As fundistas do Benfica, Carla Salomé Rocha e Catarina Ribeiro, abandonaram a ideia de se inscreverem como individuais e vão transferir-se para o Sporting na próxima temporada, assumindo o clube de Alvalade os riscos decorrentes por ambas possuírem contratos que as vinculam ao clube da Luz. Segundo o jornal Record, a decisão de Carla Salomé Rocha e de Catarina Ribeiro deriva do facto de pouco lucrarem com a mudança para individual face ao que está regulamento nas regras das transferências estipuladas pela Federação (FPA).
Uma leitura mais atenta das várias alíneas permite concluir que só ao fim de dois anos é que os clubes estão isentos de pagar qualquer verba a quem se inscrever como individual. Este ponto é muito importante e terá provocado um volte-face na maneira como as duas fundistas poderiam ir da Luz para Alvalade. Mesmo que estivessem apenas um ano como individual, a verba a pagar seria a mesma.
Desta forma, o Sporting prefere jogar no tudo ou nada, não querendo ficar mais tempo à espera. A ideia dos dirigentes de Alvalade é construir uma equipa forte que seja campeã nacional de estrada e corta-mato, quebrando assim a hegemonia do Benfica.
O período de transferências no atletismo nacional é entre 15 e 31 deste mês, estando essas mudanças sujeitas a cláusulas de compensação que são calculadas em função dos resultados do atleta, categoria internacional e anos de filiação.
A Federação vai anunciar esta semana a lista com os valores de cada atleta, mas o Record avança quanto custam os melhores atletas e os encargos daí inerentes se quiserem mudar de clube (ver quadro).
Entretanto, o Benfica vai notificar judicialmente a FPA com a entrega dos contratos dos seus atletas, reforçando assim a ideia que irá lutar até às últimas consequências.
Desta forma, o assunto ganha expressão em termos jurídicos. Os dirigentes encarnados querem que a federação leve a votação na próxima assembleia geral a obrigatoriedade de os clubes apresentarem os termos dos contratos dos seus atletas como forma de salvaguarda de interesses futuros, tendo em conta o que se tem passado esta época.
Tudo indica que o caso da polémica transferência do andebolista António Areia do Benfica para o FC Porto em 2015 (cujo o contrato não estava na federação) ajudou a esclarecer muita coisa...
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