Gil Dias, o benfiquista que foi dispensado pelo...Sporting

Gil Dias foi a estrela maior da vitória do Rio Ave sobre o Sporting, com um golo e uma assistência. Foi a primeira vez que o jovem de 21 anos marcou como sénior e logo ao clube que o dispensou, quando tinha 11 anos.

Ernesto Mónica, coordenador da formação do GD Gafanha, o clube onde Gil Dias deu os primeiros pontapés na bola, lembra-se bem desses tempos. "Chegou ao Gafanha com 7 ou 8 anos. Fez as escolas B e as escolas A e, quando passou para a equipa de infantis B, o Sporting chamou-o para uns treinos de captação. Ficou lá. Passava a semana a treinar no Gafanha e, ao fim de semana, ia jogar pelo Sporting", contou ao jornal Record.

Apesar de ser benfiquista, Gil Dias viveu um sonho. Já com a alcunha de 'Levezinho', numa referência a Liedson, recebeu uma camisola do avançado brasileiro, com o número 31 que hoje utiliza no Rio Ave. Quando soube que não iria continuar, fartou-se "de chorar", como admitiu numa entrevista ao Maisfutebol, em 2014.

"O Sporting considerou que ele não teve o aproveitamento que se esperava dele", resume Ernesto Mónica, que lidera a formação do Gafanha "há mais de 35 anos" e que, inclusivamente, também orientou o pai de Gil Dias nos juvenis e nos juniores do clube.

Ao deixar Alcochete, mudou-se para a Sanjoanense e acabou aí a ligação ao clube da terra onde nasceu, a Gafanha da Nazaré. Daí seguiu para o Sp. Braga, foi ao Monaco, que o emprestou ao Varzim e, agora, ao Rio Ave.

"Já em criança tinha uma característica que mantém: era um jogar muito rápido, que se isolava muito facilmente e, assim, marcava muitos golos. Não era perfeito tecnicamente", admite o responsável do Gafanha, clube que nada recebeu com as sucessivas transferências do internacional sub-19.