05 setembro 2016

Santa Clara, Natural dos Açores

A 12 de Maio de 1927 nasce nos Açores, na ilha de São Miguel, mais precisamente em Ponta Delgada, o Clube Desportivo Santa Clara. Numa altura em que a prática de desporto era cada vez mais habitual na Europa e onde se dava cada vez mais importância ao lazer e a hábitos saudáveis os clubes de futebol nessa altura começam a despontar.
Nos Açores não se fugiu à regra. União Micaelense, Lusitânia, Santa Clara, foram muitos os clubes que surgiram nesta altura. Um deles voou mais alto.
O Clube Desportivo Santa Clara. Alguns dos leitores devem-se recordar da temporada de 2001/2002, última vez em que o Sporting foi campeão, em que o Santa Clara participou na Primeira liga portuguesa sob a batuta de Manuel Fernandes. Clube difícil de bater que se fazia valer da experiência da maior parte dos seus jogadores. Nesta temporada o clube dos Açores conseguiu um 14º lugar conseguindo a permanência. Na temporada seguinte a sorte seria diferente, acabando o campeonato num 17º lugar, descendo de divisão. A partir daí o Santa Clara não mais disputou a primeira liga portuguesa. Nas temporadas que se seguiriam, fracas participações na segunda liga, acabando o clube quase sempre por ficar classificado na metade da tabela. Até que em 2006/2007 surge Paulo Sérgio, técnico muito conhecido no futebol português. Nesta temporada o treinador português quase que ia conseguindo alcançar uma subida de divisão. Faltaram apenas 5 pontos para a subida. As esperanças voltavam ao clube dos Açores que ccabavam de lançar ao mundo do futebol um técnico que mais tarde viria a dar cartas no desporto nacional.
Duas temporadas depois surge no comando técnico do Santa Clara, Vítor Pereira. Sim, o tal treinador que foi Bicampeão em Portugal também foi lançado  ao futebol através do Santa Clara, numa época em que faltaram apenas dois pontos para a subida. Época seguinte de novo a subida não aconteceu, alcançando um respeitável 4 lugar de novo perto dos lugares cimeiros. Esperava-se cada vez mais pela subida. Mas o clube acabou por cair. Más participações na liga e um camião de treinadores  e de jogadores de qualidade duvidosa que foram passando pelo clube trouxeram alguma instabilidade financeira e até mesmo na estrutura do clube. Todos os anos saíam notícias na comunicação social que o clube estaria a entrar em falência e que precisava de apoio governamental. Passaram-se tempos dificeis. Na última temporada a descida de divisão foi equacionada até ao fim do campeonato, algo que mataria o clube.  Apesar disso é sempre bom recordar muitos dos nomes que foram lançados através do clube, vejamos os dois técnicos anteriormente falados, Vítor Pereira e Paulo Sérgio, para além disso vários jogadores conhecidos no território nacional: Matt Jones, Alex, Minhoca, João Botelho, Tatu e mais recentemente Paulo Henrique, lateral esquerdo do Paços de Ferreira.
Nesta temporada eis que surge uma nova direção. Volta-se ao símbolo antigo do clube, muito similiar ao do Sport Lisboa e Benfica e muita coisa acabaria por mudar. O clube deixou de apostar em camiões de jogadores de qualidade duvidosa, apostou-se em jogadores feitos mais experientes e na sua maioria portugueses. Mas não ficaram por aí. Houve uma aposta forte no técnico para orientar a equipa santa clarense nesta temporada. Daniel Ramos, que na temporada anterior tinha feito um brilhante trabalho ao serviço do Famalicão que havia subido naquela época à segunda liga. O técnico português que havia sido do clube de famalicão teria saído em busca de oportunidades em clubes de primeira liga. A oportunidade não surgiu e eis que surge Daniel no Santa Clara.
A verdade é que este ínicio de época não poderia ser mais prometedor. 5 jogos, 5 vitórias, inclusive uma vitória frente ao Portimonense candidato maior à subida de divisão e orientado pelo mestre das subidas, Vitor Oliveira. O início promete. O Santa Clara tem voltado a praticar o seu futebol caraterístico. A garra nos jogadores é por de mais evidente e a vontade em vencer cada vez maior. Falta apenas uma maior união entre adeptos e equipa que se encontram desencontrados depois de anos complicados. Será que desta vez vamos ter a derradeira e merecida subida do clube dos Açores ou será mais um ano a morrer na praia?

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