Antero mantém assento na Liga e FPF; "Jiménez pode ser o mais caro mas antes tem de fazer golos", diz ex-leão; Boly quer ir à CAN

"Preferimos arriscar, porque se o Benfica foi campeão também se deve aos golos dele. Estou convencido de que vai justificar o investimento e será um dos avançados mais temíveis da Europa. Acho que ele vai ser a venda mais cara da história do futebol português de sempre. É o meu feeling". Foi assim, com esta previsão surpreendente, que Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, justificou os 22 milhões de euros investidos no mexicano Raúl Jiménez, o futebolista mais caro da história do Benfica.

Neste sentido, o jornal DN contactou Manuel Negrete, antigo internacional mexicano e primeiro futebolista oriundo daquele país a jogar em Portugal, há precisamente 30 anos, na época 1986/87.

Confrontado com a afirmação de Luís Filipe Vieira, Negrete, confesso "admirador" do avançado do Benfica, mostra alguma relutância em ver Jiménez superar os 60 milhões de euros, valor pelo qual Hulk trocou o FC Porto pelo Zenit e que é verba recorde em Portugal no que toca a transferências para o exterior. "Raúl passa por um bom momento na seleção, no Benfica tem mostrado coisas muito boas, ele próprio já é o jogador mexicano contratado pelo valor mais alto por um clube europeu. Não sei se pode superar os 60 milhões de euros. Pode ser, mas primeiro tem de fazer golos. Estamos a falar de um jogador pelo qual o Benfica já pagou uma quantia considerável e eu penso que para já o objetivo passa por o Benfica recuperar o investimento", disse o antigo leão ao DN.

Ainda assim, Negrete reconhece que Jiménez já alcançou um objetivo difícil. "É um excelente avançado e percebe-se que já conquistou o respeito dos companheiros, que confiam nele para resolver jogos. Tenho a certeza de que clubes de topo estão muito atentos ao Raúl", salientou Negrete, que faz uma confissão: "Gostava de o ter visto jogar no Chelsea de Mourinho, mas agora, depois de Chicharito ter deixado as portas de Old Trafford abertas, seria interessante o Raúl rumar a Manchester. No entanto, primeiro tem de fazer golos e jogar bem."

Antero ainda medita. Antero Henrique deixou o FC Porto (SAD e clube), mas para já mantém assento na Liga de clubes e na Federação Portuguesa de Futebol, em cargos para os quais está mandatado até 2019 e 2020, respetivamente. O antigo administrador portista não sabe, ainda, se vai completar os mandatos e medita a propósito da decisão a tomar. Por agora está a cumprir funções e vai fazê-lo como se nada tivesse acontecido e se mantivesse em exercício no Dragão.
O ex-número 2 de Pinto da Costa faz parte da Direção da Liga e tem sido uma figura fundamental na Comissão Executiva da mesma. Pedro Proença vê-oco mo imprescindível. O cargo é “colado”, naturalmente, ao FC Porto e, se Antero optar por sair, serão os dragões a indicar um substituto. No caso da FPF, o dirigente foi a eleições em Assembleia Geral e, se sair, verá entrar um dos suplentes, perdendo o FC Porto a representação que tem na federação.

Boly quer a CAN. O francês Boly quer ser internacional pela Costa do Marfim e já fez a federação daquele país ter conhecimento dessa disponibilidade. O central que chegou ao FC Porto no último dia do mercado de verão já decidiu há algum tempo e, em Braga, por exemplo, todos sabiam que a pretensão do jogador é ser internacional pelos “elefantes”, apesar de ter jogado pela França nos sub-16, sub-18, sub-19 e sub-20. Isto porque a dupla nacionalidade está adquirida já há algum tempo e o jogador pretende homenagear a família, oriunda daquele país africano, atual campeão do continente, título conquistado em 2015, escreve O Jogo.
Ora, em janeiro de 2017 há nova Taça de África das Nações e Boly gostaria de integrar a seleção marfinense, numa perspetiva que não agradará ao FC Porto, que o contratou para jogar e não para se ver desfalcado num mês de intensa competição. Esse é, contudo, um problema que, para já, não se coloca. Para que Boly esteja disponível, é necessário que a Costa do Marfim solicite à FIFA a autorização para esse efeito. É que, por ter jogado pelos escalões franceses, a escolha não é “automática ”. Esse é um processo moroso e que ainda não se terá iniciado. Refira-se que Boly chegou a ser chamado aos sub-21, mas nem no banco se sentou, estando o processo facilitado.
Michel Dussuyer, selecionador que sucedeu a Hervé Renard na Costa do Marfim, verá a disponibilidade de Boly com excelentes olhos. Os “elefantes” estão a rejuvenescer a equipa com alguma dificuldade e já não há assim tantos jogadores de topo à disposição. Para o centro da defesa, Bailly, do Manchester United, é indiscutível. Lamine Koné (Sunderland), Wilfried Kanon (Den Haag) e Koffi Djidji (Nantes) são as outras opções. Boly, a jogar no FC Porto, terá, naturalmente, hipóteses muito fortes.
O FC Porto tem dois centrais africanos no plantel, mas um já sabe que não vai à CAN’2017. Chidozie estreou-se recentemente em convocatórias da Nigéria, mas esta seleção, campeã em 2013, falhou a qualificação, eliminada pelo Egito, de Hassan, antigo colega de Boly, no Braga. O FC Porto preferiria, no entanto, que fosse Chidozie a ter de se ausentar. Boly aguarda por novidades.