamento a pronto, acrescidos de um valor variável dependente de objetivos, uma componente que na proposta do Zenit está incluída nos 20 M€ iniciais (16 M€+4 M€). No que diz respeito a Marcos Acuña, o salário poderá duplicar, pelo que o jogador argentino vê com agrado a hipótese de prosseguir a carreira na Rússia, onde o mercado só fecha a 22 de fevereiro. O prazo do Sporting, porém, termina mais cedo, já no dia 31.

Kévin Rodrigues tem via verde. O Sporting está muito ativo no mercado em busca de um lateral-esquerdo que possa suprimir a muito possível saída de Acuña para o Zenit, mas depara-se com um grande obstáculo: a falta de liquidez financeira que permitiria aos leões uma abordagem mais agressiva aos alvos identificados.

Há, porém, um nome que tem merecido especial destaque nos corredores da SAD: Kévin Rodrigues, internacional português da Real Sociedad, que está tapado por Theo Hernández e pelo jovem da formação basca, Aihen Muñoz. Segundo o Record, leões e espanhóis já estão a conversar e, ao contrário do que aconteceu na primeira abordagem que o Sporting fez ainda em dezembro e que foi liminarmente recusada, existe agora abertura por parte da Real Sociedad em ceder o jogador por época e meia... desde que Kévin renove o contrato, que termina em 2020.

Esta solução agradaria a todas as partes: o Sporting garantiria um jogador de Seleção Nacional e resolveria o problema que a saída de Acuña vai provocar; o jogador terá mais tempo de jogo em Alvalade, cimentando o seu lugar na equipa de Fernando Santos e crescendo em competição; e a Real Sociedad poderia valorizar um ativo num clube de dimensão europeia.

Há, contudo, três situações que estão a atrasar as negociações: o facto do presidente da Real Sociedad, Jokin Aperribay, nesta altura; a exigência manifestada pelo Sporting em ter uma cláusula de compra não obrigatória no final da cedência, algo que os bascos não aceitam; e, por último, o facto de Kévin Rodrigues estar lesionado num tornozelo desde dezembro do ano passado. Os próximos dias vão, certamente, trazer mais novidades sobre este assunto...

A nomeação de Rui Pinheiro gerou grande indignação no reino da águia. O delegado, de 38 anos, foi nomeado pela primeira vez para um jogo a envolver a principal equipa do Benfica e também a congénere do FC Porto desde que começou em funções, na temporada 2012/13, e tal aconteceu logo para a final four da Allianz Cup, precisamente frente aos azuis e brancos. O mal-estar da estrutura encarnada reside no facto de o jurista de profissão ser sobrinho de Reinaldo Teles, histórico dirigente portista e braço-direito de Pinto da Costa. Além disso, o pai do mesmo, Joaquim Pinheiro, exerce funções atualmente como vice-presidente dos azuis e brancos já depois de ter tido a vigência da equipa B dos dragões, escreve o Record.

A Liga contava nomear inicialmente Nuno Pedro e Rui Pinheiro para Benfica-FC Porto e Sp. Braga-Sporting, respetivamente o primeiro e segundo observadores mais bem classificados na última temporada, como está contemplado nos regulamentos. O Benfica comunicou a sua estranheza à Liga face à situação a envolver Rui Pinheiro e o organismo liderado por Pedro Proença reagiu operando uma mudança. Em vez de dois, nomeou três delegados, ao abrigo do que está explícito na alínea a), nº 2 do artigo 67º do Regulamento de Competições da Liga, que prevê este incremento. O artigo reitera que há "um mínimo de dois" delegados a serem escalados para cada encontro, não havendo qualquer barreira regulamentar a que sejam nomeados até mais do que isso. O que acontece é que, na esmagadora maioria dos casos, a Liga nomeia apenas dois.

A escolha para terceiro delegado nos dois jogos das meias-finais recaiu sobre Paulo Renato, o 4º melhor classificado (94,098 pontos) em 2017/18, atrás dos dois já referidos, mas também de Sérgio Ferreira, advogado de 36 anos que ficou à frente, face aos 94,529 pontos obtidos na referida última campanha.