13 março 2016

"O rosto [de BdC] fechado e incapaz suscitou a minha pena e, até, a minha solidariedade" - Rui Barreiro

Rui Barreiro, membro do Conselho Leonino, e uma das vozes que mais tem contestado a atual direção, mostrou solidariedade por Bruno de Carvalho pelo momento captado pelas câmaras televisivas após o dérbi de Alvalade, onde o líder dos leões estava arrasado.

Saí do estádio rapidamente, após o apito final do árbitro, para chegar a casa e produzir o texto que tinha que enviar para “O Jogo”, conforme tinha prometido. Por essa razão quando, pelas 22h40 do passado sábado dia 5 de Março, os operadores de câmara e os repórteres fotográficos captaram o rosto de Bruno de Carvalho, imediatamente após o final do jogo do Sporting com o Benfica, não pude observar os sinais de desilusão e impotência que o presidente resignadamente exibia. Assim, só mais tarde, muito mais tarde, vi aquelas imagens. Sentado no banco de suplentes, ensimesmado e triste com o resultado, o seu rosto fechado e incapaz suscitou a minha pena e, até, a minha solidariedade. Ele acabara de perceber – e, com ele, milhões de sportinguistas – que o sonho por si exclusivamente projectado, defendido e propagandeado sofrera um fortíssimo solavanco e uma brusca guinada de consequências, para já, imprevisíveis. Repito: senti-me solidário com a sincera tristeza estampada na cara do actual presidente. Sei que no passado esta solidariedade não existiu e quem tentava o assalto ao poder até torcia pela derrota do meu Sporting. Mas não sou solidário com o arquétipo de ilusão alardeado durante meses de muita demagogia e não menos tensão e que culminaram, ainda antes daquele sábado, na eliminação do futebol profissional do Sporting Clube de Portugal de todas as provas para as quais Bruno prometera, pelo menos, a vitória secular e o esmagamento sem misericórdia de todos quantos se atravessassem no trilho do leão. Fiquei com a sensação que ele estava perdido no seu próprio labirinto, tantos foram os ziguezagues desde a sua eleição. A grande verdade é que depressa percebemos quão arredada estava a verdade da realidade que, de facto, nos entorna. Também não sou solidário com a linguagem, imprópria, na grande maioria das vezes, de quem é presidente de um grande clube como o nosso e que esquece que nós somos os leões, utilizando recentemente outra espécie de interesse zootécnico e mais dada ao comportamento alelo mimético. Mas as palavras, que muitas vezes nos envergonham, ficam com quem as produz. Somos Leões, quando ganhamos e quando perdemos!, escreveu Rui Barreiro no seu artigo de Opinião no jornal O Jogo.

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