25 dezembro 2016

Maxi e as diferenças entre o FC Porto e o Benfica. "Aqui as pessoas fa­zem-te sen­tir que res­pi­ram fu­te­bol".

Ano e meio de­pois de ter tro­ca­do a Luz pe­lo Dra­gão, Ma­xi Pereira deu ao JN a pri­mei­ra en­tre­vis­ta de azul e bran­co. Fe­liz pe­lo fac­to de a po­lé­mi­ca que ro­de­ou a trans­fe­rên­cia já se ter di­luí­do, o uru­guaio es­tá fo­ca­do em dar tu­do pa­ra aju­dar o FC Por­to a que­brar o je­jum de tro­féus. O uruguaio destaca ainda as diferenças entre o FC Porto e o Benfica. 
"Cla­ro que quan­do a equi­pa não ga­nha es­tá tu­do mal. Ti­ve­mos al­guns em­pa­tes, em jogos que não con­se­gui­mos ga­nhar, mas nos quais não jo­gá­mos mal. Fal­tou um pou­co de sor­te. Já vi­rá­mos a pá­gi­na, ven­ce­mos os úl­ti­mos jogos, pas­sá­mos à fa­se se­guin­te da Champions e apro­xi­má­mo-nos do to­po no cam­pe­o­na­to. Foi im­por­tan­te e es­ta­mos me­lhor em ter­mos aní­mi­cos. Já dei­xá­mos mui­tos pon­tos pe­lo ca­mi­nho, que não pen­sá­va­mos per­der e que no fi­nal do­em mui­to. Te­mos de pen­sar jo­go a jo­go.
A Liga é mui­to com­pe­ti­ti­va e va­mos lu­tar até ao fi­nal. Quem co­me­ter me­nos er­ros e per­der me­nos pontos fren­te a equipas que pa­re­cem mais aces­sí­veis se­rá cam­peão. Se os qua­tro pon­tos de des­van­ta­gem pa­ra o Ben­fi­ca não me pre­o­cu­pam? Não. Fal­ta mui­to cam­pe­o­na­to e há jogos di­fí­ceis pa­ra to­dos. Es­tá pro­va­do que se po­de em­pa­tar ou per­der com qual­quer equi­pa. Ga­nha­rá a Li­ga quem for mais regu­lar."
"É um fac­to (O FC Por­to es­tá de­pen­den­te de ter­cei­ros), mas cla­ro que podemos pas­sar pa­ra o pri­mei­ro lu­gar. Te­mos um bom gru­po, com mui­ta gen­te jo­vem. Te­mos mui­tas “ga­nas” de vi­tó­ri­as e is­so é o mais im­por­tan­te. A ba­se é es­sa men­ta­li­da­de que ca­da jo­ga­dor tem. Es­ta­mos num clu­be ga­nha­dor e va­mos lu­tar até ao fim pa­ra ga­nhar o cam­pe­o­na­to."
Maxi Pereira sabe que a pressão por o FC Porto não vencer há três épocas é grande mas encara isso com naturalidade.
"Sen­ti­mos is­so, mas es­sa pres­são é boa. É a pres­são que exis­te num clu­be que não es­tá acos­tu­ma­do a não ga­nhar na­da. Um jo­ga­dor de um clu­be gran­de tem de a aguen­tar, ca­so con­trá­rio mais va­le jo­gar nu­ma equi­pa do meio da ta­be­la ou que lu­te pa­ra não des­cer. Acho que é bom que as pes­so­as nos exijam o tí­tu­lo".
Sobre a troca da Luz para o Dragão, Maxi Pereira diz que agora tudo está calmo e analisa mesmo as diferenças entre os adeptos dos dois clubes.
"No pri­mei­ro ano, sen­tiu-se um pou­co mais por­que foi uma mu­dan­ça gran­de. Ago­ra, as pes­so­as já não fa­lam mui­to dis­so e es­tá tu­do tran­qui­lo. Não di­go que se­ja um te­ma já es­que­ci­do, mas es­tá mais tran­qui­lo. Se senti des­con­fi­an­ça? Nun­ca sen­ti, nem me fi­ze­ram sen­tir. O que os adep­tos que­rem é que um jo­ga­dor ren­da e que o clu­be se­ja cam­peão. Quan­do is­so não acon­te­ce, sur­gem as crí­tias. Eu, co­mo jo­ga­dor, te­nho de es­tar pre­pa­ra­do pa­ra as crí­ti­cas, mas não acei­to que po­nham em cau­sa se dou tu­do em cam­po. Po­dem gos­tar ou não da ma­nei­ra co­mo jo­guei, mas tra­to sem­pre de dar o má­xi­mo. Te­nho is­so cla­ro. Fa­ço sem­pre o meu tra­ba­lho pa­ra aju­dar o clu­be a ga­nhar", acrescentou antes de apontar as diferenças entre os clubes.
"Sim, são di­fe­ren­tes, so­bre­tu­do os adep­tos. Aqui no Por­to são mais ao es­ti­lo su­l-a­me­ri­ca­no. As pessoas fa­zem-te sen­tir que res­pi­ram fu­te­bol. Se o FC Por­to ga­nha, to­da a gen­te na rua te tra­ta de forma di­fe­ren­te. Se não ga­nha, não é que te tra­tem mal, mas fa­zem-te sen­tir que não se ga­nhou. A ver­da­de é que me sin­to em ca­sa e pa­re­ce que já es­tou no Por­to há cin­co anos. Es­tou mui­to agra­de­ci­do a to­dos", disse o lateral dos dragões falando de seguida sobre ser ou não um jogador à Porto.
"Não gos­to de fa­lar de mim, mas gos­to de ou­vir di­zer que sou. O pre­si­den­te já o dis­se e sem­pre me deu apoio desde que vim pa­ra o FC Por­to. Fa­lou co­mi­go vá­ri­as ve­zes e is­so foi mui­to im­por­tan­te pa­ra mim. Se acho que um dia po­sso che­gar a ca­pi­tão de equi­pa? Nun­ca se sa­be. Há ou­tros com­pa­nhei­ros que têm es­sa opor­tu­ni­da­de e que se­gu­ra­men­te que­rem fi­car no clu­be mui­tos anos. Não é al­go que tenha co­mo ob­je­ti­vo, mas ser ca­pi­tão de um clu­be co­mo o FC Por­to se­ria mag­ní­fi­co. Va­mos ver. Não é im­pos­sí­vel", terminou.

5 comentários:

  1. Mais parecidos com os adeptos sul americanos. Bem me parecia.

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  2. Corre muito, Maxi. Estás a ficar velhote, mas se não correres os superdragons cascam-te.

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    1. Correr atrás dos adversários ou à frente do macaco e seus muchachos, eis a questão.

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  3. A maior diferença no tratamento que irás notar, será o esquecimento e o desdém a que serás votado, - apesar da tua longa passagem entre nós e que teve tudo para ser respeitada e Gloriosa - quando e se algum dia voltares a Lisboa depois da carreira terminada.
    A alcunha 'mono' assenta-te quem nem luva de pelica !...



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  4. A maior diferença no tratamento que irás notar, será o esquecimento e o desdém a que serás votado, - apesar da tua longa passagem entre nós e que teve tudo para ser respeitada e Gloriosa - quando e se algum dia voltares a Lisboa depois da carreira terminada.
    A alcunha 'mono' assenta-te quem nem luva de pelica !...



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