07 dezembro 2016

O Mundo Mágico de Conte

Em 1969, há 47 anos nasceu no sul de Itália, cidade de Lecce um prodígio para o futebol. Primeiro como jogador, começou a dar nas vistas no clube da sua cidade.

Elegância, capacidade técnica e um apurado sentido posicional já faziam prever que na "Florença do sul" estava a nascer um predestinado. Seis temporadas depois de se estrear no clube da sua terra natal, muda-se para Turim onde viria por deixar a sua marca na Juventus.

Como jogador conquistou 15 títulos, entre os quais uma Champions, uma Taça Uefa e uma Supertaça europeia.

Depois de várias temporadas na Juventus que o consagraram a nível internacional foi perdendo o vulgor e a frescura física até que em 2003/2004 viria a anunciar o adeus ao futebol como jogador.

Mas Conte não queria ficar por aí. O futebol era mais forte que ele. A paixão por sentir o cheiro da relva molhada, por sentir os cânticos apaixonados dos mágicos adeptos italianos fazia chamar por ele. E em 2005 assume o comando técnico do Arezzo. Aí já se começavam a ver as linhas mestras pelas quais se guia. Rigor, disciplina, inteligência, qualidade técnica. Aí já se começava a notar a frieza das suas equipas. Taticamente rigorosas, com espírito de entre ajuda sem medo do jogo e ofensivamente mortíferas no contra ataque.

Em 2009 assume as rédeas da Atalanta naquela que foi a primeira experiência na primeira liga italiana e que não correu da melhor forma.Antes disso, no ano anterior tinha conseguido uma subida de divisão com o Bari uma equipa que surpreendeu.

Em 2010 volta a assumir uma equipa da segunda divisão italiana, o Siena e voltou a conquistar uma subida de divisão com uma equipa com uma marca bem vincada. Com uma equipa sem grandes atributos e sem grandes estrelas conseguiu mais uma subida.

No ano seguinte assume o clube do coração. A Juventus. No ano anterior a equipa de turim tinha ficado num modesto sétimo lugar. Conte chegou e tudo mudou. O fantástico apaixonado e irrequieto treinador assumiu a sua equipa e logo na primeira temporada faz com que a Juventus voltasse de novo a ser campeã.

Dois anos mais tarde e conquistaria um tricampeonato. A Juventus passeava em Itália contra tudo e todos com um nível de vitórias avassalador.

A Juventus tinha uma proposta de jogo alternativa, variando entre o 3-4-3 e o 3-5-2. A Europa estava aos pés de Conte. Uma proposta de jogo ousada, diferente, especial.. fazendo relembrar os bons velhos tempos do futebol italiano.

Há dois anos foi a vez de assumir a seleção nacional de Itália. Mais um bom trabalho. Conseguiu a qualificação para o Europeu. No Europeu com uma seleção um pouco abaixo do nível que Itália costuma ter consegue fazer outro enorme trabalho.

Elimina do Europeu a Espanha de forma inequívoca. Acabou por ser eliminado apenas nas grandes penalidades frente a uma grande Alemanha, num dos melhores jogos do Europeu.

Este ano o técnico assumiu um projeto fora do país de origem. Assumiu o Chelsea.

Depois de um início prometedor a sua equipa vacilou duplamente frente a Arsenal e Liverpool. Surgiram as críticas e muitos adeptos da equipa londrina lembraram-se da perturbante temporada passada.

O italiano soube responder bem. Neste momento a sua equipa conta com 8 vitórias consecutivas na Premier League e lidera a competição. O Chelsea apresenta mais uma vez um esquema alternativo. Um 3-4-3 inédito. Conte fez recuperar Matic no meio campo, Moses na ala direita que tem sido uma autêntica locomotiva e recuperou um trio ofensivo de luxo. Diego Costa voltou a brilhar, Hazard renasceu das cinzas depois de uma temporada terrível e Pedro volta a estar no nível que já nos tinha habituado no Barcelona.

O Chelsea, desde cedo considerado um outsider, distante de United e City lidera a Liga. Conte certamente não tem a mesma imprensa que Mourinho, Guardiola e Klopp mas apresenta ideias de qualidade. E mais que isso, vitórias, obra feita.

Não poderia ser Conte considerado um dos melhores do Mundo? Será que vai manter o nível. O Futuro irá nos dar todas as respostas. O que é certo é que o Chelsea continua a praticar um bom futebol. Um Chelsea que nos encanta, num Mundo Mágico onde Conte é rei.

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