Pode haver impugnação da Liga? (15º e 16º descem e último e penúltimo não descem!!!). Paulo Fonseca e o FC Porto

Os regulamentos da Liga não foram atualizados com o alargamento para 18 clubes e ainda preveem a despromoção dos "15º e 16º classificados", uma situação que poderá levar à impugnação dos resultados do campeonato. 

No Regulamento das Competições Organizadas pela Liga, o artigo 96, sobre a subida e descida, refere no ponto 2: "Descem à II Liga na época desportiva seguinte os clubes classificados em 15º e 16º lugares da tabela classificativa da I Liga." Situação que cria um conflito, pois o texto, decalcado do regulamento da época anterior (com 16 equipas), não faz sentido numa liga com 18 clubes.

"É inacreditável e pode originar uma confusão desgraçada", disse Guilherme Aguiar, especialista em direito desportivo, ao CM, admitindo: "Não é nada abonatório para os dirigentes que estiveram na Liga. Tinham de atualizar os regulamentos." 

Guilherme Aguiar considera que esta situação poderia ter sido evitada: "Os regulamentos são para ser lidos e cumpridos. Não são para ser interpretados." 

Outro especialista em direito desportivo, José Manuel Meirim, admite que esta situação "gera confusão", mas que "seria um absurdo não descerem os dois últimos classificados da Liga [17º e 18º]". O jurídico refere ainda que esta situação foi causada pela instabilidade vivida na Liga na última época, sob a liderança de Mário Figueiredo. 

Destaque: Paulo Fonseca recordou, em entrevista ao site da UEFA, a passagem pelo comando técnico do FC Porto. O atual treinador do Paços de Ferreira admite que os resultados estiveram longe do ideal ao nível do campeonato, mas lembrou que deixou a equipa "azul-e-branca" na luta por outros troféus.

"Nem tudo foi mau no que diz respeito ao FC Porto. Há uma mancha, o facto de não ter conseguido manter a equipa na corrida pelo tetracampeonato. Mas quando saí do Dragão deixei o clube na Liga Europa, Taça de Portugal e Taça da Liga", disse.

O técnico revelou ainda que, depois de deixar o FC Porto, foi contactado por outros clubes, além do Paços de Ferreira.

"Quando saí do FC Porto tive alguns convites de Ligas mais competitivas e de emblemas mais mediáticos comparativamente ao P. Ferreira. Mas primeiro não quis voltar logo ao ativo e, depois, senti que as mais variadas condições não estavam todas reunidas e não queria agarrar um projecto com o qual não me sentisse totalmente identificado. A verdade é que o Paços surgiu talvez na única altura em que eu podia ter aceite o convite. Sinto que foi uma feliz coincidência para todas as partes. Costuma dizer-se que não devemos voltar ao lugar onde fomos felizes, mas estou longe, muito longe mesmo, de ter algum sentimento parecido com arrependimento", declarou.

Paulo Fonseca abordou ainda os objetivos da equipa pacense para a atual temporada.

"Os nossos objetivos passam pela manutenção, a Europa é para as equipas que têm orçamento e recursos para isso. No entanto, se a duas ou três jornadas do final do campeonato tivermos alguma possibilidade de nos qualificarmos para a Liga Europa não vamos ser hipócritas e dizer que isso não nos interessa", finalizou o treinador dos "castores".