É o valor da indemnização decorrente da quebra do contrato entre Paulo Sérgio e SAD, sabe O JOGO, que está a segurar o técnico leonino no cargo, depois de somado mais um insucesso na presente temporada: a eliminação nos 16- avos-de-final da Liga Europa, em casa, perante os escoceses do Glasgow Rangers, já no período de compensação. O montante em causa, cerca de 650 mil euros, é considerado um fardo demasiado pesado para as depauperadas finanças da sociedade, liderada provisoriamente por José Filipe Nobre Guedes, administrador que gere os destinos do clube, após a renúncia, consumada no passado dia 16 de Janeiro, de José Eduardo Bettencourt ao cargo de presidente.
Por sua vez, Paulo Sérgio, contratado ao Guimarães ainda no final da estação transacta, a troco de 600 mil euros - aufere um ordenado mensal na ordem dos 40 mil euros, por via do vínculo em vigor até 2012, o qual contempla ainda algumas cláusulas que visavam a atribuição de prémios por objectivos alcançados -, não abdica dos valores indemnizatórios em causa, no caso de a rescisão unilateral do contrato ser solução para a SAD no decurso da época. Por isso mesmo afirmou, anteontem, no final do encontro com o Rangers, uma vez mais, que não se demite do cargo, asseverando que se a decisão passar por sair, a mesma terá de partir de quem manda. "A minha postura é digna, se passar por sair é decisão a ser tomada pela SAD e não por mim. A SAD sabe do empenho e da seriedade do meu trabalho", recordou.
Daí que no passado dia 23, antes da recepção aos escoceses, a sociedade tenha informado a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em comunicado, de que as notícias sobre a saída do técnico eram "meras conjecturas sem nenhuma base de veracidade, que visam transmitir a ideia de que existe um vazio no poder directivo e que a SAD está a ser gerida de fora para dentro", logo, "para dissipar quaisquer dúvidas, o treinador e a sua equipa técnica têm a total confiança do Conselho de Administração para fazer face aos difíceis desafios desportivos que se avizinham", pode ler-se no documento.
Contactado por O JOGO, já depois de ter recusado prestar declarações no final do encontro com o Rangers, José Filipe Nobre Guedes foi lacónico. "Situação de Paulo Sérgio? Não há nada para comentar. Não há qualquer novidade", atirou. Certo é que a pressão sobre os responsáveis leoninos, apontando para o despedimento do técnico, é cada vez maior, enquanto este vai sendo igualmente contestado e pressionado para resignar - situação desejada pelos dirigentes. É um braço-de-ferro que os adeptos podem... decidir.
in, ojogo.pt