O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) suspendeu Luís Filipe Vieira por 60 dias, na sequência das críticas abertas do presidente do Benfica à arbitragem do jogo com o Vitória de Setúbal (1-1), da segunda jornada da Primeira Liga.
O líder encarnado, que é também condenado ao pagamento de 3.145 euros de multa, dirigiu-se ao vice-presidente do Conselho de Arbitragem, João Ferreira e ao presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, no final do referido encontro, tecendo comentários considerados menos próprios em relação ao trabalho do juiz portuense Manuel Oliveira.
O CD da FPF dá como provada, após investigação, a "lesão da honra e da reputação contra os membros dos órgãos da estrutura desportiva, elementos da equipa de arbitragem, dirigentes, jogadores, demais agentes desportivos ou espectadores" protagonizados por Luís Filipe Vieira.
Recurso. O Benfica vai recorrer da suspensão de dois meses aplicada a Luís Filipe Vieira. Para lá da satisfação pela decisão rápida da parte do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, o Benfica considera que a fundamentação jurídica da decisão dá "como não provadas as declarações iniciais que deram origem a este processo disciplinar, justificando, desta forma, a opção pelo recurso que será interposto junto do Tribunal Arbitral do Desporto.
Leia, em baixo, o comunicado divulgado pelo Benfica
"Tendo sido notificada do Acórdão proferido pela Secção Profissional do Conselho de Disciplina da FPF, que decidiu julgar parcialmente procedente a acusação ao Presidente do Conselho de Administração da «Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD» (Benfica SAD), Luís Filipe Vieira, por pretensos factos ocorridos após o jogo “Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD / Vitória Futebol Clube – Futebol SAD”, realizado no dia 21 de Agosto de 2016, com a aplicação de uma sanção de suspensão de 60 (sessenta) dias e pena de multa de 3.445,00€ (três mil quatrocentos e sessenta e cinco euros), a Benfica SAD esclarece os seus acionistas, associados do «Sport Lisboa e Benfica» e demais público que:
1 – O Presidente do Conselho de Administração da Benfica SAD irá interpor de imediato recurso deste Acórdão do Conselho de Disciplina da FPF para o Tribunal Arbitral do Desporto, confiando que a anterior jurisprudência desse tribunal superior se confirme e se obtenha a anulação da decisão da Federação Portuguesa de Futebol.
2 – O Acórdão do Conselho de Disciplina da FPF sancionou o Presidente do Conselho de Administração da Benfica SAD em 2 meses de suspensão ainda que dê como não provadas as declarações iniciais que deram origem a este processo disciplinar.
3 – No entendimento da Benfica SAD e do seu Presidente do Conselho de Administração, o Acórdão do Conselho de Disciplina da FPF revela erros graves e notórios na apreciação da prova, valorizando quase em exclusivo o depoimento de uma das testemunhas em detrimento das demais arroladas quer pela própria acusação, quer pela defesa. É ainda inaceitável que a valoração da prova não se tenha detido na razão de ciência sobre a qual as testemunhas depuseram e tenha entrado no domínio da idoneidade das mesmas, ao ponto de considerar impossível (!!) e uma “contradição lógica inultrapassável” a presença de duas testemunhas em simultâneo atrás do Presidente da Benfica SAD numas escadas de acesso ao átrio da tribuna presidencial.
4 – Notificado do Acórdão do Conselho de Disciplina da FPF, o Presidente do Conselho de Administração da Benfica SAD reitera, agora publicamente, que em nenhum momento proferiu quaisquer expressões injuriosas ou grosseiras, nem mesmo aquela – a única, diga-se – que sustenta a condenação vinda de referir, ou seja, a de que o árbitro do jogo em causa “tinha roubado 3 penaltis ao Benfica na época passada”; confirma tão só que questionou os critérios do Conselho de Arbitragem da FPF que haviam determinado a nomeação de tal árbitro.
5 – Ainda no entendimento da Benfica SAD e do seu Presidente do Conselho de Administração, o Acórdão do Conselho de Disciplina da FPF desvalorizou de todo – e sem qualquer razão que o fundasse – a circunstância pública e manifesta de o árbitro em causa ter sido reincidente numa atuação infeliz em mais um jogo em que foi interveniente a equipa do SL Benfica (recorda-se: a época passada fora avaliado negativamente com 2,5 e esta época com 7,9 – notas que traduzem em ambos os casos, segundo os critérios objetivos de avaliação, a existência de erros graves com influência no resultado. Assim se justificou a indignação do Presidente do Conselho de Administração da Benfica SAD e a razão exclusiva pela qual questionou o Vogal do Conselho de Arbitragem da FPF sobre o(s) critério(s) da sua nomeação logo na segunda jornada da presente edição da Liga Zon.
6 – O Presidente do Conselho de Administração da Benfica SAD reitera, agora publicamente, que as suas observações foram feitas num espaço reservado, com urbanidade, sem qualquer grosseria ou gestos menos próprios, e fora do espaço público – ao invés do que tem sido conduta dominante nos últimos tempos por parte de outros dirigentes.
7 – O Presidente do Conselho de Administração da Benfica SAD, ainda que se tenha surpreendido e indignado com uma decisão de suspensão de 2 meses ininteligível e incoerente com outras decisões que têm sido públicas, saúda a celeridade com que a Comissão de Instrutores da LFFP e o Conselho de Disciplina da FPF trataram este processo. Assim sendo, deseja-se com veemência que esse princípio de actuação célere seja aplicado a todos os casos pendentes e para todas as ocorrências e declarações que todos os dias têm sido testemunhadas ou denunciadas na Liga Nos.
8 – Por fim, a Benfica SAD e o seu Presidente do Conselho de Administração aguarda, com a mesma serenidade e urbanidade até hoje invariavelmente demonstradas, que sejam proferidas decisões disciplinares – quaisquer que elas sejam – para as participações que efetuou a 30 de Novembro de 2015 (!!), ao abrigo das quais se denunciaram factos que podem consubstanciar infracções muito graves no plano do atentado à ética desportiva, da ofensa da honra e consideração do Sport Lisboa e Benfica e de vários agentes desportivos intervenientes nas competições profissionais".
Mercado de Inverno. Repisando o discurso do treinador Rui Vitória sobre a antecipação virtual da janela de transferências de Inverno, Soares de Oliveira, Administrador da SAD encarnada, foi claro.
"O Rui Vitória disse que o mercado de Inverno poderia aparecer mais cedo relativamente à recuperação das lesões dos jogadores", prosseguiu, debruçando-se, sem reservas, sobre a abordagem que o Benfica terá à reabertura do mercado, em Janeiro, sobretudo no que diz respeito ao assédio a vários dos activos que possui.
"Não estou a ver o mês de Janeiro como um problema. Não será também uma oportunidade por aí além, porque não estou à espera de grandes alterações. O que quero é que os jogadores que temos estejam a jogar o mais depressa possível. Vendas? Depende. Não fechamos a porta a ninguém mas estamos muito tranquilos e o treinador quer continuar a contar com estes jogadores até ao final da época", salientou.
Custa-me um bocado perceber como alguém pode dizer que não devia ser punido, ainda por cima é reincidente e apanhou o minimo previsto por Lei...
ResponderEliminarO futebol em Portugal é isto, critica-se tudo e poe-se em causa tudo e as pessoas nunca esperam ser castigadas..
Se dirigir-se aos membros do CA numa tribuna daquela forma não desse pena não sei o que poderá dar.
Isto acontece com Porto, Benfica e Sporting, nisto, infelizmente, são todos iguais...
Enquanto as penas forem só isto nada vai mudar.